Numa busca de representar o universo de Rocky Balboa e da franquia mais recente, Creed, Big Rumble Boxing: Creed Champions chega com tudo em uma proposta completamente arcade para cativar os fãs dos maiores filmes de boxe da história do cinema americano.
Desenvolvimento: Survios
Distribuição: Survios
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Esporte, Luta
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 10 horas
Punhos são armas registradas
Big Rumble Boxing: Creed Champions não possui uma história complexa e nem introdução aos filmes de Rocky e Creed. No lugar disso, temos apenas imagens estáticas dos personagens acompanhadas de seus balões de fala, um recurso um tanto quanto barato para economizar custos e trazer a narrativa sem tanto esforço.
Uma vez passada a conversa, entramos em ação no ringue para detonar o adversário com o melhor arsenal disponível: nossos punhos. De acordo com o personagem escolhido, trilhamos sua própria história e as lutas com seus respectivos adversários, com a existência sempre de um começo e fim para sua trajetória. Rocky, por exemplo, enfrenta o famigerado Apollo Creed, como também o imbatível Ivan Drago com seu corte de cabelo extravagante.
O mesmo serve para Adonis Creed, filho de Apollo, que conta com sua própria linha temporal e adversários a serem enfrentados. É uma pena que, ao enfrentar Rocky (já velho e enfraquecido), o modelo 3D do personagem continua o mesmo, sem qualquer tipo de alteração visual para fazer sentido com a época correspondente à de Adonis.
Existe também uma diferenciação caso escolhamos Rocky Balboa, o que resulta em alguns minigames interativos como esmurrar a carne e correr na esteira. São jogabilidades demasiadas simples e rápidas, mas acompanhadas pela charmosa trilha sonora que conta com Eye of the Tiger.
Arcade divertido, jogabilidade de baixo orçamento
Apesar de Big Rumble Boxing: Creed Champions ser bem divertido, especialmente por conta de seu grande foco em ser um produto arcade – o que prefiro -, o produto deixa bem nítido que é algo criado com baixo orçamento. Os personagens agem sempre da mesma forma dentro do ringue, possuindo jogabilidade idêntica, com alteração apenas no seu golpe especial. Golpe este que, aliás, apresenta sempre a mesma animação e fala, o que poderia ter variado ao menos um pouco.
Os movimentos são distribuídos nos botões de face (X, Y, A, B), além da possibilidade de aparar os golpes do seu oponente. Para isso, basta pressionar o botão de defesa no exato momento em que o soco encontra o rosto do seu personagem, o que faz com que o lutador devolva um golpe ao adversário. Algo que pode acontecer, mas admito que seja difícil, é uma repetição infinita de golpes aparados, já que não existe um limite para a quantidade de vezes que lutadores podem usar o botão de defesa para devolver o golpe – e nem um intervalo de tempo.
Outro sinal de que Big Rumble Boxing: Creed Champions foi feito com corte de custos são os itens desbloqueáveis. Quando terminamos a trajetória com algum dos lutadores disponíveis, liberamos skins para eles. Porém, o único que realmente tem uma variação visual bem trabalhada é Adonis Creed, com seu colete. De resto, apenas uma troca nas cores do calção é o incentivo para desbravarmos os ringues com algum lutador. Por outro lado, 10 personagens selecionáveis é como tudo se inicia, e liberamos um novo a cada vez que finalizamos a história de algum deles.
Finalmente, a versão de Switch roda surpreendentemente bem e com performance bastante estável. Os gráficos também não deixam a desejar, contando com luzes e sombras bem definidas, além de uma quase não-existência de serrilhado no modelo dos personagens. Também há alguns cenários disponíveis para escolher onde a briga acontecerá, e mesmo aqueles ambientados na luz do dia, com vários recursos visuais que demandam poder de processamento, são bem representados.
Divertido, mas enjoativo e questionável
Big Rumble Boxing: Creed Champions proporciona um certo nível de diversão, e isso é indiscutível. Porém, sua jogabilidade que não varia, independentemente do personagem escolhido, é um tanto quanto decepcionante. Sei que se trata de um jogo de boxe, mas, já que o foco é a jogabilidade arcade, eu esperava bem mais do produto final.
O baixo orçamento é visto em vários aspectos de Creed Champions, principalmente nas animações e nos desbloqueáveis completamente banais. Isso é perceptível até mesmo no modo História, em que Rocky enfrenta Adonis e o mesmo modelo 3D é utilizado, sem nenhum sinal de idade em seu corpo ou rosto. Por fim, Big Rumble Boxing: Creed Champions é um game que diverte por alguns minutos, mas não consegue estender isso para um pouco mais de uma hora por ser repetitivo ao extremo.
Cópia de Switch cedida pelos produtores