Sou alguém simplesmente apaixonada por jogos Shoot’ em Up, ou, como conhecemos aqui no Brasil, jogos de navinha. Tudo deste gênero me atrai instantaneamente. E com B.Ark não foi diferente. Com uma temática mais fofinha, algo um pouco inusitado para o estilo – ao menos por essas bandas, já que títulos japoneses neste estilo são mais comuns -, ele traz os animaizinhos mais fofos para defender a terra de uma horda de peixes alienígenas malvadões.
Desenvolvedora: Tic Toc Games
Distribuição: Tic Toc Games
Jogadores: 1-4 (Local)
Gênero: Arcade, Tiro
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataforma: Switch e PC
Duração: Sem registros
A maior ameaça que a Terra já viu
Com traços que remetem muito a desenhos infantis bonitinhos, B.Ark nos mostra o momento em que a Terra está sofrendo gravemente com um ataque alienígena e alguns astronautas estão fugindo do planeta, junto a seus animais de estimação. Infelizmente os humanos e seus pets são separados durante a invasão e os animaizinhos passam a vagar pelo espaço.
Com a missão de recuperar a terra e destruir a Dark Tide, Barker, o cão,; Felicity, a gata; Marv, o coelho; e Lucio, o urso, irão combater a maior ameaça do sistema solar. A cada nova missão sempre acontece um diálogo, algumas vezes até mesmo divertido entre os personagens para contar um pouco sobre seu objetivo e mais da história.
Além disso, dependendo de sua pontuação em cada missão, ainda é possível desbloquear mais algumas cenas que complementam a história antes do dia em que a Terra foi dominada.
Tudo parte de uma premissa simples, competente e cativante. Quem disse que menos não é mais?!
Mechas fofos, porém jogabilidade nem tanto
As fases são tão coloridas quanto as cenas de introdução e os personagens, mas é justamente essa temática mais leve, infantil e colorida que dá todo o charme que o jogo possui.
Cada missão representa um planeta por onde passamos derrotando a Dark Tide e ficando cada vez mais perto de chutá-los definitivamente da Terra e do nosso sistema solar. A jogabilidade é simples e funciona bem, apesar de alguns deslizes quanto a upgrades e afins, mas logo chegaremos lá.
Há um botão para atirar que, ao ser segurado, dispara continuamente e ao soltar e esperar alguns segundos ele carrega um disparo mais poderoso. Existe um comando de esquiva, muito útil por sinal, mas, ao mesmo tempo, traiçoeira, se não analisar bem onde utilizá-la. E por fim, um botão de especial, que varia o efeito de acordo com o personagem que estiver usando.
A forma de jogar muda um pouco com cada personagem, pois cada um possui habilidades e qualidades distintas. Lúcio, por exemplo, tem um especial de defesa, criando um escudo que o protege dos projéteis inimigos. Seus disparos também são muito poderosos. Marv por sua vez, utiliza balas mais fracas, porém com um tiro duplo, em que um deles é teleguiado. Seu especial consiste em desacelerar o tempo por alguns segundos.
Barker é praticamente o cara do ataque total, com seus disparos poderosos e concentrados, fora seu especial que aumenta seu poder de fogo e cria uma corrente de disparos capaz de destruir tudo pela frente. Felicity também é uma ótima atacante, mas não tão poderosa quanto Barker. Com a possibilidade de chegar a usar 3 armas simultâneas atingindo uma área maior e com um especial que potencializa seus disparos, ela é uma gatinha bem agressiva.
Agora a parte que deveria ser a mais interessante, infelizmente se torna a mais frustrante. Geralmente em Shmups podemos dar aquele upgrade em nossa nave. Na verdade, é essencial que façamos coisas do gênero para avançar, como aumentar potência de disparos, ganhar umas armas ou habilidades novas, uma melhoria aqui, outra ali, o de praxe. Contudo em B.Ark isso não funciona muito bem. Os upgrades existem sim, mas todos só dentro das fases. Há alguns itens para serem coletados nas fases, vida, aumento da barra de especial, melhoria de armas e alguns outros. Na verdade, cada inimigo derrotado é transformado em cristais que também servem para elevar o nível de sua arma, porém, infelizmente eles não são permanentes e, pra piorar, sempre que sofrer algum dano o nível de sua arma cairá drasticamente.
Também não é o caso de existir power ups, já que esses geralmente lhe proporcionam uma arma nova, tiros diferenciados e melhorias que sabemos ser temporárias e que encontramos com certa abundância. Não há armas diferentes para serem usadas e o upgrade que elas sofrem durante as fases também são temporárias. Isso meio que não faz muito sentido.
B.Ark não chega a ser um Bullet Hell fofinho, mas tem boa dificuldade, mesmo jogando no nível normal, principalmente para as últimas fases. Isso torna parte da jornada frustrante ao não ter melhorias permanentes. Ele não te dá aquela sensação de recompensa e satisfação ao passar as fases e poder melhorar seu arsenal.
A única maneira de compensar isso e “aumentar” seu poder de fogo e diminuir a dificuldade é através do modo multiplayer, que suporta até 4 jogadores. Ao ter um ou mais companheiros ao seu lado tudo fica mais fácil, por mais fraco que vocês estejam.
O game over só ocorre quando todos são derrotados, porque se houver ao menos um sobrevivente para resgatar os companheiros o jogo continuará. E eu devo dizer que poder jogar com os amigos é ótimo, e torna a experiência extremamente mais divertida! Mas, já deixo o aviso: seu modo co-op só funciona localmente.
Os mascotes heróis
Além do gráfico todo fofinho e colorido que ajuda a dar todo o charme e glamour que B.Ark possui, ele conta ainda com uma boa trilha sonora que nos embala pelos planeta do sistema solar, contando com melodias envolventes e que super combinaram com a temática, não deixam nada a desejar. Inclusive, o jogo conta com cenas dubladas também, aumentando ainda mais a sensação de que é um desenho infantil super fofo.
Agora uma coisa que me incomodou e que não entendi, até porque na descrição consta esta funcionalidade, é que não é possível jogar em modo portátil. B.Ark aceita normalmente o modo TV, o Pro Controller e o modo table top, mas, o portátil em si, não. Na hora de escolher o tipo de controle ele não reconhece os Joy-con acoplados no Switch. Achei bem estranho. Fora isso, se trata de uma aventura que, apesar de curta – gastei em torno de 4h pra finalizá-la -, é bem divertida e ainda conta com um bom fator replay ao tentar bater seus próprios recordes dentro dos níveis mais difíceis, principalmente se fizer isso com os amigos.
Senti ainda uma pequena inspiração em Mega Man, pois a cena para enfrentar os chefes é muito parecida tendo a nave seguindo por uma “porta” e ficando presa em uma área retangular com o inimigo. Além disso, a clássica mensagem de “Warning” vista nos jogos do robozinho azul também está presente. Com tudo isso, B.Ark é bem interessante e divertido e, apesar de seus tropeços, é muito gostosinho de se jogar.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong