Bem Vindos a nova aventura de Pimple, Rash e Zitz

Review Battletoads (Xbox One) – Olha a “saparada” aí, bicho

Lançado no último dia 20 para a família de consoles Xbox One (FAT, S e X) e PC temos Battletoads, reboot da série (sapistica) estrelada por Zitz, Pimple e Rash. E, bem, pare de ler essa review agora e vá jogar, acho que essa é a melhor dica que posso dar para vocês aqui é isso. Brincadeira, vamos conversar mais um pouco sobre o game.

Desenvolvimento: Dlala Studios
Distribuição: Microsoft Studios, Rare Ltd
Jogadores: 1-3 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação indicativa: 14 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: Xbox One e PC
Duração: 3 horas (campanha)/ 5 horas 100%

Lá pelos idos de 2002, uma empresa meio pobrezinha, não sei se vocês conhecem – se chama Microsoft – comprou a Rare, detentora da franquia Battletoads. Desde a aquisição, tivemos novas franquias (Grabbed by the Ghoulies, Viva Piñata, Kameo, Sea of Thieves, etc), alguns resgates de franquias clássicas em outras plataformas (Conker, Banjo e Perfect Dark), mas nada dos nossos queridos sapos. Após uma participação de Rash em Killer Instinct e Phill Spencer “trollando” todo mundo em 2015 com uma camiseta com o logo da série, temos em 2020 um soft reboot da série.

Personagens principais: Pimple, Rash e Zitz
Huguinho, zezinho e luisinho (não, pera…)

Sim, desde o primeiro trailer de gameplay de 2019, fiquei com aquela sensação de: “senhor, o que é isso?”. Bem, às vezes é bom quebrar a cara, não é mesmo? Diferente do que os vídeos divulgados passavam, a jogabilidade é tudo, menos lenta. Cada um dos nossos três sapos guerreiros possui uma característica própria. Rash é o mais balanceado, Zitz o mais veloz e Pimple o mais forte e lento. Diferente do que possa estar pensando, você não vai escolher um deles e seguir com ele até o fim do jogo. O game design inteligente traz situações em que será mais conveniente jogar com um do que com outros, fazendo o jogador variar a jogabilidade e conhecer todos os pormenores. As mutações estão de volta e variam de como e em que parte do combo de ataques vocês as usa, além de serem diferenciadas e condizentes com o biotipo de cada um – se divirta descobrindo todas elas.

O game possui alguns “enxertos” entre uma fase de pancadaria e outra, tentando assim fazer um beat ‘n up um pouco fora da caixa. Sinceramente, alguns minigames são terríveis e nada inteligíveis, como aquele que parodia os jogos olímpicos gregos, mas são um passo corajoso em direção a algo diferente do bater-bater-bater/final da fase/chefão que é o padrão da fórmula. 

Battletoads contém 4 atos, cada um deles contém um número de fases que variam em quantidade e tipos. Em uma você enfrenta um porco com dentes de tubarão, já em outra existe um clássico shoot ’em up, mudanças no protagonismo e por aí vai.

Tudo isso pode soar confuso se os personagens principais não fossem nossos queridos sapos ou se o game se prolongasse muito além da medida, algo em torno de 4 a 15 horas dependendo da sua perícia nos controles e do nível de dificuldade que escolher: Girino (fácil), Sapo (médio) e Battletoads (hard). Por falar em controles, eles estão mais completos – e complexos – do que nunca. Além dos comandos normais em um jogo desse estilo, temos o comando para ataque usando as mutações/transformações, um para esquiva/corrida – que acredite você usará sempre caso esteja jogando no médio ou difícil – e a nova mecânica da língua.

Não leve na maldade, já que são sapos, afinal, então a língua dos protagonistas pode ser usada para trocar de plano no cenário, puxar ou ir de encontro a inimigos, recuperar vida imobilizar inimigos mais fracos (não funciona nos chefes de fase).

Sempre pedimos mais variedade das desenvolvedoras, e quando temos isso viramos a cara? Meio contraditório, não? Então dê uma chance à essa nova visão que a Dlala Studios tem para Battletoads.

Personagens principais em suas fotos de costas
Nunca que vai ser tão difícil quanto antigamente…e morreu.

“Mas na época do SNES era melhor”

Ah, a nostalgia! Essas lentes amareladas e arranhadas que nos fazem ver tudo que nos remete a tempos mais simples de forma mais carinhosa. Em 1993 era lançado Battletoads in Battlemaniacs, primeiro título da série lançado no saudoso Super Nintendo. As transformações malucas, contornos bem demarcados como em uma HQ e todo pacote da estética rock ‘n roll dos anos 80 estava lá, era um produto de sua época, exatamente como o atual é.

Battletoads (2020) é um produto muito superior ao que já foi. Você não leu errado, a frase anterior é exatamente o que eu quis dizer. Você, meu amigo da casa dos 30 anos, pode esbravejar à vontade sobre como o game está “feio”. Mas querendo ou não,  essa é a estética popular com os mais jovens, vide Rick and Morty, Steven Universe, She-Ra e tantos outros. Como diriam os antigos: beleza não põe à mesa.

A estética por si só poderia ser algo como um penduricalho sem importância se não houvesse um recheio completando-o, o que graças a Phill Spencer não é o caso do jogo. Se você colocar todo o preconceito de lado, dará de cara com toda a metalinguagem e sub texto maravilhoso – esse sim foi feito para você trintão. Todo o enredo e narrativa conversam com você meu amigo “reclamão”.

Acho que piadas sobre cotidiano, busca ensandecida pela fama e mercado de trabalho não ressoam bem com o público infantil, certo?Ao mesmo tempo que o game tenta propor algo que chame a atenção de novos fãs e renove a fanbase da série, ele tenta acenar e dar um abraço aos amantes de longa data que estavam com saudades de Zitz, Pimple e Rash. No fim, salvo as devidas proporções, é uma combinação muito mais assertiva do que um Resident Evil 6 da vida.

Em tempos de “coronga”, quem tem coop online é rei!

Desde seu anúncio, a Dlala, Rare ou a própria Microsoft nunca sinalizaram que o game contaria com pancadaria em um modo online. Então, apesar da minha crítica (e de muitos), é um pouco questão de algo que gostaríamos de ter visto versus o que realmente foi prometido. Battletoads (2020) é um projeto modesto e conciso, bem fora do padrão games por serviço que a gigante verde está acostumada a entregar nos últimos anos. Isso fica fácil de ser visto, principalmente se colocarmos o mesmo ao lado dos últimos lançamentos como Grounded ou Minecraft Dungeons. Em momento algum isso é um demérito, mas só como um produto piloto que caso tenha sucesso será expandido exponencialmente em futuras sequências. Porém, mesmo assim, em tempos de pandemia espero que um modo online seja implementado posteriormente para curtirmos o game com mais pessoas.

Mas e a dificuldade, foi mantido o padrão de dificuldade da série? Bem, é Battletoads. Preciso falar mais? Boa jogatina a todos e compartilhem tanto aqui quanto nas redes do Jogando Casualmente o que acharam do game. Até a próxima!

Esta review foi feita com uma cópia de Xbox One adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming

Battletoads

9

Nota

9.0/10

Prós

  • Beat n’ up diferentão
  • Narrativa
  • Jogabilidade variada
  • Custo benefício (GamePass)

Contras

  • Ausência de cooperativo online
  • Mini-games pouco Intuitivos