Escape from Terror City é uma mistureba de diversos gêneros: light gun shooter em terceira pessoa, run-and-gun e bullet hell, se passando num cenário 3D com gráficos retrô e low poly. No entanto, será que todos esses diferentes gêneros conseguem performar bem juntos? Vamos conferir.
Desenvolvimento: Eastasiasoft Limited, Renegade Sector Games
Distribuição: Eastasiasoft Limited
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5, Switch
Duração: 2 horas (campanha)
Gameplay diferenciada
É impossível iniciar uma análise desse game sem ser pela gameplay, o seu grande ponto de destaque. É na grande junção de gêneros que Escape from Terror City brilha. Vamos por partes: primeiro, light gun shooter – lembra daqueles jogos antigos onde você mirava na tela com uma pistola? Aqui funciona de forma semelhante, mas controlamos essa mira com o analógico direito –, segundo, o clássico run-and-gun, mas com câmera em terceira pessoa, e por fim, o bullet hell.
Toda essa loucura funciona incrivelmente bem. Atirar nos inimigos com a mira de light gun enquanto desviamos das balas é muito satisfatório, e o fator terceira pessoa dá um ar diferente ao gênero run-and-gun. Apesar de tudo, o fato de existir apenas uma arma torna a gameplay um tanto quanto repetitiva. Variações de armas ou do tiro poderiam ser incluídas, fornecendo mais diversidade ao jogador.
As fases são simples e consistem no mesmo roteiro: mate todos até chegar no boss. Existem algumas variações de caminhos para seguir, que podem facilitar a sua jornada até a reta final. Também é possível encontrar comida após matar inimigos, que regeneram um ponto de nossa vida. Os checkpoints do jogo são bem distribuídos, e morrer não é algo que incomoda. Ao final da campanha desbloqueamos o Modo Hard, que certamente vai agradar os fãs hardcore de bullet hell.
Uma das histórias já feitas
A história de Escape from Terror City não é nenhum primor, e assim como nos antigos jogos de arcade, é pouco explicada. Vivemos na colônia mineira de Terroir, que é fonte de matéria-prima para os Cinco Reinos. Havia um pacto para não invadir Terroir, mas este pacto foi quebrado pelo Império Argo, atacando a cidade e bloqueando o sinal de ajuda. Obviamente, cabe ao nosso protagonista ser o herói dessa história, buscando destruir a base de interferência da Argo.
Durante as cinco fases disponíveis, conhecemos alguns personagens com curtos diálogos, que pouco agregam e instigam o jogador a se interessar pela lore. Como dito anteriormente, creio que o game se inspirou até demais nos arcades, onde tudo era muito simples e mal explicado, e a história apenas servia como introdução ao jogador. Não é absurdo ignorar todos os textos e focar apenas na gameplay, já que não há nada relevante para absorver.
Maldita câmera
A gameplay curiosa que o game oferece é capaz de ser prejudicada por alguns probleminhas. A câmera, que é fixa de acordo com o cenário, pode se aproximar demais do personagem ou se posicionar de alguma forma que fique complicado visualizar os inimigos. Também é necessário ter cuidado com a mensagem “Level Complete”, pois é possível morrer enquanto ela ainda está na tela, perdendo o progresso da boss battle. São poucos defeitos técnicos, mas eles podem enfurecer o jogador.
Conceito divertido, mas falta algo
O que falar de Escape from Terror City? É um jogo old school nos moldes de arcade com uma junção maluca de gêneros que deu certo. Porém, faltou aquele algo a mais. Apesar de divertido e com uma estética interessante, falta conteúdo para prender o jogador. Mais variedade de armas, fases, inimigos e modos iriam calhar muito bem ao game. No final de tudo, ficou aquela sensação de que joguei mais um conceito do que algo completo.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro