Desenvolvido pela Harmonix, Fortnite Festival é um audacioso modo que busca proporcionar a experiência de um Rock Band dentro do próprio Fortnite. Embora imperfeito, o jogo é sensacional, representando um retorno extremamente bem-vindo de um gênero que estava esquecido nos últimos anos, apesar de seu enorme sucesso no final da década de 2000.
Desenvolvimento: Harmonix Music Systems, Epic Games
Distribuição: Epic Games
Jogadores: 1-4 (online)
Gênero: Música
Classificação: 12 anos
Português: Interface
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch, PC, Android
Duração: Sem registros
Jogabilidade clássica, mas com novidades
A gameplay de Fortnite Festival se assemelha ao que é visto em um Guitar Hero ou num Rock Band, com até quatro pessoas podendo assumir o papel de um guitarrista, baixista, baterista ou vocalista em uma banda. No entanto, ao contrário das referências do gênero, Fortnite Festival não suporta partidas locais. Existem somente funcionalidades online, seja individualmente ou com um esquadrão, o que é uma pena, considerando que esses jogos costumam oferecer excelentes experiências sociais.
A grande diferença é que esse jogo foi projetado com as limitações de um controle em mente. Além da bateria e dos vocais terem as mesmas mecânicas dos instrumentos de corda, existem assistências que permitem que notas sequenciadas sejam acertadas com facilidade.
Só que o posicionamento dos botões no joystick não segue o padrão que foi consagrado pelos produtores na época do PlayStation 2, mas sim uma combinação de direcionais e botões de frente que não funcionam tão bem quanto poderiam. Pelo menos, é possível ajustar facilmente essas configurações no menu de opções do game.
As músicas são divididas em dificuldades distintas, com a disponibilidade de versões simplificadas e mais fiéis. Isso propicia uma experiência adaptável para diferentes públicos, atendendo novatos e jogadores acostumados com games do tipo. Acertar notas em sequência aumenta o multiplicador, ampliando os pontos, que, por sua vez, determinam a quantidade de estrelas que avaliam o desempenho da banda em cada música.
Rap, rock e pop
O setlist de Fortnite Festival é variado e repleto de músicas famosas de diversos estilos e épocas. O título também dá um foco em especial para The Weeknd, que é a estrela da primeira temporada do game, cuja progressão é baseada em um passe de batalha premium. Não há um modo carreira, então a jogatina é concentrada na execução das músicas com algumas tarefas específicas vinculadas a elas. As missões rendem pontos que recompensam o jogador com conteúdos exclusivos.
A playlist é alterada diariamente com músicas gratuitas, com a possibilidade de adquiri-las para serem reproduzidas a qualquer momento. Contudo, as faixas possuem uma precificação um tanto elevada: cada música é vendida por 500 V-Bucks, representando R$ 12,50 em dinheiro real. Para efeitos de comparação, as músicas vendidas como DLC para Rock Band 4 custam R$ 4 na loja do Xbox.
Não é possível comprar nada separadamente no jogo, apenas por meio de pacotes de V-Bucks, cujo valor mínimo é um pacote de 1000 moedas que custa R$ 25 – uma medida péssima, que apenas visa o lucro da produtora, natural para um game free to play. A banda que executa as canções têm skins escolhidas pelos jogadores como integrantes. Por conta disso, é permitido criar combinações inusitadas e ver ícones como Kratos tocando Gangnam Style ou até mesmo o Goku interpretando Lady Gaga.
Além do modo principal, Fortnite Festival inclui um modo secundário no qual é possível remixar as músicas de forma interativa, como em Fuser e Dropmix, outros títulos musicais criados pela Harmonix. Porém, o fato do game ser apenas um modo impede a criação de mods com novas canções, algo que estende significativamente a longevidade de jogos desse tipo, mas que não pode acontecer aqui dado a natureza de um jogo como o Fortnite.
Não é tão bem polido
Os aspectos técnicos de Fortnite Festival deixam um pouco a desejar. O título apresenta problemas de lags e um desempenho pesado que resulta em quedas de FPS no decorrer da execução das músicas. Essas falhas geram um efeito cascata que afeta a sincronia das notas e da faixa de áudio, prejudicando totalmente a fluidez da jogatina.
O polimento gráfico é decepcionante. Embora o título siga uma linha artística semelhante ao Fortnite, a Harmonix não fez um bom trabalho nas animações. Existem falhas constantes na apresentação dos shows e na movimentação dos personagens, que constantemente bugam e se sobrepõem. Além disso, o jogo não possui compatibilidade com instrumentos, já que isso ficou para uma atualização futura. Fortnite Festival é uma experiência incompleta e mal polida, mas que não deixa de ser divertida.
Ótimo, mas precisa melhorar
Apesar de todos os seus problemas, Fortnite Festival dá uma força incrível para um gênero que esteve em declínio por um bom tempo. Existem diversos pontos que precisam ser melhorados pela dupla Harmonix e Epic, mas os fatores positivos se destacam, resultando em um retorno imperdível para os fãs de jogos musicais.
Revisão: Ailton Bueno