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Review Empire of Sin (PS4) – O maior pecado foi seu lançamento

Você já ouviu falar sobre a Lei Seca norte-americana? Em 1920, a produção, venda e consumo de bebidas alcoólicas foram proibidas nacionalmente. Inicialmente visto com bons olhos pela população, este período é lembrado pela quantidade de grupos criminosos que produziam e contrabandeavam bebidas para comércios clandestinos. Nomes como Al Capone, Bugsy Siegel e Lucky Luciano tornaram-se líderes de máfias que mantinham como atividades principais o tráfico destes produtos ilegais. 

Empire of Sin se passa neste período. Mesclando estratégia com elementos de administração, o mais recente lançamento da Romero Games acerta em sua ambientação e jogabilidade, mas não empolga devido aos diversos problemas que encontramos durante a campanha.

Desenvolvimento: Romero Games
Distribuição: Paradox Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG e Estratégia
Classificação indicativa: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch e PC
Duração: Sem registro

Todos os direitos reservados

Antes de escolher nossa família devemos análisar as habilidades e vantagens que cada uma nos dá.
Cada Don possui habilidades e vantagens únicas.

Assim que iniciamos a história, devemos escolher qual família vamos representar. Ao todo são 14 disponíveis, escolhi os Vice Kings liderados por Daniel McKee Jackson. Cada Don (líder da família) tem uma habilidade única como, por exemplo, jogar granadas de gás nos inimigos ou até mesmo disparar uma verdadeira chuva de balas. Eles também contam com as habilidades de império, que variam entre evitar ataques, aumentar os ganhos ou a produção de cada um de nossos negócios. Além disso, uma habilidade diplomática acompanha cada um deles, estas que influenciam na maneira que abordamos os líderes rivais, seja com mais facilidade em firmar alianças, amedrontar ou melhorar as relações com os demais. 

O enredo basicamente é o seguinte: chegamos em Chicago e nosso objetivo é manter um império operacional, lucrativo e influente na cidade. A maneira que alcançaremos este objetivo varia de acordo com nossas escolhas. É possível adotar uma tática mais ofensiva ou firmar alianças e parcerias com outras famílias. Alianças estas que podem ser quebradas a qualquer momento por um dos lados. Então tome cuidado em quem você confia. 

Ao longo da jornada o jogador deve cumprir diversas missões que serão geradas de acordo com a família selecionada e as decisões tomadas durante a estadia em Chicago. Eu, por exemplo, adotei a filosofia do olho por olho, dente por dente. Não descansei até que todos os rivais fossem destruídos. Não tive dificuldades em realizar tais atos, pois Empire of Sin não apresentou grandes desafios durante os combates. Então, consegui acabar com todos os meus rivais poucas horas após começar a jogá-lo. Após diversas guerras e extermínios comecei a focar exclusivamente nas missões, que em sua maioria envolvem assassinar um alvo ou ameaçar um grupo ou pessoa específica. 

São apenas negócios?

O livro negro apresenta diversos gangsters disponíveis para contratação.
O livro negro apresenta diversos gangsters disponíveis para contratação.

Empire of Sin nos permite contratar diversos gangsters para nos acompanhar enquanto vagamos pelas ruas de Chicago. Eles estão divididos nas seguintes classes:

  • Hired Gun: especialistas com armas de fogo;
  • Enforcer: são os brutamontes que preferem resolver tudo na mão;
  • Doctor: são melhores em combates à longa distância, podem curar aliados ativamente e passivamente;
  • Con artist: este seleto grupo é especialistas em enganar e persuadir outras pessoas;
  • Demolitionist: especialistas em explosões, podem destruir qualquer defesa bem arquitetada. 

Eles possuem personalidades, vantagens e desvantagens únicas baseadas em seu histórico e biografia, além de uma pequena árvore de habilidades específica para cada classe. Outro fator que influencia na personalidade dos personagens são os relacionamentos com os demais. Muitos podem se apaixonar por membros da equipe, ou odiá-los de acordo com sua maneira de agir. Alguns deles possuem amigos que são integrantes de famílias rivais e, caso entrem em combate, amigos não atacam um ao outro. A morte de um aliado poderá causar perda de confiança, abandono e recusa em seguir ordens por parte dos membros da equipe.

Uma eterna queda de braço

Dominar todos os esquemas é a melhor alternativa em Empire of Sin. A dificuldade da IA é nula.
O interior de uma fábrica de bebidas.

Empire of Sin nos dá a oportunidade de tomar negócios de famílias rivais. Para isso, basta se dirigir ao local marcado como alvo e atacar os guardas externos. A batalha é dividida em turnos, a vantagem sempre será de quem emboscar o inimigo. Existe um número limitado de movimentos, que podem ser expandidos com habilidades e itens específicos. É possível andar, pegar cobertura, atacar inimigos, curar aliados, jogar explosivos, utilizar habilidades e itens. A batalha termina quando um dos lados for totalmente eliminado. Ao eliminar todos os guardas rivais, devemos escolher o que fazer com o prédio: roubar, destruir, explodir ou dominar.

Quando tomamos posse de um prédio devemos selecionar qual tipo de empreendimento será gerado. Podemos escolher entre bordéis, cassinos, bares, fábricas de bebidas, casas seguras ou hotéis. Cada um deles oferece uma renda semanal e podemos usar o dinheiro ganho para melhorar a segurança, ambiente ou a qualidade dos serviços prestados, além de adquirir equipamentos e armas melhores.

Art. 158 – Romero, pare!

Empire of Sin deve ser urgentemente corrigido pela Romero Games. É decepcionante gastar R$199,50 em um jogo completamente quebrado.
Um dos diversos bugs que testemunhei.

Apesar da ótima ambientação e jogabilidade, Empire of Sin decepciona quando o assunto é desempenho. Quedas de fps constantes, sincronia labial falha e animações repetitivas deixam a desejar. Mas um problema me chamou a atenção, em diversos momentos do jogo alguns personagens simplesmente travavam em uma posição e saíam “surfando” pelo cenário. Não adiantava resetar ou fechar o jogo, era necessário esperar que eles voltassem ao normal. 

Além disso, a inteligência artificial pode ser chamada de burrice artificial. Na grande maioria dos  combates os inimigos não buscam cobertura, andam de um lugar para o outro sem atacar e usam kits médicos com a barra de vida quase completa. Quando percebi esta falha na IA, foquei em atacar os rivais para não correr riscos durante as missões. Torço para que patches corrijam os erros que assolam Empire of Sin, caso contrário, mantenha distância. Pois R$199,50 é praticamente uma extorsão praticada pela Romero Games.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Empire of Sin

5

Nota final

5.0/10

Prós

  • Ambientação magnífica
  • O jogador molda sua história
  • Jogabilidade intuitiva

Contras

  • Quedas de fps
  • Sincronia labial fraca
  • As animações travam constantemente
  • Inteligência artificial ruim
  • Progressão fácil