Teste suas habilidades e supere os desafios do poderoso Esqueleto Desgraçado, nesse jogo de tiro em primeira pessoa com visual retrô. God Damn The Garden te coloca nas profundezas do Mundo de Puta Merda para lutar contra criaturas repugnantes e salvar os animais da floresta para se tornar o próximo Rei do Céu Fod**.
Desenvolvimento: Agelvik
Distribuição: Ratalaika Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Arcade, Tiro
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 1 hora (campanha)/2 horas (100%)
Entre num poço de idiotice
Em um primeiro momento, God Damn the Garden parece ser apenas para um jogo de tiro como qualquer outro, que apenas tenta imitar a experiência dos antigos FPS para PC da década de 90, como Doom e Quake. Muito tiro, porrada e bomba pra todo lado, mas o fato aqui é que o título se destaca por ser um besteirol completo.
Tire as crianças da sala, pois esse não é um jogo para os pequenos. Mesmo trazendo animais fofos na capa, não se deixe enganar. Em God Damn The Garden, você irá enfrentar monstros grotescos, como pequenos demônios, esqueletos em forma de camiseta, híbridos de gato e inseto e até um coelho sanguinário feito de cocô.
De fato, não é um jogo para quem tem estômago fraco. Ainda bem que o visual ultra poligonal, baseado em Ocarina of Time do Nintendo 64 — como os próprios desenvolvedores afirmam — não deixa o game realista a ponto de ser tão repulsivo.
Contudo, a inspiração em Zelda fica apenas no visual e no ambiente de exploração. Além da sua metralhadora, não existe espada ou qualquer outra arma, e os diálogos são os mais absurdos e idiotas possíveis, carregados em palavrões e trocadilhos. Nesse sentido, o jogo está mais para Conker’s Bad Fur Day do que Ocarina of Time.
Capivaras, animais fofos e demônios
Durante a sua jornada, você vai encontrar alguns bichinhos da floresta que pedirão alguns favores para exterminar os demônios espalhados pelo labirinto. Como todo bom FPS das antigas, God Damn The Garden não possui mapa e contém ambientes bem amplos e cheios de caminhos alternativos e escondidos. Para seguir adiante será preciso encontrar itens e acionar interruptores que liberaram passagem para alguns chefes.
O combate se resume em atirar e esquivar na hora certa. Cada inimigo possui um padrão de tiros e pontos fracos, o que não deve dar muita dor de cabeça ao jogador. E se você achar muito difícil, o jogo possui opções de acessibilidade para auxiliar na mira e na movimentação da câmera.
Chega a doer os olhos
O grande defeito de God Damn The Garden é a performance. Evite a versão de PS4 pois, alguns elementos da tela demoram alguns segundos para serem carregados e isso inclui os inimigos. Vai ser normal você ouvir o grito de um esqueleto e quando der por si, já terá perdido metade da vida por engano porque o inimigo não carregou a tempo. Por sorte, a versão de PS5 está mais estável e não apresenta estes problemas.
As partes da plataforma são terríveis. Os botões de pulo e esquiva não são tão precisos, o que fará você precisar de algumas tentativas para não cair e voltar um bom pedaço do mapa. O hitbox das plataformas também são estranhos, dando a impressão de imprecisão nos seus saltos.
De todo modo, é inaceitável que um jogo aparentemente tão simples tenha tantos problemas em um aparelho potente, mesmo que da geração passada. Isso demonstra o pouco cuidado da equipe que portou a versão de PC para os consoles.
Outro ponto importante é que a versão de PS5 não conta com suporte aos gatilhos adaptáveis e nem à resposta háptica do DualSense. Felizmente, na PSN, o título encontra-se em um pacote contendo as duas versões por um valor único.
Torne-se o Rei do Céu fod**
O mundo do jogo não é tão grande e rapidamente, você vai construindo um mapa mental dos labirintos conforme avança, já que vai ser necessário muito vai e volta pelos ambientes. Os diálogos tentam ser divertidos, indo pro lado do besteirol e pastelão, mas só conseguem ser uma vergonha alheia.
Os problemas de performance também são imperdoáveis em um jogo que se propõe a ser um shooter de movimentos rápidos e precisos, fazendo com que o jogador perca vidas desnecessariamente. Os sons e a trilha do game são repetitivos e não combinam com o ambiente de mistério que o mundo se propõe. Mas, se ainda assim quiser encarar, supere os desafios e se torne o Rei do Céu Fod** do Mundo de Puta Merda.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno