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Review Final Fantasy XVI (PS5) – um RPG com mais ação do que nunca

Após anos de espera, o novo capítulo principal da série Final Fantasy finalmente chegou às lojas, inicialmente de forma exclusiva para o PlayStation 5. Apostando em um sistema de batalha bastante voltado à ação e em uma história focada em tramas de reinos no tradicional estilo medieval, Final Fantasy XVI não é um jogo perfeito, mas é um grande título que se junta ao legado da série.

Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Ação
Classificação: 16 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS5
Duração: 35 horas (campanha)/77 horas (100%)

A jornada de Clive Rosfield, herdeiro do reino de Rosaria

No lore de FFXVI, os portadores são escravizados
A marca no rosto de Clive indica que ele é um portador, isto é, uma pessoa que tem a capacidade de usar mágica sem o uso dos cristais

A história de FFXVI é ambientada no mundo de Valisthea, onde as terras são divididas entre diferentes reinos, constantemente em guerra entre si ao longo dos séculos. O protagonista é Clive Rosfield, herdeiro de um desses reinos, que é destruído logo no começo da narrativa. O começo do jogo é impactante, com cenas pesadas e violentas, num estilo que lembra o spin-off Final Fantasy Type-0. Inicialmente, acompanhamos Clive após alguns anos na busca de vingança por essa destruição, mas seu destino acaba o levando a outros rumos. Esse ritmo de violência e tristeza tende a diminuir, apresentando picos épicos e impactantes durante a busca pelos cristais, e o roteiro acaba escalando de forma que o início não sugere que vá acontecer – mas de forma bastante “Final Fantasy”.

O enredo aborda vários temas, seja de forma mais direta (como a escravidão) ou de forma indireta (como combustíveis fósseis e armas de destruição em massa). A jornada de Clive tem altos e baixos, mas certamente vale a pena ser acompanhada. Os personagens secundários variam na sua qualidade e carisma, mas alguns certamente entram para o elenco de grande personagens da série, como Cid ou o lorde Byron.

Um combate que se aproxima do hack n’ slash

A dificuldade padrão do jogo não gera problemas para jogadores experientes em jogos de ação, e um modo mais difícil é liberado ao se terminar o jogo
O sistema de batalha é bastante rápido e dinâmico

No núcleo de FFXVI, temos um RPG no seu básico: uma história, um personagem que passa por lugares e trava batalhas. Clive é o único personagem controlável, no sistema de batalha mais voltado à ação da série principal até aqui. Você se movimenta pelos cenários e saca sua espada ao se aproximar de inimigos. Há um ataque básico que pode ser combinado com outras ações para gerar combos, além de outras ações básicas, como pulo, magia, esquiva e o uso de itens. A principal variação e personalização são os poderes provindos dos Eikons, os tradicionais summons da série. Você pode equipar o poder de até três Eikons por vez, que lhe dão acesso a uma habilidade única e a seus golpes especiais.

Essas habilidades e ataques são bastante diferenciados entre si, e cada jogador escolherá o seu estilo preferido de batalha. Outros personagens acompanham Clive em determinados momentos da história, sendo controlados automaticamente. Você também tem algum controle sobre Torgal, o fiel cão de Clive, que pode auxiliar nos combos. É um bom sistema de batalha, que diverte e incentiva o jogador a melhorar e testar diferentes abordagens, mas eu particularmente acho que poderia ser mais aprofundado, especialmente com melhor uso de ataques mágicos – a magia de todos os Eikons tem o mesmo efeito, e sequer existem ataques e interações elementais, tão tradicionais em RPGs.

Missões, muitas missões, não necessariamente pro bem

No entanto, são poucas variações de biomas, ficando um sentimento de potencial não tão explorado
Várias paisagens de FFXVI entregam visuais fantásticos

Além da história principal, existem as sidequests. Elas vão aparecendo aos poucos após certos eventos da campanha, mas ao final contabilizam-se muitas dessas missões, com qualidade variada. Enquanto algumas servem para conhecer mais o mundo e aprofundar personagens principais ou secundários, outras parecem uma mera enrolação para obter alguma recompensa que nem sempre parece ter valido o seu esforço. A quantidade de missões e seus longos diálogos, juntamente com o sistema de batalha, pode fazer com que realizar essas missões fique cansativo e repetitivo.

Um espetáculo visual

Essas épicas cenas são um dos pontos mais fortes de FFXVI
Lutas contra chefe, especialmente os Eikons, entregam experiências visuais incríveis

Visualmente, FFXVI é belo, sendo certamente um dos jogos que melhor aproveita o hardware da atual geração até aqui. Os personagens e cenários são todos muito bonitos e bem modelados, enquanto gostar da direção de arte já vai depender do gosto de cada um (particularmente, não sou tão fã desse estilo medieval e sóbrio). Um destaque vai – evitando spoilers – para as cenas épicas que são apresentadas durante o jogo, principalmente durante as lutas com alguns chefes. Além disso, as batalhas entre Eikons são um show de brilhar aos olhos, com os melhores efeitos de luz que já vi nos videogames. Destaque, por fim, para a enorme e ótima trilha sonora.

Uma jornada que vale a pena ser acompanhada

Final Fantasy XVI é um grande jogo, mesmo que eu sinta que algo está faltando. Honestamente, acho que classificá-lo como um dos melhores jogos da série ou apenas um título entre tantos outros vai do gosto de cada um – seja de mecânicas, história, sistemas, etc. De qualquer forma, o game merece muito ser jogado, seja por fãs de RPG ou mesmo para quem não for, uma vez que a abordagem voltada à ação pode cativar um novo público.

Cópia de PS5 adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming Hong

Final Fantasy XVI

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Sistema de combate rápido e divertido
  • Visuais e músicas incríveis
  • História e personagens cativantes
  • Bastante conteúdo entre missões, caçadas e desafios

Contras

  • Missões secundárias podem se tornar cansativas
  • Excesso de diálogo para alguns gostos