Contra é uma série que descobri na era do NES. De imediato, o jogo me pareceu bastante divertido por sua essência de ação intensa, um aspecto que tem sido central para a franquia desde seu início. No entanto, certos elementos fundamentais do estilo do jogo acabam por limitar seu potencial, trazendo uma sensação de nostalgia que nos remete aos jogos antigos.
Desenvolvimento: WayForward
Distribuição: Konami
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Arcade, Ação, Plataforma
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
Duração: 2 horas (campanha)/5 horas (100%)
No arquipélago de Galuga
Em Contra: Operation Galuga, a aventura começa com os personagens do time Contra, a conhecida dupla Lance Bean e Bill Rizer. Nossa missão é invadir a vila local, destruir tudo à vista, escalar coisas e neutralizar qualquer ameaça que surgir no caminho até o final da fase.
A mecânica central de tiro mantém-se fiel às suas raízes, com adições como o pulo duplo e a capacidade de carregar até duas armas diferentes simultaneamente, fora um botão de dash. Agora, podemos descartar as armas para ativar um efeito chamado Overload, gerando efeitos variados ao redor do personagem, como um escudo de fogo, robôs voadores que atacam os inimigos, e um poder que desacelera o tempo e congela os inimigos na tela. Esses efeitos têm duração limitada, exigindo um uso estratégico.
Quanto ao arsenal disponível, há uma diversidade de armas com estilos e mecânicas de disparo distintos. Uma das mais emblemáticas é a arma M, que espalha as balas. Além disso, é possível escolher a arma que mais lhe agrada, como uma que se tornou minha favorita, capaz de seguir os inimigos e funcionar quase como uma mira automática. Também pode-se aprimorar essas armas ao coletar o mesmo emblema duas vezes, melhorando seu efeito visual e eficácia.
Diversão pra quatro pessoas
Jogar Contra é idealmente uma experiência para dois jogadores ou mais, e aqueles que apreciam essa modalidade encontrarão aqui um ambiente familiar e satisfatório. O game suporta cooperação local para até quatro jogadores, o que pode tornar a tela bastante caótica. Um ponto negativo é a impossibilidade de reviver jogadores caídos, o que pode diminuir o apelo do modo cooperativo. Entendo a intenção de evocar os anos 90 e 80 nesse aspecto, porém, acredito que essa opção deveria estar disponível – ao menos na dificuldade mais fácil.
Ao final de cada fase, é possível adquirir vantagens na loja de Perks (vantagens). Essas vantagens podem ser globais ou específicas para um personagem (ou restrito a um personagem em especial), ou seja, as globais afetam toda a equipe, enquanto as específicas precisam ser equipadas e ocupam um dos dois espaços disponíveis no inventário de cada jogador. Isso incentiva a criatividade na combinação de vantagens para criar personagens mais eficientes, como o meu, que era capaz de se curar ao descartar armas e manter o armamento mesmo após morrer.
Após concluir as 8 fase – as quais variam na verticalidade, câmera, e até jogabilidade com motos -, o jogo oferece pouca recompensa adicional. O modo Challenge (Desafio) permite enfrentar uma série de objetivos para ganhar dinheiro e completá-los, enquanto o modo Arcade é basicamente uma reciclagem do Modo História sem a opção de continuar após a derrota de todos os jogadores. Apesar de desbloquearmos personagens extras à medida que avançamos no Modo História e após vencer a batalha final contra o chefe mais poderoso, Operation Galuga peca pela falta de conteúdo adicional.
Um pouco mais de conteúdo seria bem-vindo
Contra: Operation Galuga é, sem dúvida, uma obra-prima do gênero de ação intensa e run ‘n’ gun no que diz respeito à jogabilidade e personagens, mas deixa a desejar em termos de conteúdo extra. Já experimentei títulos independentes como o brasileiro Blazing Chrome, que adiciona novas camadas após a conclusão da campanha principal, introduzindo personagens com mecânicas distintas. Aqui, os personagens são bastante semelhantes entre si, com algumas variações menores; como Ariana, que pode deslizar pelo chão, e Stanley, que pode pairar por alguns segundos. No final, as diferenças são sutis, e seria mais gratificante receber recompensas mais significativas após a conclusão da última missão. No entanto, não se pode negar que Contra: Operation Galuga é extremamente divertido, e eu o recomendo fortemente, mas leve em consideração que o conteúdo total dura cerca de 2 horas.
Assista a versão em vídeo da review abaixo:
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores