9 Years of Shadows é o primeiro título do estúdio mexicano Halberd Studio. O jogo foi lançado em 9 de novembro de 2023 para todas as plataformas e tivemos a oportunidade de jogar a obra para fazer essa análise. O game se trata de um metroidvania muito clássico que não reinventa nada. Porém, para um primeiro jogo, os desenvolvedores nos mostram um título de primeira linha, fazendo tudo com muito capricho.
Desenvolvimento: Halberd Studio
Distribuição: Freedom Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch
Duração: 6 horas (campanha)/9 horas (100%)
Sobre as cores
O título do jogo está ligado à trama, que se passa em um mundo fantástico que foi vítima de uma maldição que erradicou todas as cores desse mundo, deixando tudo cinza. Foi uma reviravolta para o mundo inteiro, especialmente para a nossa heroína, a princesa Europa. Durante os nove anos após o início da maldição, ela treinou para quebrar esse feitiço. Agora, cabe ao jogador ajudar a princesa a suceder nessa tarefa, seguindo em direção a um castelo escuro que aparenta ser a fonte do mal.
Particularmente pelo início, achei que a obra seria apresentada totalmente em preto em branco, pois os primeiros momentos são uma amostra daquele mundo sem cor. Contudo, temos ao nosso lado Apino, um ursinho de pelúcia que traz de volta as cores, pelo menos dentro do castelo.
Podemos acrescentar que o universo está muito centrado na arte, tanto na pintura como na trilha sonora, que é apaixonante. Tudo é encenado através de uma pixel art de alta qualidade, que é acompanhada de magníficas cenas. Encontramos em 9 Years of Shadow uma atmosfera que referencia obras como “Os Cavaleiros do Zodíaco” (Saint Seiya) e “Sailor Moon”.
Saga de Europa e Apino
Para perambular pelo castelo, Europa adquire os poderes de vários elementos naturais. Algumas áreas estão totalmente submersas, outras tem o ar envenenado ou são muito quentes. Isso não te lembra nada? Temos um sistema muito parecido com os “suits” de Metroid, no qual cada armadura serve para um tipo de lugar.
As andanças são muito fluidas e acessíveis graças a este sistema mencionado acima. A gameplay é simples e acessível: saltos, ataques, esquivas, tudo responde perfeitamente. A dificuldade geral é bastante média, exceto para os chefes, pois há um desequilíbrio óbvio entre eles. Alguns são ótimas lutas de desafios técnicos que exigem várias tentativas, enquanto outros são simplesmente minions refinados, sem muita criatividade.
Como todo bom metroidvania, as diferentes áreas oferecem um vasto bestiário, bem como quebra-cabeças.. O combate não se limita somente a acertar os inimigos apenas com a alabarda. É necessário alternar entre as diferentes armaduras para derrotar certos tipos de bestas, bem como para resolver os diferentes pequenos puzzles. Sempre é bom pontuar que tudo é feito com muito esmero, e que o jogo brilha de primor técnico.
Alguns tons de uma ótima obra
Existe uma porrada de jogos do subgênero Metroidvania foram lançados nesses últimos anos, principalmente no mundo indie. Mas sendo franco: a maioria dos desenvolvedores desses títulos não se importam tanto com a arte ou com os pequenos detalhes, diferentemente de 9 Years of Shadow, que faz tudo muito bem.
A obra é uma metroidvania divertida, mesmo sem inventar a roda. O estúdio mexicano conseguiu criar uma heroína forte que se equipara em termos de carisma com a famosa Samus Aran, que serviu de inspiração para os produtores. Para um primeiro título de uma desenvolvedora independente, 9 Years of Shadow pode ser considerado um sucesso. O game é, sem dúvidas, obrigatório para qualquer amante deste tipo de obra. Eu mesmo me peguei com as músicas do game na cabeça, e olha que metroidvania não é o meu forte, mas amei a experiência trazida pelo Halberd Studio.Pode-se dizer que estou ansioso pela próxima obra dos hermanos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro