Lançado em Julho deste ano, Elden utiliza de uma fórmula já muito conhecida no mundo dos games. Uma narrativa nada explicativa e um combate baseado em esquivar e atacar são pontos chaves da franquia Souls. Porém o desafio aqui não foi finalizar o jogo – como de costume – mas sim, achar algo que o diferencie do vasto número de jogos que utilizam dessa mesma fórmula. Será que Elden: Path of the Forgotten é capaz de surpreender?
Desenvolvimento: Onerat Pty Ltd
Distribuição: Another Indie
Jogadores: 1
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação indicativa: 14 anos
Português: Sim
Plataformas: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: Sem registros
Elden ao resgate!
O jogo nos introduz a narrativa de maneira rápida e obscura. Uma mulher de cabelos grisalhos é possuída, fazendo um círculo de mágia no chão e sendo sugada por um portal negro. Logo nos é apresentado Elden, o filho desta mulher, que irá percorrer uma jornada para salvar sua mãe de criaturas cósmicas – uma motivação plausível.
Toda essa introdução é algo que pode se supor pelas aparências, pois o jogo não deixa nada claro – desde notas expressando desenhos e símbolos enigmáticos até NPC’s nem um pouco comunicativos – deixando tudo nas mãos da interpretação. No entanto, a curiosidade em saber o que estava acontecendo me manteve motivado o tempo inteiro, sendo recompensador o seu final.
O Caminho dos Esquecidos
O que falar dessa ambientação que mal conheço e já considero pakas? Os desenvolvedores conseguem transmitir facilmente a sensação de estar perdido. Todos os locais são relativamente grandes, repletos de detalhes que os diferenciam, desde esqueletos esquecidos no deserto até fogueiras acesas no meio da neve, fazendo do design visual um dos seus grandes diferenciais.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Os ambientes por mais detalhados que sejam ainda são genéricos, não muito diferente dos corriqueiros já vistos em jogos de aventura.
Cada ambiente possui uma música de fundo que amplia a sensação de esquecimento, melhorando a imersão. Contudo, mesmo com os sons no máximo elas me pareceram bem baixas, sendo às vezes abafadas pelos sons dos inimigos – que são medonhos.
Explorando e sobrevivendo
As áreas apresentadas devem ser exploradas até encontrar o próximo portal negro e é assim que as fases vão passando. Porém, para chegar até esse portal existem portões bloqueando as passagens, tornando importante a exploração para encontrar as chaves, checkpoints e consumíveis para a jornada que será repleta de inimigos inspirados nas histórias de H.P. Lovecraft – os mais notáveis são Cthulhu e Dagon.
Dificilmente eu me irrito com algum jogo, mas Elden conseguiu essa proeza com o seu combate. Mesmo tendo sua influência na franquia Souls – meus jogos favoritos – a estâmina em Elden é lamentável, demorando mais do que o normal para recarregar. Com isso, me vi muitas vezes parado ou desviando de projéteis para conseguir ir para cima e atacar. Pode até parecer fácil, mas os inimigos se movem bem mais rápidos do que o personagem, dificultando a aproximação mesmo com a cambalhota.
Em alguns momentos os ataques corpo-a-corpo dos inimigos me fizeram questionar sua exatidão. Encontrei dificuldades em me manter vivo quando cercado de inimigos, me fazendo utilizar as magias para virar o jogo – mecânica que facilita demasiadamente no combate, pois a barra de mana é facilmente recarregada ao atacá-los.
Um potencial desperdiçado
As ideias apresentadas por Elden: Path of the Forgotten são boas, por mais que não sejam totalmente inovadoras. O destaque vai para o design visual que é excelente e dispõe de um ótimo detalhamento para um indie. A história por mais que seja curta me impressionou pelas surpresas mostradas no decorrer do jogo. Porém por ser uma experiência extremamente curta com um combate duvidoso, existem muitos outros jogos que utilizam da fórmula Souls de maneira mais proveitosa e válida.
Review foi feita com uma cópia de Nintendo Switch cedida pelos produtores
Revisado por Bia Bock