Giraffe and Annika, apesar de publicado por uma grande empresa, é um projeto independente criado majoritariamente por Atsushi Saito, um veterano não tão conhecido da indústria dos games e que trabalhou como UI Designer de projetos conhecidos, como Elite Beat Agents, The Black Eyed Peas Experience e Just Sing, Após 20 anos de carreira, o artista visual em 2018 decidiu iniciar projetos como freelancer e acabouatraindo a atenção da Nippon Ichi Software (NIS) por ganhar um prêmio de melhor produto independente na Tokyo Game Show de 2017.
Desenvolvimento: Atelier Mimina
Edição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: 5.5 horas (campanha)/7 horas (100%)
Em busca dos fragmentos estelares
Annika é uma jovem garota meio-felina que sonha com alguém de seu passado, mostrando que possivelmente parte de suas memórias se perderam. Ao acordar, um jovem garoto chamado Giraffe parece conhecê-la e pede para que ela o ajude, pois ele necessita coletar fragmentos estelares que se encontram dentro de calabouços. Somente Annika pode entrar nos calabouços, já que uma profecia cita que somente pessoas da raça Felycan podem atravessar o portal, envolvendo a protagonista aqui como a última descendente.
O jogo é contado em diversos momentos como uma revista de histórias em quadrinhos de forma dinâmica e interativa. É uma ideia bem interessante, porém durante o desfecho a aventura parece boba e sem muito desenvolvimento. Giraffe, na maior parte do tempo, apenas anda até os objetivos das missões principais ao ativar uma conversa com ele, dizendo que irá para um certo local do mapa para procurar por pistas. Ele em nenhum momento te acompanha de fato, o que é um tanto estranho referenciá-lo no título do jogo.
Ajudando os moradores
Giraffe and Annika possui um padrão comum de progresso comparado a vários outros jogos de aventura: ajudar alguns moradores da ilha de Spica, entrar no calabouço, resolver os enigmas para atravessá-lo, encontrar a vilã Great Lily, derrotar o chefe da área e coletar o fragmento estelar.
Pode parecer uma boa ideia, porém há falta de clímax e ação durante o jogo. Annika apenas caminha coletando alimentos para recuperar sua vida, nada em águas por um tempo relativamente curto e empurra objetos, sem resistência alguma e escorregando para os lados. Dentro dos calabouços ela é indefesa e não ataca, restando apenas fugir dos inimigos e procurar cristais que recuperam sua energia ao se aproximar deles. A única parte com ação são as batalhas com chefe, que se resume a um desafio rítmico em que você rebate os golpes em sua direita ou esquerda.
Salto é uma habilidade coletada dentro de um dos calabouços e, mesmo assim, é bastante travado e sem possibilidade de alterar de direção, sendo que há alguns lugares com plataformas para pular. Caso tenha pulado em um momento errado, não há o que fazer a não ser olhar seu personagem cair.
Uma primeira tentativa mediana
Não há muito mais a se falar de Giraffe and Annika pela duração curta e poucas mecânicas de jogo implementada, além dos coletáveis. Eles não têm razão para existir, já que aparecem no primeiro baú aberto e só ali você se dá conta de que há coletáveis. Basicamente são artes com temática de gatos, feita por pessoas reais e escolhido a dedo pelo produtor, que adora estas bolinhas de pêlos. Ao coletá-los você pode entregar ao museu da ilha, que estará em exposição sempre que passar por lá.
No final, como um primeiro projeto feito por poucas pessoas, Giraffe and Annika é uma boa prova de conceito, mas com vários pontos a se melhorar para se tornar um produto realmente atrativo. Junto a isso, não é um projeto desastroso e pode oferecer um bom passatempo rápido para pessoas mais casuais e crianças, já que não têm costume de jogar ou estão entrando no mundo dos jogos agora.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong