Crymachina tem uma premissa muito boa, já que mistura muitos elementos dos filmes da série Matrix com as waifus japonesas. Porém, a forma como os responsáveis decidiram contar a história e, principalmente, lidar com o desenvolvimento da aventura, não foi a melhor possível, o que é uma pena.
Desenvolvimento: FuRyu
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Switch, PC
Duração: Não disponível
Uma história futurística
Uma estranha doença assolou o mundo e causou a morte de muita gente. Dentre todas as pessoas, Leben Distel acaba sendo escolhida por Enoa, que é uma Dei ex Machina. Propator, o primeiro dos Dei, acaba se perdendo, o que causa uma ruptura nas outras entidades. Leben e Enoa estão no Eden, e sua missão é restaurar a humanidade. Para isso, elas precisam criar um “Real Human”.
O começo da história é muito bom e empolgante. O próprio jogo diz ser baseado em Matrix, mas, com o tempo, a coisa toda fica um tanto quanto enrolada. Os desenvolvedores usaram conversas com chás e bolachas para desenrolar a narrativa. E há MUITAS delas, tanto das obrigatórias quanto das opcionais, e isso tira um pouco da tensão do game.
Um combate legal, mas…
Todas as vezes em que Leben vai para o combate, ela assume uma forma robótica, por assim dizer, o que dá acesso a armas como espadas e a capacidade de usar algumas habilidades especiais. Contudo, a premissa é bem legal, mas o seu funcionamento não é bom. Uma coisa que precisamos fazer com bastante frequência é esquivar, e há uma marcação que o inimigo nos mostra quando temos essa opção. Porém, especialmente nos chefes, é muito comum ficar preso em paredes invisíveis e tomar todo o dano. Além da esquiva, alguns golpes podem ser aparados, o que nos dá uma certa vantagem, já que assim aumentamos um pouco a barra de quebra do inimigo.
O combate como um todo é bem legal e divertido. Contudo, é apenas isso. São poucos inimigos por fase, o que nos faz ir direto para o chefe na maioria das vezes.
A exploração se dá através de fases, que são razoavelmente grandes. Podemos andar pelo mapa com certa liberdade, mas não há muitos inimigos para lutar, o que faz com que esse aspecto seja basicamente inútil. É sempre um caminho cheio de corredores, alguns itens para pegar e então um chefe. Depois é voltar para o Eden, ver mais cenas do chá, e repete, e repete…
O sistema de progressão de nível das personagens jogáveis é muito ruim, e pesa muito na hora dos combates. A cada fase, vamos juntando pontos de experiência que podem ser usados para aumentar o nível das heroínas. Alguns níveis são exclusivos de determinadas personagens, e isso nos obriga a distribuir bem os níveis e também a aumentar as habilidades delas.
Um dos jogos já feitos
Os gráficos de Crymachina são muito bonitos, mas o pacote em si não agrada por não ter tanta coisa para fazer ou inimigos para lutar. A história poderia ser contada de outro jeito, já que a forma escolhida é extremamente estática com muito, mas muito diálogo. O combate é ótimo e muito divertido, mas como dito acima, não há muitos inimigos para se lutar, o que deixa a exploração um tanto quanto vazia. A sensação que dá é que a FuRyu tinha uma grande oportunidade para fazer uma aventura intensa e cheia bons momentos, mas não conseguiu alcançar seu potencial total, infelizmente.
Código de PS5 enviado pela produtora
Revisão: Julio Pinheiro