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Review Front Mission 3: Remake (Switch) – Na terceira tentativa, um bom remake já no lançamento

Front Mission 3: Remake conclui os relançamentos da trilogia original da série de RPGs táticos da Square Enix, mostrando que os desenvolvedores aprimoraram o trabalho ao longo dos lançamentos, mas ainda sem ir além do básico.

Desenvolvimento: MegaPixel Studio
Distribuição: Forever Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 12 anos (violência, linguagem imprópria)
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch
Duração: 39.5 horas (campanha)/80.5 horas (100%)

Guerras com robôs gigantes

O movimento depende das pernas equipadas no wanzer
Marcas no terreno mostram por onde cada unidade pode se mover antes de atacar

Front Mission 3 se passa em 2112, 10 anos após o jogo anterior. No grande contexto, os eventos são consequências de FM2, mas os personagens que acompanhamos são novos. Seguimos Kazuki e Ryogo, japoneses pilotos de wanzer, em dois possíveis cenários. A partir de uma escolha no início, temos dois diferentes roteiros, ainda que ambos compartilhem alguns eventos e localidades – portanto, é necessário jogar a campanha duas vezes para conhecer toda a história. Tal como nos outros títulos da série, o enredo político é relativamente complexo, com muito da contextualização do mundo podendo ser conferida na internet do jogo (que é como um jogo de 1999 imaginava a internet do futuro).

O game é um RPG tático por turnos, tal qual os outros 4 títulos da série principal. Nossos personagens controlam robôs gigantes chamados de wanzers, enfrentando wanzers adversários e outras máquinas, como tanques de guerra ou helicópteros. Os wanzers possuem quatro partes com barra de HP próprias: corpo, dois braços e pernas. Os ataques causam dano em cada uma delas, com diferentes consequências caso sejam destruídas.

Sem grandes diferenças na jogabilidade

É nesse formato que há diálogos, compras, lojas, lugares e a internet
Fora das batalhas, o jogo se passa essencialmente em menus

Cada campanha possui quase 70 missões, com objetivos diversos, mas que, em geral, consistem em derrotar todas as unidades inimigas. Você pode utilizar até 4 wanzers por batalha, que são divididas entre fases do jogador e do inimigo. Em seu turno, cada wanzer pode se mover e executar uma ação, como atacar ou utilizar um item. Cada ação consome uma determinada quantidade de pontos de ação e, se estiver no alcance da arma e possuir pontos suficientes, o wanzer atacado também é capaz de contra-atacar em seguida.

A jogabilidade é essencialmente a mesma em toda a série, com mudanças pontuais. A progressão do game é bastante linear, com algumas cenas antes e depois de cada missão, a configuração e melhoria dos wanzers entre batalhas e, em seguida, a próxima missão. Em Front Mission 3, a principal novidade é que os pilotos podem sair ou serem expulsos dos seus wanzers, tornando-se alvos fáceis. Não acho particularmente uma mecânica muito interessante, além de ser inútil um humano enfrentar com um tiro uma máquina de ferro gigante que lança mísseis.

Remake parece construído ao longo de três jogos

Porém, fica a impressão de que a sensação de impacto ainda poderia ser melhor
Cenas de batalha foram melhoradas em relação aos remakes anteriores

No geral, a jogabilidade é mais tranquila que os títulos anteriores, com batalhas em menor escala e mais rápidas. O ritmo desse título me incomodou um pouco em relação aos anteriores no que tange ao ciclo de missão-upgrade, pois a disponibilidade de novas peças e armas é muito menos frequente do que nos anteriores, o que particularmente considero um dos momentos mais divertidos de títulos do gênero. Mas, no geral, achei esse um jogo mais prazeroso que FM2, ainda mais levando em conta a dificuldade bem razoável em comparação com o anterior.

Quanto ao remake em si, temos pontos positivos e negativos. A parte boa é que a desenvolvedora parece ter aprendido com as críticas aos dois primeiros e aprimorou vários aspectos, principalmente questões de interface de usuário e as cenas de combate e movimento dos wanzers, em que as máquinas não demonstravam muito impacto e peso. Ainda que não perfeito, este título entrega um melhor resultado nessas áreas. Inclusive, os dois primeiros remakes foram atualizados, recebendo algumas dessas melhorias, o que é bastante bem-vindo. Também não é um jogo que desfila bugs desde o começo, como o anterior.

Bom, mas não tentou ser ótimo

Em momentos mais raros, os personagens humanos também aparecem
Também há cenas com os gráficos das batalhas, antes e depois de cada uma

O problema, porém, é que a trilogia fecha não arriscando praticamente nada em relação aos títulos anteriores. Praticamente, não há novas mecânicas, armas, peças ou o que for. Tirando as óbvias melhorias de gráficos e alguns elementos de qualidade de vida (que não são realmente muitos) para jogos lançados 30 anos após os originais, não temos praticamente nenhuma novidade. Até os avatares dos personagens são exatamente os mesmos. Claro, estes remakes são as melhores formas de se jogar os games hoje, mas fica a impressão de uma grande oportunidade desperdiçada de não só dar uma nova vida, como levar esses clássicos além.

Apesar de tudo, mais um remake bem-vindo

Front Mission 3: Remake é uma boa revisitada no clássico do PlayStation original. Ainda que peque em não tentar expandir a jogabilidade, é bem-vindo como forma de preservar o título e mostrar a série para um novo público. Agora, resta torcer para remakes dos dois títulos do PlayStation 2 e, principalmente, por um jogo inédito da série.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Front Mission 3: Remake

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade mais rápida e dinâmica
  • Entrega melhorias esperadas desde os primeiros remakes

Contras

  • Upgrades de wanzers demoram para aparecer
  • Poucas novidades em relação ao original