Neon Blood traz uma aventura de investigação cyberpunk com ótimos gráficos e músicas, mas todo o resto decepciona.
Desenvolvimento: ChaoticBrain Studios
Distribuição: Meridiem Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Criador de jogo
Classificação: 14 anos
Português: Sim (legendas e interface)
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S|X
Duração: 4 horas
Mundo pós-apocalíptico
O enredo de Neon Blood é ambientado na década de 2050, num mundo pós-apocalíptico e de temática cyberpunk, com muito neon pelas cidades. A sociedade é precária, mas a tecnologia permite que implantes robóticos sejam incorporados aos corpos das pessoas, de forma a aprimorar seus organismos. Nada muito original, mas poderia ser o pano de fundo para uma boa história.
Você controla o policial Axel McCoin em uma investigação que, a partir de um conjunto de assassinatos de engenheiros de uma empresa de implantes, acaba descobrindo uma trama muito maior para perturbar as estruturas dessa sociedade já conturbada. Porém, a história acaba não empolgando, com uma série de diálogos muito ruins e tramas que pouco envolvem.
Dado que o jogo pouco tem de jogabilidade, uma história ruim já é um sinal bastante alarmante. Infelizmente, a gameplay é muito fraca, sobrando pouco o que se apreciar por aqui. Basicamente, você controla Axel por ambientes como ruas da cidade, prédios, delegacia e outros estabelecimentos, apenas conversando com personagens para avançar a história, com batalhas ou investigações eventuais.
Investigação e batalhas limitadas
A mecânica de investigação é a mais básica que é possível se imaginar. Em alguns momentos, você pode usar um implante de Axel ao apertar um botão e rastrear elementos no cenário para investigar. Assim, partes do cenário ao seu redor começam a brilhar (como pegadas), e você anda mais um pouco, apertando o botão novamente para ver onde deve ir até chegar ao objetivo. É apenas isso. Chegue no objetivo, observe o que precisa ser observado, e siga a história. É tudo muito básico e não há nada que empolgue, além de haver algumas partes um pouco irritantes, como o esgoto. Não há o que se explorar, no máximo conversar com alguns personagens e talvez aprender algo mais sobre aquele mundo.
Eventualmente, Axel enfrenta alguns inimigos em combate. Há uma espécie de sistema de batalha, como de um RPG. Eu digo “espécie” porque é tão, mas tão básico, que é difícil chamar de sistema de batalha. Há as opções de atacar, defender, usar itens e habilidades. Não há níveis, atributos, experiência, nem nada do gênero. Sequer há um menu para ver as suas habilidades. Essencialmente, você pode passar a história inteira apenas escolhendo a sua primeira habilidade e vencer todas as batalhas.
Coisas acontecem, sem consequência
No decorrer da história, Axel ganha alguns novos implantes, mas isso praticamente não tem nenhum impacto na jogabilidade ou mesmo na história, sendo mais um elemento desperdiçado no jogo. Em resumo, é um jogo cuja única virtude é o seu incrível visual. Os gráficos, principalmente das cidades, são todos bonitos, criando perfeitamente a atmosfera cyberpunk em um mundo desolado.
Calma, ainda piora
E ainda temos ainda outros problemas. Há muitos e muitos bugs no jogo. Ao longo das curtas 3 a 4 horas de duração da campanha (aumentadas artificialmente), não foram poucas as vezes em que tudo travou, seja impedindo o progresso ou fechando abruptamente, retornando ao menu de sistema do Nintendo Switch. Com um escopo tão simples para os dias atuais, é impressionante que o jogo tenha sido lançado com tantos problemas assim.
Por fim, a tradução para português foi feita automaticamente em algum software tradutor ou por IA. Isso, para mim, é sempre um desrespeito enorme e reflete a falta de cuidado que vemos no resto do jogo.
Não se engane por um visual agradável
Neon Blood traz uma ambientação ótima com belos gráficos. No entanto, parece que todo o orçamento de desenvolvimento foi alocado para esses aspectos, não restando nada para história, jogabilidade, controle de qualidade ou tradução.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro