Já joguei diversos JRPGs na minha vida, então me impressionar é algo que dificilmente acontece. Quando Sea of Stars foi anunciado como uma carta de amor, por assim dizer, para Chrono Trigger, meu jogo favorito da vida, eu sabia que precisava ficar de olho. Porém, evitei jogar a demo, ver os vídeos e tudo mais que o jogo tinha a oferecer, já que queria pegar a versão final e me deliciar com a aventura – o que me provou ser o certo a fazer.
Desenvolvimento: Sabotage Studio
Distribuição: Sabotage Studio
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Series X|S
Duração: 29 horas (campanha)/41 horas (100%)
Tudo o que há de bom
Sea of Stars é fantástico. Pronto, acabou a review, vamos todos pra casa. Mas agora falando sério, o game traz uma mistura de elementos que vai muito além do já citado Chrono Trigger. O combate lembra um pouco do visto em Super Mario RPG, já que podemos apertar um botão e causar mais dano com nossos personagens.
Os inimigos possuem uma “quebra”, por assim dizer. Quando os acertamos com determinadas fraquezas, podemos impedir que eles realizem certas ações, como recuperar pontos de vida, por exemplo. Além disso, temos os combos, que são ações realizadas por mais de um personagem. Essa barra é recarregada a cada luta, então podemos usar e abusar dela. Isso sem falar nos pontos de MP, que são recarregados a cada bordoada que damos
Uma das melhores coisas de Sea of Stars é que podemos ver os inimigos no mapa, ou seja, podemos fugir de uma luta caso os pontos de vida estejam baixos, ou então lutar para subir de nível. Outra coisa bacana é que quem quiser apenas curtir a aventura pode ativar uma opção que recupera a vida ao fim de cada luta.
Por fim, a ambientação é linda e todos os cenários são muito, mas muito bem feitos. Muitas partes me lembraram bastante a série Lunar, e outras o clássico Golden Sun, mas obviamente com um toque de modernidade que deixa tudo ainda melhor. A pixel art usada é de extrema qualidade e, ainda bem, já que esse jogo irá envelhecer igual um bom vinho e ficar ainda melhor do que é. Espero que Sea of Stars se torne o próximo grande ponto de partida para novos desenvolvedores.
Um conto do passado
Sea of Stars possui uma história que já aconteceu. Calma, eu explico. Toda a nossa jornada é contada pelo ponto de vista do Arquivista. Ele diz que quer rever uma parte específica da linha do tempo, mais precisamente as aventuras dos filhos do solstício. Por conta disso, é possível escolher entre dois protagonistas, Valere, que trilha o caminho da Deusa Guardiã Luana e Zale, que segue o Deus Guardião Solen.
Eles vão ser treinados pelo Diretor Moraine na Academia Zênite com o intuito de se tornarem os guerreiros do solstício. Quando o treinamento é encerrado, a dupla parte para fazer um teste que irá dizer se estão prontos para se tornarem guerreiros. Eles se juntam a um velho amigo, o simpático Garl. E depois de finalizarem o teste, eles começam suas aventuras.
A história é um dos pontos mais altos de Sea of Stars. A forma como vemos os acontecimentos evoluindo é totalmente excelente. O ritmo é o ponto ideal: nem muito rápido, nem muito devagar. Existem jogos que acabam se perdendo no meio do caminho, o que não acontece aqui.
Não posso deixar de comentar sobre a excelente trilha sonora de Sea of Stars. Ela teve a participação especial de Yasunori Mitsuda, que também trabalhou em Chrono Trigger. Os outros compositores participantes são Eric Brown, Vincent Jake Jones e Reece Miller. As músicas são magníficas, e com certeza vão ficar marcadas na história dos video games.
Das estrelas, com certeza
Sea of Stars é ótimo. O combate é muito bom, a história evolui muito bem e o mundo é extremamente interessante. A trilha sonora é maravilhosa e o jogo tem potencial para ser o próximo pináculo do gênero. O game feito pela Sabotage Studio coloca de vez a empresa no radar não só dos amantes de JRPG, mas de todos que gostam de um bom título.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro