Hoje em dia, os jogos MMO (Massive Multiplayer Online) são bem famosos e jogados mundialmente, conhecidos principalmente por suas customizações de personagens, interações entre pessoas do mundo todo, quests, batalhas e muito mais. É essa temática que CrossCode aborda, numa incrível aventura que questiona as situações e influências entre o mundo real e virtual.
Desenvolvimento: Radical Fish Games
Distribuição: Deck 13
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Puzzle
Classificação Indicativa: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: 31 horas (campanha)/ 79 horas (100%)
Inicializando Avatar
CrossCode inicia e já te explica o que está acontecendo de uma forma bem clara: você está dentro de um jogo chamado CrossWorlds e seu nome é Lea. Por algum motivo, a protagonista possui um papel importante dentro deste mundo virtual e ainda não sabe o porquê, pois ela não se lembra de nada – incluindo quem ela é na vida real. Seu objetivo é jogar este MMO para que suas memórias sejam retomadas.
Lea é uma personagem da classe spheromancer – que possui problemas em seu sintetizador de voz e por conta disso é muda -e conhece outros jogadores com classes diferentes, como a pentafist Emilie e o hexacast Troy. Eles participam da aventura juntos após criarem um grupo, método comum de progresso em conjunto nos jogos online.
Enquanto passeiam pelo mundo virtual, há diversos momentos em que eles conversam sobre suas frustrações pessoais e seus afazeres da vida real, incluindo ter que desconectar do jogo em diversos momentos da história para alguma atividade importante, como uma prova ou reunião de trabalho no dia seguinte.
O mundo de CrossWorlds
Ao acessar a área de iniciantes de CrossWorlds você perceberá como o cenário é bem orgânico e possui muitos “jogadores” andando pela área para imitar a ambientação de um MMO. Apesar disso, CrossCode é totalmente offline e não é este tipo de jogo, mesmo emprestando alguns elementos presente no gênero. Ele é um RPG de ação bem dinâmico, frenético e visto com câmera de cima.
A mecânica lembra muito os jogos da série Ys, já que o jogador é totalmente responsável por atacar, defender e esquivar. Cada monstro derrotado fornece pontos de experiência a Lea que, ao subir de nível, recebe um ponto para evoluir sua árvore de habilidades, fornecendo atributos extras ou habilidades novas.
Um mundo vasto e cheio de tarefas
Pela principal temática abordada no jogo, não poderia faltar as conhecidas dungeons. Cada uma delas possui várias salas onde há um quebra-cabeça a ser resolvido utilizando as mecânicas já conhecidas. Chegando a um certo ponto, há um chefe a ser derrotado que liberará um módulo elemental para Lea, necessário para acessar áreas antes impossíveis, e que permite, por exemplo, acender bombas com projéteis de fogo.
Após prosseguir mais um pouco, você encontrará a chave-mestra que dará acesso ao chefe principal daquela área. Utilizando o novo módulo elemental para derrotá-lo, um fragmento é entregue a Lea e dará permissão para acessar uma nova localização em CrossWorlds.
Sempre que um novo cenário é liberado, os próprios personagens recomendam que você pare na próxima cidade, compre novos equipamentos e faça as sidequests, pois o jogo é pensado principalmente para oferecer desafios, tanto em batalhas quanto nos calabouços. Caso esteja com dificuldades para prosseguir, o jogador pode diminuir a dificuldade de uma forma um pouco diferente: ele decidirá a porcentagem de dano que receberá dos inimigos, a frequência de ataques e a velocidade dos quebra-cabeças. Esse valor pode ser alterado a qualquer momento..
Uma experiência que supera expectativas
A história é um ponto muito forte. Ela é cativante, bem construída e o desenvolvimento dos personagens é muito bom. Em vários momentos há a sensação de realmente estar em um MMO se divertindo com seus amigos em alguma missão para depois se despedirem e entrarem em CrossWorlds no da seguinte. Mesmo terminando o jogo, ainda há mais conteúdo para ser explorado, incluindo um segundo final.
No final, CrossCode mostrou ser um jogo incrível que te incentiva a enfrentar suas dificuldades durante o jogo. Houve vários momentos em que os puzzles eram bem desafiadores e era preciso parar para entender qual a solução correta. Além disso, ele também te obriga a utilizar defesa e esquiva a todo momento para encontrar o ponto fraco correto dos inimigos. CrossCode é uma incrível descoberta e recomendado principalmente para fãs de The Legend of Zelda, que perceberão diversas semelhanças positivas do título.
Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores.
Revisão: Samuel Leão e Jason Ming Hong