capa de the thaumaturge

Review The Thaumaturge (PS5) – Eu não conheci o outro mundo por querer

Ambientado em uma Varsóvia de 1905, marcada por transformações históricas e sociais, The Thaumaturge nos convida a explorar uma narrativa que combina o rigor da história com o fascínio do sobrenatural. A trama se inicia de forma sombria, com um funeral, desencadeando eventos que prometem mergulhar o jogador em mistérios e intrigas em um cenário rico em detalhes.

Desenvolvimento: 11 bit studio, Fool’s Theory

Distribuição: 11 bit studio

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, RPG

Classificação: 16 anos

Português: Não

Plataformas: PS5, PC, Xbox Series X|S

Duração: 14 horas (campanha)/26 horas (100%)

Investigando com o sobrenatural

Imagem de um diálogo de The Thaumaturge
Escolhas importam

Wiktor Szulski é um taumaturgo, definido como “aquele que faz milagres” conforme o dicionário Michaelis, especialmente referindo-se aos santos do catolicismo. Ele anda para cima e para baixo com um Salutor, uma criatura sobrenatural materializada a partir das “falhas” das pessoas. 

No começo da aventura, Wiktor está passando por um problema de saúde, e está em busca de Grigori Rasputin, um místico que pode ajudá-lo no seu problema. Após resolver seu problema, Wiktor recebe um telegrama que muda para sempre sua vida: seu pai, um famoso taumaturgo, faleceu, e ele precisa voltar para Varsóvia para lidar com sua perda. A partir daí, começa uma jornada para descobrir o que realmente aconteceu com seu pai, e, principalmente, seus fantasmas do passado.

A história de The Thaumaturge é bastante densa e repleta de diversos personagens para conhecer, além de muitas escolhas para serem feitas. É possível agir na base da violência e resolver tudo no braço, ou então usar a diplomacia e a investigação para solucionar os muitos mistérios propostos pelo game.

O milagre do boxe bem-dado

Cena de combate do jogo
Quando o diálogo não surtir efeito, parta pro soco.

Como dito anteriormente, The Thaumaturge, em diversos momentos, pode ser apreciado sem necessariamente entrar em lutas, mas existem momentos em que elas são inevitáveis. Todas as lutas aqui acontecem em turnos separados por rodadas. Tanto Wiktor quanto o Salutor possuem três diferentes tipos de golpes, do mais rápido, mais fraco, ao mais lento, e consequentemente mais forte. 

Outro fator extremamente importante é ficar de olho em qual vantagem adicionar ao movimento. Podemos causar danos contínuos por um determinado tempo, ganhar mais força no próximo golpe, e por aí vai. Um detalhe excelente é podermos visualizar previamente o que os adversários vão fazer na barra de rounds, e assim agir de maneira apropriada. Além disso, podemos ver uma porcentagem com as chances de matar o adversário naquele turno. 

Durante as lutas, podemos escolher livremente qualquer Salutor e assim anular a classe dos adversários, o que nos permite causar mais dano. O próprio jogo nos mostra quais são os recomendados para determinadas situações, o que também é excelente. Nosso protagonista tem dois tipos de ataques: diversos tipos de socos e um tiro de revólver, ideal para acertar os inimigos que ficam na parte de trás da equipe adversária.

Se tornando um mestre Taumaturgo

Imagem de uma investigação de the thaumaturge
É preciso investigar todos os ambientes.

O primordial é cumprir algumas das muitas missões extras que o jogo possui, o que resultará na aquisição de mais pontos de experiência e de habilidade – assim, consequentemente, ficando mais forte e também ganhando um leque maior de opções na hora de fazer as investigações. Isso se deve ao fato de determinadas coisas somente ficarem disponíveis após alcançarmos um determinado atributo.

Contudo, muitas dessas missões extras possuem um período de disponibilidade. Ou seja, elas podem expirar e desaparecer, o que me fez perder dois Salutors durante a minha campanha. Uma coisa que me atrapalhou e muito foi a quantidade absurda de missões inúteis disponíveis, pois há muitas delas que são do tipo “vá para a parte sul da cidade à noite e participe de um jogo de carteado com os caras”.

Isso é ainda mais incômodo pela forma como nos deslocamos pelos muitos mapas do game. Temos diversas pequenas regiões que não são interligadas, mesmo que estejam uma do lado da outra. Para nos locomover, é preciso ir até um ponto de transporte. Isso acaba se tornando um fardo mais para o final da aventura.

Muitas escolhas

The Thaumaturge é um bom jogo. Seus gráficos são satisfatórios, apesar de haver alguns momentos em que há “quebras” peculiares nas texturas de alguns personagens. Os Salutors são muito bem feitos, e a forma de conquistá-los é um dos pontos mais altos do jogo. Há diversas escolhas para serem realizadas durante a jornada, o que impacta diretamente em alguns acontecimentos. 

O combate é divertido e bastante estratégico, apesar de não haver nenhuma batalha contra um grande chefão. Uma coisa que pode atrapalhar um pouco é o fato do RPG não possuir legendas no nosso idioma, o que certamente afastará uma parcela dos jogadores. No mais, o game é uma excelente opção para os fãs de RPG.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

The Thaumaturge

9

Notal Final

9.0/10

Prós

  • Ótimo combate
  • Universo bastante rico
  • bons gráficos

Contras

  • Falta de legendas em português
  • Péssima escolha de movimentação entre os mapas