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Review Blazing Strike (Switch) – Um jogo de luta dos anos 90 no pior dos sentidos

Blazing Strike é um jogo de luta que busca reviver o espírito da primeira era de ouro do estilo, nos anos 90. Apesar da boa intenção e do esforço envolvido, temos uma jogabilidade que até tem boas ideias, mas todo o restante é falho ou inexistente.

Desenvolvimento: RareBreed Makes Games
Distribuição: Aksys Games
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch
Duração: Sem registros

O sistema de batalha até que é bom

É bizarro como lançam o jogo com os personagens nos cenários claramento inacabados
Apesar dos sprites dos personagens serem bonitos, o mesmo não pode ser dito dos cenários se você olhar os detalhes

Blazing Strike conta com um sistema de batalha de quatro botões e golpes especiais que são realizados com comandos tradicionais, como meias-luas e dois toques para frente ou para baixo. O sistema de Rush é a mecânica principal do game. Há um botão dedicado a ela que deve ser segurado para realizar diversas ações junto com outros comandos, como dash, combos simplificados, golpes EX, cancelamento de botões, combo breaker e outras opções.

O sistema de batalha é interessante e, junto com o elenco diversificado, forma a melhor parte do que Blazing Strike oferece. Temos 14 personagens e mais alguns secretos, que cobrem a maioria dos arquétipos de jogos de luta. Seus designs também são bastante legais e os sprites são bem feitos, lembrando jogos como Street Fighter III e Garou: Mark of the Wolves – embora algumas animações sejam um pouco estranhas. Em suma, temos um sistema de combate até que divertido e bem pensado, ainda que longe de ser algo polido – é fácil encontrar combos infinitos, por exemplo. Porém, exceto a parte visual e a jogabilidade, é difícil encontrar mais algo elogiável em Blazing Strike.

Sim, é só isso

São três filtros, além de ser possível jogar sem nenhum
Filtros de imagem deixam o clima do jogo mais interessante

Vamos começar com uma visão geral: existem pouquíssimos modos de jogos, apenas o totalmente básico: história, arcade, versus, online e treino. O problema é que além de só termos isso, todas as opções são mal implementadas e pobres, com algumas coisas beirando o inacreditável. Primeiramente, gostaria de citar que o game simplesmente não ensina absolutamente nada. Não há nenhum tipo de tutorial ou explicação das mecânicas. Tudo que descrevi acima eu descobri porque pesquisei na internet. Por exemplo, o jogo contém uma mecânica de parry, similar a Street Fighter III, mas só soube disso porque li online. Não existir sequer uma tela com texto descrevendo as mecânicas é inaceitável em 2024.

O modo história é o único com algum esforço envolvido, com cenas que são apresentadas por artes na forma de quadrinhos e longos diálogos escritos contam uma história um pouco confusa. Você pode terminar tudo em pouco mais de uma hora. E sequer existe uma forma de salvar o progresso e continuar depois: se começou, tem que ir até o final.

Uns 30 anos atrasado

Mesmo o modo história sendo algo extremamente básico, ainda apresenta coisas bugadas e amadoras
Modo história: o que aconteceu por aqui? Por que tem um personagem pra fora da tela? Nenhum dos personagens na tela é MJ, que é quem está falando

O modo arcade é extremamente raso. Apenas acontecem lutas uma atrás da outra, sem uma introdução, um diálogo, alguma arte ou qualquer coisa. Sequer há finais para cada personagem, ficando aquém de Street Fighter II: The World Warrior, de 1991. Não tem um chefe, apesar de existirem alguns no modo história, e a ordem dos personagens enfrentados é sempre a mesma.

As opções de treino são limitadíssimas e não podem ser alteradas durante a prática. Devem ser escolhidas antes do treino e sequer ficam salvas para as próximas vezes. Além disso, algumas opções simplesmente não funcionam: a opção do dummy defender apenas após o primeiro golpe só funciona na primeira vez, a informação de dano não é exibida, assim como a de stun.

O esforço é apreciado, mas…

A barra em cima da vida é a do sistema de Rush
Modo treino é um dos piores já vistos em um jogo de luta

Como comentado, o visual dos personagens e seus gráficos em pixel art são bem bonitos. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre os cenários que, apesar de alguns serem bonitos também, há outros feios e com sprites esquisitos. O game vem por padrão com um filtro de máquinas arcade ativado, e conta com outras opções que lembram os games dos anos 90 e deixam o visual ainda melhor. Por fim, não encontrei nenhuma partida online para testar a jogabilidade em rede.

Blazing Strike possivelmente seria um jogo bem recebido nos anos 90, mas atualmente é difícil aceitar algo assim, por mais que seja um título indie. Na verdade, a grande maioria dos elementos do jogo (como gameplay, design de personagens, direção de arte, história) foi criada por uma única pessoa, o desenvolvedor Mark Minkyu Chung. Mas apesar de já estar há vários anos em desenvolvimento, fica claro que o game foi lançado em um estado muito precoce. Certamente, existem jogos em MUGEN mais bem feitos.

Protótipo vendido como jogo finalizado

A impressão é que Blazing Strike parece um protótipo de protótipo que foi lançado ao mundo como um produto completo. Além disso, é definitivamente muito caro para o que oferece – 40 dólares no exterior ou cerca de 200 reais nas lojas brasileiras dos consoles. É uma pena que um título com um ótimo visual e mecânicas interessantes não tenha sido refinado para explorar todo seu potencial.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Blazing Strike

5.5

Nota final

5.5/10

Prós

  • Design e sprites dos personagens

Contras

  • Modos de jogo extremamente básicos
  • Não há nenhum tutorial dentro do jogo
  • Menus pouco responsivos
  • Tudo soa como um produto não finalizado