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Review Darksiders Genesis (Switch) – Diferente e maravilhoso

O mais novo jogo dos cavaleiros do Apocalipse da THQ lembra de longe Diablo, mas não tem nada parecido com a franquia da Blizzard no geral. Darksiders Genesis é um jogo de hack ‘n Slash com visão isométrica e bastante ação, com o estilo Darksiders de ser.

É realmente uma fórmula bastante diferente da já conhecida em Darksiders. Mas será que deu certo ou foi apenas uma tentativa frustrada?

Desenvolvimento: THQ Nordic
Edição: THQ Nordic
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Ação, Aventura, Multiplayer
Classificação indicativa:
 14 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 14 horas (campanha) / 28 horas (100%)

Guerra e conflito

Os dois Cavaleiros do Apocalipse, um misto de anjos e demônios, sempre pertenceram a um grupo chamado O Conselho, o qual é responsável por manter o equilíbrio e mandar nestes guerreiros. Porém, uma ordem foi dada para que os Cavaleiros eliminassem completamente sua própria raça.

Após uma guerra sangrenta no Éden respeitando a tarefa que foi dada, os “heróis” Guerra e Conflito recebem a missão de irem atrás de Lúcifer, o qual planeja conceder um grande poder aos demônios do inferno e afetar o equilíbrio natural. Sua principal tarefa é desbravar e desmembrar uma legião destes seres diabólicos enquanto procura pelo rei dos mesmos.

Toda a história é contada através de cutscenes no estilo história em quadrinhos e diálogos, são realmente poucos minutos onde nos são apresentadas algumas animações em 3D. Alguns podem se incomodar com isso, mas eu considero um verdadeiro charme.

Uma jogabilidade incrível

A estrutura das fases é linear e segue um padrão de hordas de inimigos inimigos em certos momentos, puzzles e desafios de plataformas, mas sempre variando entre estes três de uma forma inteligente – portanto não se preocupem em cair na mesmice. Alguns cenários fazem um uso de backtracking para que você volte em algumas áreas, mas não intensamente.

Os desafios de plataforma e puzzle são mais presentes do que as batalhas, então, relaxa, Darksiders Genesis não cai no erro de ser um jogo de esmagar botões e porradaria pra todo lado. São desafios que às vezes vão te fazer pensar “nossa, como não vi aquilo?”, mas no bom sentido.

São coisas diferentes a se fazer durante as fases, tanto completando o objetivo principal quanto os secundários. Os primários te fazem obviamente avançar no enredo, já os secundários te dão almas para gastar depois na loja a fim de adquirir upgrades.

O jogo também oferece uma árvore de melhorias levemente complexa e confusa que faz uso de “Core” de criaturas, a qual não tive muita paciência para me debrucar sobre como funciona. Sinceramente não me fez falta nenhuma, continuei detonando seres infernais sem problemas.

Em relação à jogabilidade, existirão momentos onde você vai precisar escalar paredes, flutuar com suas asas sobre precipícios, usar uma espécie de boomerang para levar chamas de um cálice ao outro, entre outros elementos já presentes na franquia Darksiders que aqui são traduzidos de forma competente e divertida para um jogo com câmera isométrica.

Tudo isso pode ser aproveitado com uma pessoa através do multiplayer online, o qual é feito de uma forma, digamos, singular e até questionável. Apesar disso, consegui jogar com algumas pessoas aleatórias da internet, mas estranhamente elas não apareciam naquele menu do Switch “pessoas com quem você jogou”.

O jogo usa um sistema de hub, que é um lugar central onde você navega entre as fases disponíveis no jogo. Este local é o covil de Vulgrim, um demônio que trabalha de forma independente e comercializa consumíveis, melhorias para os personagens e itens exclusivos.

Carisma acima da média

Os diálogos são extremamente bem construídos, e você sente uma relação verdadeira entre Conflito e Guerra. Fora isso, o bom humor em suas falas é feita de forma fenomenal, transmitindo realmente que ali existem dois personagens conversando de forma sincera, quase como num filme de grande bilheteria.

Falando novamente sobre a forma que a história é contada em cenas que remetem à histórias em quadrinhos, o jogo é realmente uma obra de arte audiovisual pra ninguém botar defeito.

O que poderia melhorar

Infelizmente a câmera é um dos maiores defeitos do jogo, fazendo com que o personagem acabe ficando representado na tela de forma minúscula sem permitir dar um zoom. E não existe um meio termo: na TV e no modo portátil este problema é presente. Se estiver jogando na TV, precisará ficar bem próximo à tela para enxergar alguma coisa, já se estiver jogando no modo portátil naturalmente os elementos da tela vão proporcionalmente ficar pequenos, além de embaçados por causa das limitações deste modo.

Como a câmera foi feita para ser dinâmica, é comum que em vários momentos ela acabe se aproximando para dar destaque à cena ou ao local por onde você está passando, e nestas áreas você praticamente suplica ao jogo para que ele continue com o posicionamento daquele jeito, por tão perfeito que a visualização se torna.

Como o Switch é um console não muito potente, a questão da imagem piora ainda mais com a baixa resolução gráfica. É comum vermos cenas borradas e falta de efeitos de luz e sombra em vários pontos do jogo, mas no portátil isso se agrava e sinto que estou jogando algo no ultra-low do PC.

Algo está bem errado por aqui

O multiplayer é completamente confuso e contra intuitivo, já que menu principal existe a função de jogar com amigos pela internet ou através wireless do Switch. Porém, por algum motivo você pode entrar em sessões aleatórias mas não as pode criar – nem no manual do jogo existe uma explicação. Já para jogar no modo tela dividida é preciso ir em a um cristal no começo de um cenário do jogo e ativar, mas em nenhum momento é explicado isso, só quando interagimos com este cristal propriamente dito.

O modo online também vive sem pessoas jogando e não existe qualquer tipo de crossplay entre plataformas diferentes. Bom, no caso de não existir uma alma viva em Darksiders Genesis, acredito eu que tenham corrigido alguma coisa nos lobbys porque a própria THQ me disse que o jogo foi feito para jogar com amigos apenas – acho que algum patch retirou o modo aleatório.

A tradução para português é um pouco imprecisa, então optei por jogar em inglês e percebi que algumas frases e palavras são traduzidas de forma que até mudam o sentido das funções, como no menu principal onde o modo adhoc em português se chama “sessão aleatória”. Faz sentido?

O mapa também é bem problemático e faz o trabalho de forma precária, já que simplesmente mostra a área onde você está, em vez de representar o jogador como um ícone. Muitas das vezes ele não me serviu para absolutamente nada e acabei basicamente nem fazendo tanto uso. Atualização: no patch 1.0.3 eles corrigiram isso e agora podemos saber exatamente onde estamos com um indicador.

Pra finalizar, a árvore de melhorias, como citado, é bastante estranha e você nunca consegue de situar para saber o que está acontecendo. Ela funciona, mas você continua sem compreender. É mais fácil seguir em frente e fingir que ela não existe.

Mudança bem-vinda

Darksiders Genesis é um jogo completamente destoante da franquia toda, e gosto muito disso. Mudar o gênero de um título e o transformar de repente não é para qualquer um, mas fico feliz em dizer que o mais recente jogo dos Cavaleiroso do Apocalipse dá um show em questão de jogabilidade e história.

Seja jogando sozinho ou com algum amigo, Darksiders Genesis é surpreendente, e talvez até melhor do que a série principal – eu sei, é algo ousado a se dizer.

Este review foi feito com uma cópia para Switch cedido pelos produtores

Darksiders Genesis

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Coop divertidíssimo
  • Dublagem e diálogos cativantess
  • História interessante
  • Puzzles excelentes

Contras

  • Personagens pequenos demais
  • Resolução muito borrada
  • Online completamente confuso
  • Câmera sem zoom