Avenging Spirit é um jogo que veio diretamente das antigas máquinas arcade, e foi reformulado pela Ratalaika Games recentemente através de uma versão com muitos recursos diferentes para modernizar sua jogabilidade. Dito isso, o game consegue apresentar ideias que pareciam realmente impossíveis de serem colocadas em prática no passado, e isso se deve a algumas razões sobre as quais elaborarei mais ao longo deste artigo.
Desenvolvimento: Jaleco
Distribuição: Ratalaika Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Plataforma, Arcade
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Xbox One, Xbox Series X/S, Switch, PS4, PS5
Duração: 2 horas ( campanha)
Inovação e mecânica de jogo desajeitada
Como muitos jogos old-school da mesma época, Avenging Spirit nos traz controles muito duros e desajeitados, o que prejudica de forma perceptível o fator agilidade no título como um todo. Os controles são desconfortáveis, rígidos e sem precisão, sem falar que isso causa a impressão de que seu movimento é algo feito dentro de grupos de blocos como no primeiro jogo Pokémon.
No entanto, tenho que destacar o maior fator de diversão aqui, que é a capacidade de possuir NPCs. Isso parece ser uma coisa muito impensável de se fazer naquela época, devido à baixa capacidade de memória dos consoles nas antigas e seus respectivos concorrentes no cenário de máquinas de arcade, esses últimos sendo agraciados por um hardware inteiro dedicado a um único título.
Fator repetição
Em Avenging Spirit, você controla um personagem semelhante a um fantasma, que pode entrar no corpo das pessoas e controlá-las até esgotar seus pontos de saúde. Enquanto isso, todos os poderes que qualquer NPC específico possui também podem usados como desejar. Quando seu HP chega a zero, o jogo acaba e você não pode mais possuir ninguém.
O ponto alto da jogabilidade aqui é definitivamente o fato de cada personagem ter movimentos e ataques diferentes, o que agrega muito valor à mecânica básica da jogabilidade, pois você pode adquirir novos poderes ao possuir novas pessoas. No entanto, quando se trata da variedade de cenários e do fator novidade, Avenging Spirit fica bem aquém, pois não consegue inovar muito em sua jogabilidade central.
Cada fase consiste em lugares verticais e horizontais para percorrermos, plataformas para pular e afins, até você chegar ao final do cenário. Também há a progressão da esquerda para a direita, assim como a maioria dos jogos de plataforma da velha guarda fazia. Para ser justo, também temos batalhas contra chefes que requer atenção e são divertidas, embora elas não mudem nada na mecânica principal ou na falta de variedade que o game sofre.
Quanto aos recursos modernizados, temos a possibilidade de usar save states para continuar de onde paramos, além de ser possível salvar quando quiser. Além disso, há também uma maneira de retroceder o jogo, e isso pode ser configurado no menu de pausa para acelerar as coisas aumentando a velocidade da funcionalidade de retrocesso. Por fim, existe um sistema de conquistas internas, o que é um baita recurso para quem deseja a versão de Switch.
Mecânica interessante prejudicada pela repetitividade
Verdade seja dita: Avenging Spirit traz uma mecânica de possessão muito interessante. No entanto, essa característica principal do jogo não é suficiente para justificar a repetitividade na qual o game cai muito rapidamente. Na 2ª ou 3ª fase já é possível sentir o desespero por falta de novidades, sem contar que os inimigos começam a se repetir e, portanto, aquilo que deveria ser o auge daqui, acaba sendo mais do mesmo ao longo do processo. Finalmente, o movimento desajeitado também prejudica o controle de multidões – inimigos se amontoando e se aproximando do protagonista – que às vezes acontece na tela, como inimigos vindo em sua direção rapidamente. Isso acaba tornando difícil a esquiva devido à falta de visibilidade da proporção 4:3. Mesmo assim, vale a pena uma jogatina com Avenging Spirit apenas pela curiosidade e saudosismo, visto que esse é um título bem desconhecido em terras ocidentais.
Cópia de Switch cedida pelos produtores