Na era do PlayStation 2, a SEGA lançou Yakuza, um jogo que lembrava bastante da série Shenmue. Com elementos de RPG, combate no estilo beat ’em up e uma construção convincente de uma cidade japonesa fictícia, o jogo chamou atenção. Yakuza teve inúmeras continuações e acabou ganhando um remake chamado Yakuza Kiwami. Originalmente lançado para PS3 e PS4 em 2016, esse remake chegou a várias plataformas ao longo do tempo, finalmente estreando no Switch este ano.
Desenvolvimento: Ryu Ga Gotoku Studio
Distribuição: SEGA
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, PS3, PS4, Xbox One, Xbox Series S|X
Dramas, mistérios e mortes
Yakuza conta a história de Kazuma Kiryu, que, em 1995, era assistente do tenente da família Dojima. Graças ao seu desempenho, Kiryu estava prestes a ter sua própria família. Contudo, em uma fatídica noite, Sohei Dojima, o patriarca da família Dojima, tenta violentar Yami Sawamura e acaba sendo assassinado por Akira Nishikiyama. Yami e Akira são amigos de infância de Kiryu, que assume a culpa pelo crime e passa 10 anos preso.
Após cumprir sua pena, Kiryu encontra um cenário muito diferente: Akira agora comanda a sua própria família, Yumi está desaparecida desde aquela noite e 10 bilhões de ienes sumiram do Clã Tojo, um grupo acima das famílias. Para complicar ainda mais, o líder do clã é assassinado. Em busca de respostas, Kiryu vai ao funeral, mas testemunha outro assassinato e, mais uma vez, é acusado de um crime que não cometeu. Desta vez, ele decide não voltar para a prisão e parte em uma jornada para limpar seu nome e desvendar os mistérios que o cercam.
Um cartão de entrada para quem é novo na série
Para quem, assim como eu, está conhecendo a série agora, a escolha do remake do primeiro jogo foi certeira, já que é nele que tudo começa. Assim, compreendemos as motivações e as tramas complexas que se desenrolam nas sequências. O público do Switch é novo para a série, e essa é uma ótima forma de apresentar a saga aos jogadores iniciantes (diferentemente do que a Sony fez com Uncharted para PC, por exemplo). A SEGA poderia ter optado por começar com Yakuza 0, mas acredito que essa escolha foi a melhor.
Yakuza Kiwami quebra o estereótipo de ser um jogo denso do início ao fim, surpreendendo com momentos pontuais de humor que aliviam a tensão. No começo, os nomes podem parecer complicados, mas, aos poucos, se tornam familiares, seja pelo primeiro nome ou pelo sobrenome. Há muitas atividades para realizar no mapa, desde enfrentar golpistas até simplesmente ir a um bar para beber.
Briga de rua
Uma das partes mais divertidas é, sem dúvida, os confrontos com as hordas de inimigos que encontramos pelo caminho — verdadeiras brigas de rua. Kiryu possui uma variedade de golpes leves e pesados, e pode arremessar objetos do cenário contra os oponentes. Além disso, há quatro estilos de luta que podem ser trocados a qualquer momento durante o combate, bastando apenas apertar os direcionais.
Muitos golpes podem ser aprimorados ganhando pontos de experiência, que são investidos no menu do jogo. Outros são desbloqueados conforme você melhora suas próprias habilidades, experimentando novas combinações e finalizações. Yakuza Kiwami é um excelente jogo de aventura 3D, com uma conversão invejável para o híbrido da Nintendo, apresentando visuais belíssimos, com poucos serrilhados e um desempenho estável, mesmo com muitos personagens na tela.
Quase perfeito
Yakuza Kiwami é um jogo de aventura excelente, com um bom port para o Switch. O único ponto negativo é a ausência de legendas em português, e, pior ainda, a falta de um áudio em inglês — apenas o original, em japonês, está disponível. Contudo, Yakuza Kiwami é o tipo de jogo que faltava no Switch, e é esperado que outros títulos da série também cheguem à plataforma.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Yakuza Kiwami
Prós
- Combate
- Ambientação
- Personagens carismáticos
- Excelente conversão
Contras
- Sem localização em português
