O lançamento de Blair Witch foi uma surpresa para todos que estavam acompanhando a E3 de 2019, muito achando inclusive que era algo relacionado a Resident Evil 7 pela câmera em primeira pessoa. Depois da produção dele, a Bloober Team decidiu fazer um projeto extra que poderia dar muito certo e trazer o terror ainda mais imersivo para o público, chegando assim às versões de realidade virtual.
Desenvolvimento: Bloober Team
Distribuição: Bloober Team
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Horror, Ação, Aventura
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Duração: 5 horas (campanha)/8 horas (100%)
Um suspeito desaparecimento
Blair Witch é um fenômeno do cinema dos anos 90 e teve seu primeiro filme lançado em 1998. O sucesso foi tão grande que era bem comum ver adolescentes comentando nas escolas o quão assustador era o filme, tanto que um jogo foi feito em 2000 para aproveitar a febre. Depois de quase 20 anos, o título retorna com uma história que antecede até mesmo o filme original, se passando no ano de 1996.
Tudo começa com um policial chamado Ellis Lynch indo até a já conhecida Black Hills Forest. Ele deliberadamente decidiu investigar o curioso caso do menino Peter Shannon, de 9 anos, que desapareceu depois de visitar um amigo. O protagonista traz o seu cão Bullet para ajudar na investigação, sendo seu principal e importante companheiro na busca pelo garoto.
Blair Witch não diz isso claramente, mas aos poucos é demonstrado que suas decisões decidem o destino de Peter, então você pode terminar com um final bom ou ruim dependendo do que fazer durante o progresso. A duração total é curta, o que pode ser um bom motivo para jogar mais uma vez a campanha para ver o segundo final ao completá-la.
Não é brincadeira
Apesar de ser exatamente a mesma história do jogo sem VR, Blair Witch tem uma total diferença na experiência ao jogar esta versão. Aqui é justamente a grande sacada da desenvolvedora, pois o jogo é realmente aterrorizante e causa tensão constante. Você constantemente escuta sons ambientes inesperados e observa vultos de vez em quando, te deixando bem assustado e receoso de progredir.
A movimentação é uma adaptação dos controles convencionais utilizando obrigatoriamente o par de controles do Playstation Move. Por um lado, a movimentação é suave e não é necessário mirar para o local que deseja caminhar, como acontece em muitos jogos de realidade virtual. O grande problema é que, por conta disso, os botões dos dois controles são usados de formas diferentes e podem causar confusão inicialmente. O Move esquerdo foca mais na movimentação do personagem, andando para frente, para trás, para os lados e agachando. Já no lado direito, o jogador utiliza os botões para virar a câmera de Ellis para a direita, esquerda e costas. A única função espelhada nos controles são os gatilhos, que representam o fechamento/abertura das mãos
Em pouco tempo o jogador se acostuma, e Blair Witch inicialmente não exige reações rápidas, passando um tempo na floresta buscando apenas pistas e documentos relacionados ao caso de Peter. Também há alguns movimentos bem intuitivos que devemos fazer para acessar os itens do inventário, como colocar as mãos no bolso e apertar o gatilho para puxar o celular, ou levar as mãos à boca e utilizar o apito que chama o Bullet para mandá-lo procurar algo e até dar um petisco.
Assustou até demais
Blair Witch VR é um dos jogos que realmente causou pavor e possivelmente trouxe a sensação de estar dentro em um Survival Horror. Por outro lado, também é assustador a utilização de uma legenda difícil de se enxergar e alguns bugs acontecerem durante o jogo, como os tutoriais não desaparecerem depois da ação ser concluída.
Apesar de alguns problemas, algo até que previsível, a desenvolvedora fez um bom trabalho e era esperado, já que também produziram jogos competentes do mesmo gênero, como Layers of Fear e The Medium. Com certeza conseguiram adicionar um bom título na lista de games de horror do PlayStation VR que as pessoas deveriam experimentar – caso tenham coragem.
Cópia de PSVR cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong