Review Arkanoid – Eternal Battle (PS4) – Mais uma “releitura” de um clássico atemporal

A fórmula do célebre Breakout talvez seja uma das mais replicadas no mundo dos games. Seja para a antiga geração, nova, futura, retrasada, celulares ou até mesmo planilhas de excel, tudo que rode um software já teve sua versão da plataforma móvel que rebatia uma bolinha com o objetivo de destruir tijolinhos coloridos.

Em 1986, a Taito “criou” Arkanoid, que se tornou a releitura mais famosa do clássico do Atari, e pavimentou um legado por si só. Arkanoid – Eternal Battle é mais uma mostra do quão influente é esse título e o quanto ele ainda pode render para as gerações futuras

Desenvolvimento: Pastagames

Distribuição: Microids

Jogadores: 1-4 (local) e 1-25 (online)

Gênero: Arcade

Classificação: Livre

Português: Interface e Legendas

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: Sem Registro

Batalha dos tijolos

Já fazem mais de quatro décadas que a bolinha insiste em destruir todos os tijolos

Em termos de jogabilidade, tudo se mantém irretocável. Até mesmo o uso de power-ups que alteram o tamanho da plataforma ou as propriedades da bolinha não são coisas novas. Então, as novidades tiveram que ficar por conta do visual e dos modos de jogo apresentados.

A ideia dos modos para um jogador é sempre derrotar o vilão Doh. Temos como opções o modo Retrô, que emula exatamente o visual e comportamento da versão dos anos 80, com direito até a cabine de fliperama; e o Neo, que traz uma arte mais atual e com algumas regras novas, como a possibilidade de carregar os poderes conseguidos de uma fase para outra. Entretanto, para quem não é fã de ambientar o ecrã com um look mais nostálgico, vai ter que se conformar com a perspectiva mais distante do modo Retrô.

Para quem quer uma diversão em grupo, até quatro jogadores podem se enfrentar no Versus em tela divida, e esse modo se sobressai totalmente em relação aos dois anteriores, pois ter mais participantes torna tudo bem mais dinâmico e divertido.

Os mais nostálgicos podem jogar com o visual dos anos 80, com direito até a cabine

Por fim, o ponto fraco (que tinha tudo para ser o forte) é o Eternal Battle. Em um esquema que se mostrou muito bacana em títulos como Tetris 99 e Pac-Man 99, 25 jogadores (incluindo você) competem em busca do placar mais alto. De tempos em tempos, o dono da pior pontuação é eliminado até sobrar apenas um.

A ideia é ótima, dada a imprevisibilidade de cada tabuleiro, mas a execução é fraca. O principal é que, pelo menos na versão de PS4 utilizada para análise, não houve uma tentativa bem sucedida sequer de encontrar oponentes online. O lobby preenche as posições faltantes com IAs, mas em apenas uma das ocasiões, de um total de 15 partidas, aconteceu um pareamento com mais de um rival… e sim, foram apenas dois rivais e eu contra 23 oponentes artificiais. Divertido, não?

Mas não acabou, pois o Eternal Battle também tem outro contra complicado, que é a apresentação da tela dos oponentes. O quadro do jogador fica em primeiro plano, com os dos demais concorrentes passando freneticamente ao fundo, o que atrapalha bastante com o jogo de cores vibrantes.

A quantidade de telas passando rapidamente ao fundo atrapalha a percepção do jogo no primeiro plano

Sem amigos para jogar o Versus em casa ou frequentadores dos lobbies online, a diversão passa rápido e não há nada mais para ser feito, o que resulta em um baixo fator replay. E isso leva a mais um detalhe, que é o preço. No começo deste ano, a própria Atari lançou uma releitura do clássico, o Breakout Recharged, que também traz um novo trabalho visual, multiplayer local, mas para apenas duas pessoas, e um modo de desafios, por praticamente um terço do valor de Arkanoid Eternal Battle.

Propõe muito, mas entrega pouco

As ideias de Arkanoid Eternal Battle são boas, não dá para negar. O trabalho visual e sonoro também mostram que houve uma preocupação da Pastagames em modernizar um clássico sem que ele perdesse sua essência. Entretanto, os modos de jogo nos cansam com o tempo, e há pouco incentivo para que o jogador continue no controle por mais do que algumas horinhas.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Arkanoid - Eternal Battle

7

Nota Final

7.0/10

Prós

  • Modo Neo tem um bom trabalho visual
  • A nostalgia de jogar o modo Retrô também é bacana
  • Multiplayer para 4 jogadores
  • Eternal Battle é uma ótima ideia (na teoria)

Contras

  • O online é totalmente vazio
  • O visual do Eternal Battle causa alguns incômodos
  • Não há nada que motive o fator replay
  • Não dá para tirar o visual fliperama do modo Retrô