Review After Wave: Downfall (PS4) – Cuidado para não afundar

Sempre que jogamos um shoot ‘em up, estamos acostumados com temáticas espaciais que nos colocam em uma batalha interplanetária, explodindo raças hostis de aliens e salvando nosso planeta. After Wave: Downfall traz um ambiente mais colorido e divertido, inovando até mesmo nos inimigos e como a câmera mostra a ação.

Desenvolvimento: 7 Raven Studios

Distribuição: 7 Raven Studios

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Arcade, Ação

Classificação: Livre

Português: Interface e Legendas

Plataforma: PS4, Switch, Xbox One

Duração: Sem registro

Confusão aquática

A batalha pode ser na água, mas o problema ainda vem de outra galáxia

Por mais que o ambiente de After Wave não seja espacial, o problema a ser resolvido tem raízes intergalácticas: estranhos asteroides violetas estão caindo na Terra, e sua radiação está afetando as criaturas em seus habitats naturais, tornando-as agressivas e destrutivas. Cabe a um batalhão de patrulheiros marinhos lidar com essa ameaça e neutralizar esses objetos de outra galáxia.

Podemos escolher entre seis heróis, cada um com um balanceamento diferente entre força dos tiros e resistência. Além disso, ao concluirmos cada fase, ganhamos minérios que podem ser utilizados para fortalecer os atributos específicos de cada personagem, bem como outros de ordem geral. Eles contam com um tiro comum, uma bomba de grande alcance e uma espécie de especial, que se divide em dois tipos de disparos especiais que variam entre as peculiaridades de cada um.

Ter a tela cheia é sinal de que sempre vai ter o que acertar, por mais que não dê para ver o que

A progressão do game é vertical, mas de uma maneira que seguimos para o fundo da tela, o que é algo bem diferente para o gênero e combina bastante com o fato de estarmos na água. Entretanto, a sensação de liberdade criada pela possibilidade de nos deslocar livremente pelo espaço é bem menor, uma vez que os cenários parecem estreitos e possuem obstáculos, além das ondas de inimigos. É aí que a coisa complica um pouco.

Os inimigos podem surgir do horizonte e ir de encontro a você, aparecer pela retaguarda ou simplesmente emergir em qualquer ponto. Por mais que a variação de dificuldades regule a dosagem de elementos na tela, mesmo no fácil é muito comum encontrar a tela poluída de uma maneira que não dê para entender o que está acontecendo. 

Isso ainda piora quando aparece algum sub-chefe, pois ele “breca” a progressão automática e, enquanto fica ao fundo nos atacando sem dó, os outros diversos inimigos menores se amontoam de uma maneira que até dói a visão.

Podemos fazer upgrades gerais e específicos para cada personagem, mas isso demora um bom tempo

Se nós morrermos nas fases, é game over e fim de papo. Existe apenas uma maneira de retomarmos a aventura ali na hora: gastando os mesmos minérios que coletamos para fazer upgrades. Isso só piora o fator grinding.

O que conta a favor e acaba equilibrando a balança é que os comandos respondem muito bem, então é fácil se livrar da maioria de certos perigos no momento em que eles saltam à vista. Ainda assim, jogador não terá vida fácil nas dificuldades mais avançadas e, além de habilidade e reflexos rápidos, será necessária muita paciência.

Eu já acabei aqui?

O meteoro que caiu deiou a fauna local bastante agressiva e atormentada

A pergunta neste título é necessária pelo seguinte motivo: cada nível de dificuldade traz um número diferente de fases. O fácil tem quatro, o médio tem sete e o difícil traz dez, sendo necessário concluir um nível para liberar o seguinte. A progressão entre os cenários obviamente fica mais rápida ao melhorarmos os equipamentos e ficarmos mais poderosos, mas o grinding para isso é um pouco chato, pois nossa configuração básica nos deixa na mão em alguns momentos (dependendo do personagem).

Logo, entramos naquele looping de terminar uma ou duas fases, falhar, pegarmos nossos espólios, fazer upgrade, e começar tudo de novo. Só que no meio dessa rotina, nós fatalmente já obteremos as 12 conquistas do jogo — 13 se você estiver no PS4 ou PS5 por causa do troféu de platina — sem nem ao menos chegar na metade da campanha. Para se ter uma ideia, é possível alcançar todos esses objetivos em meros 30 minutos.

Como as fases iniciais sempre se repetem, só aumentando o rebuliço que acontece no meio da missão, isso diminui consideravelmente o fator replay. Junte isso ao visual colorido, mas pouco inspirado e uma galeria sem graça, e After Wave logo irá ser mais um daqueles jogos que será encostado.

Não se deixe assustar pelo tamanho dos chefes, pois eles são bem fáceis

Nem mesmo os modos extras de jogo conseguem aumentar sua vida útil. Eles consistem em percorrer uma fase no menor tempo possível sem bater nos obstáculos, coletar o maior número de estrelas possíveis, defender um ponto específico das investidas de hordas de criaturas irritadas, e um desafio básico de pontuação por eliminação. Estes modos só são liberados ao avançar no modo história.

Por fim, e a cereja do bolo, o jogo tem diversos erros de escrita. Não querendo bancar o “preciosista virtual”, mas é realmente irritante que não se deem ao trabalho de saber escrever as palavras no nosso idioma.  Agora, se vocês me acham chato por causa disso, fiquem tranquilos, pois o mesmo acontece em inglês também.

Afundou!

A ideia de After Wave é ótima e uma revitalizada em um gênero mais tradicional e cheio de modelos muito clichês sempre vai bem. Entretanto sua execução é bagunçada e não instiga o jogador a insistir em ficar até o final. Nem mesmo suas lista fácil de conquistas é algo que pode ser utilizado como um chamariz aqui.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

After Wave: Downfall

5.5

Nota Final

5.5/10

Prós

  • Jogabilidade responde bem
  • Platina fácil
  • A ideia de um ambiente na água é boa

Contras

  • Muita coisa acontecendo na tela ao mesmo tempo
  • Erros de grafia crassos
  • Baixo fator replay
  • Não há incentivo para sequer terminar o modo história
  • Grinding excessivo para fazer upgrades