Esse de fato é um game da série Final Fantasy que sempre foi cativante para os mais experientes e sempre esteve nos ouvidos dos gamers mais novos. Sim, FFVII ganhou enfim um remake tão pedido e tão falado dentro da comunidade gamer. SquareEnix certamente teve diversas questões problemáticas para tomar essa decisão, porém cá estamos com essa demo que foi lançando pouco mais de um mês já deu o que falar.
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: PS4
Duração: 34 horas (campanha)/84.5 horas (100%)
A missão inicial
No começo do game, lá em 1997, éramos apresentados por personagens “deformados”, porém ainda seguindo um padrão cartunesco e “enbriquedado” como eram os modelos de games anteriores. FFVII foi o primeiro Final Fantasy da série a ser totalmente em 3D, então a Square fez um trabalho excelente de migrar essa visão que tínhamos do “mundo de cima”, todo o carisma que nele continha para uma versão pré renderizada de um game que estava dando os primeiros passos.
O início é apenas musical, temos uma trilha ótima inclusive, e também as ações tomadas por um grupo ainda desconhecido de “mercenários” invadindo um local com um plano de sabotagem – assim parecia.
Na demo, somos apresentados diretamente pela entrada heroica dos personagens que permeiam a série e largamente conhecidos pelos fãs. Vemos as versões atualizadas de Cloud Strife e Barret Wallace conversando, sem se conhecer, falando dos próximos passos da missão.
Essa parte basicamente é muito semelhante ao que era no game de 97, claro, atualizada graficamente e com as devidas proporções puxadas para o realismo.
Combate inteligente
Logo em seguida somos apresentados ao sistema de combate num tutorial leve e de fácil adaptação. Esse modelo tem sido adotado na série desde o Final Fantasy XII, que também ganhou uma renovação em forma de remaster a pouco tempo. São batalhas em tempo real e não mais utilizando da mecânica de combate por turnos, após entrar em uma cena separada da visão geral.
O combate é a melhor coisa da demo na minha perspectiva. Sabemos que os gráficos estão lindos, atualizados e com texturas de tirar o folego sim, porém percebemos uma evolução do que era o combate de Final Fantasy XV, ainda que meio perdido, com muita ação e atividades emboladas com a câmera. As combinações de ataques são simples, mas definem muito bem o personagem se pensarmos em Cloud como um habilidoso espadachim, mesmo que fiquemos espancando o botão de ataque com a espada, não fica um combate insosso ou medíocre, ao contrário, é bonito ver o que eles fizeram no movimento contínuo. As habilidades especiais, uso de itens e até mesmo os Limite Breaks ficam dentro de um menu que muito me lembrou Kingdom Hearts. Talvez seja esse o melhor caminho para compor uma batalha interessante e que te dá espaço para interagir e assistir a luta, que visualmente não tenho o que falar: é simplesmente lindo.
Cada personagem tem seu modo de luta, logo somos apresentados ao estilo do Barret que, por ser um atirador, consegue alcançar inimigos aéreos ou posicionados longe do alcance da lamina do Cloud. Nesta parte confesso que tive um pouco de dificuldade entre traspor a ideia de movimentar o personagem e dar tiros, entretanto a mecânica de uso da arma, combinado com o sistema de travar mira nos inimigos, funciona perfeitamente aqui.
É evidente que esse resultado foi sim um combinado de acertos e erros dos games anteriores. Me pareceu que o combate de FFVII foi uma evolução do combate de FFXV que, convenhamos, era facilitado devido a tal habilidade de teleporte do Noctis (não me refiro a dificuldade dos inimigos aqui ok?). Compreendo que a pegada do tal “mundo aberto” de FFXV talvez tenha uma importância nos porquês de existirem essas mecânicas de combate.
Tropa de elite qual é sua missão?
A demo então chega ao evento da missão, plantar a bomba, derrotar o chefe e sair batido. Esse momento foi o que eu mais gostei pelo fato de que agora fica claro e evidente os objetivos dos personagens ali propostos.
No antigo, essa definição estava lá também, mas agora demonstra o devido respeito que a série teve nesse passar de tempo até o remake. A atualização de uma dificuldade, imediatismo e periculosidade da missão desses mercenários agora é bem clara e definida! A tecnologia a favor do enredo é um divisor de águas aqui, estamos falando de um investimento grande em narrativa, cuidados com as personalidades de cada um e principalmente no foco do jogador. Agora de fato consegui jogar e sentir o que precisava ser feito e como devia ser feito.
As formas de combate com esse chefe são diversas, se abordar todos elementos aqui, seria pouco prático visto que muitos youtubers trilharam esse caminho muito bem. O que precisa ser dito é: A SquareEnix caprichou no respeito que tem com a série, na abordagem de como será o desenrolar da história e combinou isso de forma magnifica com as capacidades técnicas dos consoles. Tornou um combate interativo em um “contar de história” eficiente pra quem assiste e pra quem joga.
Vem tranquilo, vem devagar
É certo afirmar que o game já deixou a expectativa no auge após terminar a luta e apresentar uma cena que deixa a brecha para o jogador querer ir além do que ele viveu naquele instante. Final Fantasy VII Remake vai dar o que falar em muitos argumentos, revisitar a história, acompanhar as pequenas e inevitáveis mudanças de acordo com o que se passou de tempo, reviver os momentos que todo gamer nostálgico espera e saciar a curiosidade de quem está conhecendo agora esse clássico refeito.
O que eu espero após a demo? Bem, que todo enredo tenha essa pegada de missões e aventuras, sim claro que o enredo não era sobre isso, mas essa pegada me deixou bem empolgado com o que vi e joguei, espero que quando o game seja de fato lançado essa ideia ao menos se mantenha em perspectiva. Aguardo ansioso pra ver o que a SquareEnix preparou a respeito das possíveis (diversas eu espero) sidequests, objetivos paralelos, missões complementares… enfim, eu quero é mais. A demo de fato empolgou para algo que ainda está vindo, cabe a nós esperar e torcer para os dias atuais não serem um grande problema para as entregas de mídias físicas.
Final Fantasy VII Remake será lançando nas formas física e digital mundialmente no dia 10 de abril de 2020. A demo está disponível para download.