Sonic Racing: Crossworlds é a mais nova tentativa da Sega de levar a fórmula de corrida de alta velocidade do ouriço azul a um novo patamar. Evoluindo o conceito de Sonic Racing Transformed, lançado há mais de 10 anos, o jogo traz de volta a ideia de veículos que se transformam entre modos terrestre, aéreo e aquático, agora com transições mais suaves e mecânicas refinadas. Com corridas eletrizantes e um sistema de personalização robusto, Crossworlds promete diversão intensa — mas também deixa alguns pontos a desejar.
Desenvolvimento: SEGA
Distribuição: Sonic Team
Jogadores: 1-4 (local) e 1-12 (online)
Gênero: Corrida
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 10 horas (campanha)
Corridas insanas e sensação de velocidade impressionante
O maior destaque de Sonic Racing: Crossworlds é, sem dúvida, a velocidade. Este é facilmente um dos jogos de corrida mais rápidos já lançados, transmitindo a verdadeira essência do personagem Sonic. A sensação de impulso é constante, e os trajetos cheios de curvas, rampas e seções dinâmicas colocam reflexos e coordenação à prova. A mecânica de transformação dos veículos retorna, permitindo que você alterne entre terra, mar e ar de maneira muito mais fluida que em Transformed, tornando cada corrida mais emocionante e imprevisível.
Outro ponto positivo é o novo sistema de acrobacias: agora, ao pousar depois de executar manobras no ar, você não perde velocidade nem pontos de combo. Pelo contrário, o jogo recompensa um pouso seja ele bem feito ou não, incentivando os jogadores a ousarem mais em cada salto. No mais, o sistema Crossworlds nos faz escolher a próxima pista que vai simplesmente brotar na corrida e nos coloca nela, trazendo sensação de mudanças constantes (mas também bastante caos).
Modos de jogo e multiplayer recheados de opções
Crossworlds oferece diversos modos para quem busca variedade. O modo multiplayer é um hub cheio de atividades, algumas delas lembrando o estilo de Sonic Team Racing. Há desafios em equipe, disputas para coletar mais anéis, corridas para ver quem utiliza mais power-ups ou quem consegue atingir determinados objetivos antes dos adversários.
Essa diversidade ajuda a prolongar a diversão, seja jogando sozinho ou com amigos. O multiplayer também se destaca, permitindo disputas acirradas em equipe ou em corridas solo, sempre mantendo o ritmo frenético que a franquia exige.
Personalização rica e convidados inesperados
A customização é outro ponto forte. Durante as corridas, é possível desbloquear novas peças para os veículos, além de cores para alterar a aparência. Mais do que estética, essas peças influenciam diretamente atributos como velocidade, aceleração e dirigibilidade. Também é possível equipar os chamados Gadgets, melhorias que afetam o desempenho em áreas específicas, como aumentar a eficácia de power-ups, ganhar mais boost ao realizar acrobacias ou até carregar três itens de uma vez — um recurso especialmente útil em partidas mais competitivas que eu adorei.
Além disso, o jogo surpreende com personagens convidados de outras franquias. Além dos clássicos da Sega, como os de Persona e Yakuza, também aparecem rostos inesperados como Bob Esponja, Patrick e até Pac-Man. Apesar do apelo visual e da nostalgia, nenhum deles traz habilidades ou equipamentos exclusivos, servindo mais como um extra divertido do que como uma mudança real no gameplay.
Poluição visual e trilha sonora que cansa
Se por um lado a velocidade é empolgante, por outro ela vem acompanhada de um problema sério: excesso de informações na tela. Indicadores de boost, posição, mapa, número de voltas, falas dos personagens e efeitos de power-ups competem constantemente pela sua atenção. O resultado é uma poluição visual que pode deixar a experiência confusa e, em alguns momentos, até desconfortável.
A trilha sonora, embora animada e cheia de batidas cativantes, também sofre do mesmo mal. As músicas são muito aceleradas e poluídas em várias ocasiões, criando uma sensação de ansiedade que pode ser desconfortável durante corridas mais longas.
Por fim, apesar de toda a variedade de modos, customizações e personagens, Sonic Racing: Crossworlds ainda deixa a impressão de que algo está faltando. A estrutura é sólida, mas falta aquele elemento realmente marcante que faça o game se destacar em um gênero tão competitivo. As corridas são divertidas, mas a experiência como um todo pode parecer um pouco vazia depois de poucas horas.
Tá chegando lá
Sonic Racing: Crossworlds é um jogo de corrida rápido, cheio de estilo e com um ótimo sistema de personalização, sendo uma evolução clara em relação a Sonic Racing Transformed. No entanto, a poluição visual, a trilha sonora excessivamente acelerada e a sensação de que falta profundidade e carisma impedem que ele alcance todo o seu potencial. Para fãs de Sonic ou para quem busca um multiplayer frenético, é uma boa pedida — mas não espere um novo clássico indispensável das corridas.
Cópia de Xbox cedida pelos produtores
Sonic Racing: Crossworlds
Prós
- Muita personalização
- Roda muito bem a 60 fps
- Multiplayer online e local
- Transição de veículos é suave
Contras
- Informação demais na tela
- Pistas meio bagunçadas
- Level design
- Repetição pra abrir veículos
