Capa de CYGNI: All Guns Blazing

Review CYGNI: All Guns Blazing (PC) – A volta dos jogos de navinha

Publicado pela Konami, CYGNI: All Guns Blazing é o jogo de estreia do estúdio escocês KeelWorks. O título é um shoot ’em up aéreo – o famoso jogo de navinha – que marca o retorno de um gênero que há muito tempo não via um lançamento de destaque como esse. A experiência é repleta de ideias interessantes e propicia uma ação totalmente alucinante e frenética, mas o game, no geral, é exageradamente difícil e é prejudicado pela falta de uma curva de aprendizado satisfatória.

Desenvolvimento: KeelWorks

Distribuição: Konami

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Ação, Tiro

Classificação: 12 anos

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S

Duração: 3 horas (campanha)

Uma jornada desafiadora

Gameplay de CYGNI: All Guns Blazing

No jogo, assumimos o controle de um piloto para ser a única linha de defesa contra ataques alienígenas que buscam aniquilar todas as forças da Terra, uma civilização já em ruínas. Apesar do game ter várias cutscenes que contextualizam essa guerra, a narrativa não é o foco do título, cuja campanha pode ser jogada de forma cooperativa com outra pessoa localmente, sem suporte para o online.

CYGNI: All Guns Blazing apresenta uma jornada linear, onde o objetivo é derrotar tudo que aparece pela frente ao longo das sete fases da campanha. O game não se resume a isso, claro, pois é importante se mover em direção aos pontos de energia que são dropados pelos inimigos ao serem eliminados. Esses pontos funcionam como uma espécie de moeda, que é dividida dinamicamente entre o escudo da nave e os mísseis dela, que podem ser usados para neutralizar ameaças mais rapidamente. Portanto, é vital equilibrar os recursos com cuidado, prestando sempre atenção para não esgotar a defesa e morrer no meio de uma fase.

Jogabilidade de CYGNI: All Guns Blazing

Até porque a morte resulta na perda de todo o progresso de uma fase. Não há mecânicas que, aos poucos, concedam melhorias para tentativas posteriores, como um roguelike teria, por exemplo. Embora essa abordagem pudesse se encaixar perfeitamente em um jogo punitivo como esse, os produtores optaram por criar uma experiência focada no lado tradicional de um game arcade. CYGNI: All Guns Blazing tenta mais referenciar um gênero “das antigas” do que qualquer outra coisa, com uma fidelidade maior às raízes dos clássicos jogos de navinha e sem muitas modernidades.

Há, entretanto, um tutorial interativo que ensina todas as mecânicas básicas do jogo, além de aprimoramentos desbloqueáveis e um sistema de dificuldades. No entanto, o desafio é exagerado mesmo no modo mais fácil, que oferece até três vidas adicionais, mas sem a adição de pontos de controle no decorrer das fases – e a ausência de checkpoints é o principal fator que faz com que CYGNI: All Guns Blazing seja frustrante e cansativo. Mesmo que o título não seja um dos mais longos, com cada fase durando cerca de 20 minutos, morrer perto do final de uma fase e precisar recomeçar a missão desde o início é, no mínimo, desgastante.

Desempenho ruim prejudica tudo

Batalhas em CYGNI: All Guns Blazing

Produzido através da Unreal Engine, CYGNI: All Guns Blazing apresenta visuais esplêndidos e é um verdadeiro showcase artístico, com uma trilha orquestrada sensacional que combina bem com o tom épico da aventura. Contudo, a performance da versão para computadores deixa a desejar. O desempenho compromete a fluidez e a responsividade, que são elementos essenciais para que um shoot ’em up tenha uma boa jogabilidade.

Como há muito na tela o tempo todo, às vezes é difícil saber exatamente o que fazer durante a campanha e se orientar corretamente – e o caos da jogabilidade frequentemente faz com que a taxa de quadros caia abaixo dos 30 fps. Além disso, a movimentação da nave também não agrada tanto. Apesar de não existirem restrições quanto à posição dela no mapa, os ângulos das armas são limitados e não permitem tiros em 360 graus.

Missão de CYGNI: All Guns Blazing

Por fim, CYGNI: All Guns Blazing acaba afastando aqueles que não têm tanta habilidade em jogos de navinha, mas que poderiam se cativar pela incrível direção artística, uma vez que a dificuldade alta tende a atrair apenas quem já é fã do gênero. Mas ainda assim, até os fãs podem se decepcionar com o game por conta da visibilidade confusa dos adversários e da jogabilidade limitada da nave – criando um grande dilema, já que o título não é uma experiência ideal nem para um público casual nem para um público hardcore.

De graça na Epic, vale a pena

Mesmo com seus problemas, CYGNI: All Guns Blazing consegue proporcionar uma gameplay interessante e relativamente curta – embora a duração exata dependa das habilidades de cada jogador. A excelente direção de arte torna o título uma experiência envolvente, mas a insistência no punitivismo impede que o game atinja seu potencial e conquiste um novo público. Porém, considerando que o jogo foi lançado gratuitamente na loja da Epic Games, vale a pena pelo menos baixar o jogo para conferir como ele é.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

CYGNI: All Guns Blazing

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • Boa direção artística
  • Campanha curta

Contras

  • Dificuldade exagerada
  • Controles limitados