Falar de Final Fantasy VII é difícil. Caso não saiba, foi a sétima parte da franquia a grande responsável por popularizar o RPG japonês no ocidente. Isso muito por conta do seu tema pra lá de atual até os dias de hoje, por trazer personagens extremamente carismáticos e, também, graças à “revolução” gráfica apresentada por ele em 1997. O remake já nasceu pressionado, e devo dizer que, mesmo não contendo a história completa, Final Fantasy VII Rameke Intergrade é um colírio muito bem vindo para os olhos.
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 14 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PS5
Duração: 33 horas (campanha)/85 horas (100%)
O mundo em Midgar
Primor. Essa palavra resume absolutamente tudo o que é possível se dizer sobre os gráficos apresentados em Final Fantasy VII Remake Intergrade. A versão do PlayStation 5 é absolutamente fantástica e por muitas vezes eu me peguei pensando sobre como é possível jogar algo com tamanha qualidade. Fiquei embasbacado mais de uma vez, seja com o trabalho feito nos mínimos detalhes ou então com o esmero de cada área.
A escolha de fazer a primeira parte do game somente na cidade de Midgar gerou alguma polêmica quando foi anunciado, mas esse sentimento desaparece depois de experimentar umas horinhas nas ruas e becos que compõem o mapa. Dar uma volta pela comunidade no Setor 7 é notar o quanto as ruas ali lembram um pouco a nossa realidade, claro que fora a parte de fantasia que faz parte do game.
Quando visitamos a parte mais rica da cidade, conseguimos ter total noção da discrepância entre as áreas, ou seja, pelo povo favorecido pela Shinra, principalmente para quem trabalha para ela, e os miseráveis que vivem o que sobra da elite.
Uma coisa que me chamou bastante atenção foi que todos os personagens, sejam vilões ou mocinhos, são muito bem feitos e impressionantes. A Square Enix conseguiu retratar com extrema perícia as ilustrações e recriar tudo com perfeição. Muitas vezes existe um bom destaque para os olhos de Cloud, e ainda não acredito que aquilo acontece em tempo real.
Isso sem falar na exuberante trilha sonora. Final Fantasy sempre teve ótimas canções, mas dessa vez parece que acertaram ainda mais “a mão”. As músicas presentes aqui são uma mistura de novas composições e rearranjos da trilha original. E ela é incrível, isso sem falar nos efeitos sonoros de espadadas e afins, que estão maravilhosos.
Espadas, Matéria e muita destruição
Confesso que quando anunciaram a mudança no sistema de combate do game, eu fiquei bastante chateado. Gosto bastante do sistema antigo, mas ao mesmo tempo gosto bastante de Final Fantasy XV, então nada mais justo do que testar e ver por mim mesmo. E afirmo, com toda certeza, que o novo sistema é maravilhoso. A melhora no combate é tanta que se o vindouro Final Fantasy XVI seguir os mesmos moldes eu já estou bastante feliz – e não sei nada dele ainda.
Agora os equipamentos obtidos podem melhorar, graças a pontos adquiridos durante a jornada. Isto é, de acordo com uma lista, podemos aumentar o espaço de Matérias, o ataque físico, a velocidade, e outros atributos. Ou seja, dependendo do que está por vir, é possível deixar seu equipamento do jeito perfeito para derrotar aquele boss desagradável.
As Matérias continuam igual antes, e de acordo com pontos obtidos durante a jornada, seu poder aumenta. Há também uma série de matérias que auxiliam a jornada, como um que aumenta a Sorte, ou aquelas que aumentam os pontos de vida, então dá para criar combinações relativamente grandes.
Durante o combate é possível controlar os outros personagens da equipe, como Tifa e Barret. Cada um deles possui características distintas e jogam diferente. Com Cloud, e sua enorme espada, é possível esmagar o adversário rapidamente, mas ele sofre com criaturas ou máquinas que estão distantes, aí entra Barrett com seu braço metralhadora que destrói geral. Tifa cobre todo mundo na pancada, além de ser bem rápida. Enfim, vai de você qual personagem escolher.
Um grupo chamado Avalanche
Resumindo ao máximo a história de Final Fantasy VII, Cloud é um ex-SOLDIER que abandonou a Shinra e se tornou mercenário. Ele acaba então contratado pelo grupo terrorista Avalanche que quer salvar o planeta da destruição. Segundo o grupo, a Shinra está absorvendo a energia Mako, que é basicamente a essência do planeta, e eles pretendem destruir os reatores que fazem essa extração.
O remake traz um pouco mais de informações sobre o Avalanche e aprofunda mais sobre cada um dos personagens, e é legal poder conhecê-los mais. Novas coisas e situações foram adicionadas ao enredo, mas não gostaria de comentar algo aqui para não estragar a aventura de ninguém. Como palpite pessoal, eu diria que tudo vai mudar mais ainda nas próximas partes, mas agora só nos resta aguardar o que virá.
Minigames e missões
Uma das coisas que aumentam a duração da jornada é poder participar de alguns joguinhos. Dentre os principais, há um game cuja missão é quebrar caixas e fazer o maior número possível de pontos possível, um arremesso de dardos e, o mais difícil na minha opinião, um de agachamento. Cada um deles está disponível em momentos distintos e são bastante divertidos.
Caso o jogador queira, Cloud pode agir como um mercenário e realizar certas missões espalhadas pelos setores. Seja encontrar um bando de gatos perdidos, ou destruir inimigos que surgiram do nada, há muito coisa a se fazer. A parte boa é ganhar dinheiro e alguns itens, mas elas podem ser sumariamente ignoradas.
Por fim, uma missão que Cloud pode ou não fazer é juntar músicas espalhadas no mapa. Elas podem estar na cidade, em alguma lojinha, ou no fundo do esgoto, então basta procurar.
INTERmission Yuffie
De forma exclusiva para o PlayStation 5, a Square Enix lançou um DLC batizado de INTERmission Yuffie, que mostra as peripécias da personagem em Midgar, enquanto ela está em busca da grande matéria que a Shinra possui. Para isso, a garota parte em uma missão para se encontrar com alguns membros da Avalanche e finalmente se junta com Sonon, e partem em uma missão de invasão ao quartel general da empresa.
Jogar com a Yuffie é completamente diferente de Cloud e dos outros. Ela é rápida e seus ninjutsus, se usados com sabedoria, podem aniquilar qualquer inimigo com extrema facilidade, incluindo alguns chefões.
Com ela é possível participar de um novo minigame, o Fort Condor, que tem um sistema de batalha bastante similar ao visto em Clash Royale. É possível desafiar uma série de moradores da cidade, e o nível vai aumentando exponencialmente e, conforme jogamos, ganhamos novas peças, mas tudo depende da sua estratégia. Particularmente eu não tenho muita paciência para jogos assim, mas isso é de cada um.
Uma crítica que tenho tanto ao jogo base quanto ao capítulo da Yuffie é a alta quantidade de corredores inúteis entre os pontos de interesse. Eu sei que temos que explorar, mas ficar andando por uma infinidade de corredores acaba não sendo tão divertido assim. Mas fora isso, o game e o DLC são perfeitos.
Final Fantasy VII Remake Intergrade
Dá para resumir o jogo em poucas palavras: Final Fantasy VII Remake Intergrade é essencial para todos os fãs de RPG japonês. Com uma gameplay bacana e uma história que cativa, além de ser apresentado em um dos melhores gráficos que eu já vi até hoje, é impossível não recomendar mais esse game.
Tudo nele foi feito com muito esmero e isso me alegra para ver o que sairá nos próximos anos. Ainda não temos nenhuma informação de quando teremos uma parte 2, mas com certeza absoluta eu já estou na espera, e aguardo ansiosamente por seu lançamento.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong