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Review Call of Duty: Modern Warfare II (Xbox Series X) – A Força-Tarefa 141 contra o terrorismo

Call of Duty Modern Warfare II é a mais nova iteração da franquia, cuja Campanha narra eventos diretamente ligados ao título anterior, e com modos multiplayer que trazem sistemas atualizados de personalização de armas e anexos.

Desenvolvimento: Infinity Ward
Distribuição: Activision Blizzard
Jogadores: 1-4 (local) e 1-40 (online)
Gênero: Tiro
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, Legendas e Interface
Plataformas: Xbox One, Xbox Series S/X, PS4, PS5, PC
Duração: 8 horas (campanha)/16 horas (100%)

Força-Tarefa 141

Missão de resgate da Força-Tarefa 141

Modern Warfare II dá continuidade à história do jogo anterior, Modern Warfare, lançado em 2019. O terrorista Hassan ainda é uma ameaça global, e cabe ao Capitão Price e sua equipe recém-formada, Força-Tarefa 141, impedir que os planos de Hassan sejam concluídos.

A campanha de MWII começa de forma empolgante, com cenas de ação explosivas mescladas com tiroteios intensos, especialmente em missões de inserção tática noturna com equipamentos específicos como óculos especiais e miras a laser para aquisição de alvos facilitada. Destaque para a missão introdutória e para a fase que se passa na fronteira entre Estados Unidos e México.

Infelizmente, os personagens em si não empolgam tanto quanto o esperado. Ícones da franquia, como Price e Ghost, têm papéis importantes e personalidades muito convincentes. Soap, por outro lado, não empolga tanto quanto na trilogia Modern Warfare original, cujo personagem parecia mais imponente e tenaz do que sua versão mais atual.

É preciso dar destaque para novos rostos, especialmente o coronel das Forças Especiais Mexicanas, Alerrandro, e seu braço direito, Rudy. A dupla funciona bem com Price e os heróis clássicos de Call of Duty, e ajudam a avançar a narrativa em pontos específicos.

Do lado dos vilões, pouco se aproveita. Hassan é completamente descartável, especialmente se comparado aos vilões da trilogia MW original, como Imran Zakhaev e Vladimir Makarov. 

General Shepherd e a companhia de mercenários Shadow Company são finalmente apresentados em MWII, mas o desenvolvimento de ambos como vilões é completamente pífio. A reviravolta que transforma a Shadow Company em inimiga da equipe de Price e Ghost é sem graça, além de colocar como vilão coadjuvante um dos personagens mais sem graça de Call of Duty, na pele do comandante Graves.

Com uma conclusão ao menos satisfatória e missões com mecânicas variadas, como criação de itens, rapel tático em um edifício urbano e perseguição de veículos em rodovias, a campanha de Modern Warfare II, embora não seja tão memorável quanto o título anterior, entrega desafio e diversão na medida certa e resgata personagens clássicos de maneira aceitável. Ao mesmo tempo, são apresentados novos rostos, o que prepara o terreno para o próximo capítulo da saga atualizada de Modern Warfare.

Trocando tiros com outros jogadores

Troca de tiros no multiplayer

Com jogabilidade fluida e precisa de primeira linha, Modern Warfare traz um modo multiplayer com novidades pontuais mas bem impactantes, especialmente para os veteranos da franquia.

A personalização de armas com acessórios via plataforma Gunsmith retorna, atualizada com novas funcionalidades. A primeira delas fica por conta do desbloqueio de acessórios para as armas, que agora é feito de forma universal. Cada arma pode ser elevada a um nível específico conforme é usada em combates online.

Os acessórios desbloqueados durante esse percurso podem ser equipados em todas as armas compatíveis com esses respectivos acessórios. Ao fazer isso, MWII incentiva o uso de diferentes armas, o que cria uma variedade na jogabilidade. Entretanto, essa variedade pode ser enxergada de forma negativa, visto que bloqueia certos equipamentos atrás de armas que podem não ser compatíveis com o estilo de jogo preferido de certos jogadores.

Uma outra atualização nos sistemas de Call of Duty está na mecânica de Vantagens (ou Perks, no original). As Vantagens são divididas em três categorias.  É possível equipar duas Vantagens básicas, uma Intermediária e uma Suprema. Porém, ao contrário dos jogos anteriores, essas Vantagens não ficam ativas desde o início da partida, mas sim vão sendo ativadas ao longo dela. As Vantagens disponíveis são típicas da série Call of Duty, como Sucateador, que permite a coleta de munição em inimigos abatidos; Mãos Rápidas, para uso de equipamentos e recarga de armas mais velozes; dentre outras.

O design dos mapas é bem variado, com bastante verticalidade e uma mescla positiva entre áreas de combate de média/longa distância, como vielas e ruas destruídas de um vilarejo e campos no entorno de um prédio rural; e áreas de embates de proximidade, como museus históricos e áreas de treinamento militar.

O tempo para matar (ou o famoso time to kill/TTK) é bem curto em MWII. A sensação é de que matar e morrer ocorre em questão de um ou dois segundos, fazendo deste Call of Duty um dos títulos com menor tempo de reação durante as trocas de tiro, o que pode afastar jogadores mais casuais que não estão acostumados a jogar contra aqueles que saem correndo, pulando e deslizando para cima e para baixo.

Modalidade em terceira pessoa

Completando o pacote de novidades, Modern Warfare II traz duas modalidades novas. A primeira delas é uma lista de jogos para ser jogada em Terceira Pessoa. Embora não seja inédito na franquia, MWII resgata um desejo e uma curiosidade dos fãs ao trazer uma perspectiva que permita ver o personagem por inteiro. Funcional e divertida, essa modalidade mostra que Call of Duty poderia se dar muito bem no gênero de Tiro em Terceira pessoa, principalmente se adotasse uma mecânica refinada de cobertura em elementos do cenário.

A segunda modalidade se chama Invasão, que coloca dois times de 40 jogadores cada para batalharem em mapas maiores com a presença de veículos leves de transporte e até mesmo pesados, como tanques e helicópteros de combate. O diferencial é que cada equipe é formada por 20 jogadores humanos e 20 soldados controlados pela inteligência artificial. No papel, a ideia é boa, mas, na prática, é apenas um sistema insosso. A inteligência artificial é, na maioria das vezes, muito inferior a qualquer jogador humano de Call of Duty, seja ele novato ou veterano.

Uma experiência que vale a pena

Call of Duty: Modern Warfare II é um pacote completo de diversão. Sua campanha possui momentos intensos e traz de volta personagens bastante queridos. Mesmo que não seja memorável como os jogos da trilogia Modern Warfare original, o modo história entrega diversidade de mecânicas e cenas de ação competentes.

O modo multiplayer está mais refinado do que nunca. A variedade de armas é grande, e vai desde rifles de assalto conhecidos, como AK, M4 e ACW-R, passando por submetralhadoras como Vector e até MP5 e rifles de atirador, como Barret .50. Há equipamentos para cada estilo de jogo, seja para quem gosta de sair correndo e atirando a esmo, ou para quem prefere se manter seguro à distância e buscar eliminações sorrateiras e de impacto. Além disso, os mapas casam bem com essa variedade de possibilidades ao oferecer layouts que não priorizam apenas um estilo de jogo.

Cópia de Xbox Series X cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Call of Duty: Modern Warfare II

9

nota final

9.0/10

Prós

  • Retorno de personagens clássicos da franquia
  • Variedade de armas
  • Mapas e layouts que abrangem todos os estilos de jogo
  • Visualmente impecável

Contras

  • Vilões descartáveis
  • Sistema de desbloqueio de acessórios