Godbreakers é o jogo de estreia do estúdio sueco To The Sky, produzido em parceria com a Thunderful Publishing. O game apresenta uma experiência de roguelike com um combate no estilo hack ‘n’ slash que é divertida, apesar de parecer um pouco incompleta em relação aos principais nomes do gênero.
Desenvolvimento: To The Sky
Distribuição: Thunderful Publishing
Jogadores: 1 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Ação
Classificação: 10 anos (violência)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5
Duração: Sem registros
Hack ‘n’ slash com novidades e falhas

Focando mais na gameplay propriamente dita do que em contar uma narrativa de forma tradicional, Godbreakers coloca até quatro jogadores para tentar completar uma campanha rápida e ágil que se passa em seis biomas distintos. É possível assumir arquétipos diferentes que moldam a jogabilidade, escolhendo entre seis estilos – uns com ataques corpo a corpo e outros com golpes mais pesados.
A jogabilidade, em partes, é regida por uma barra de stamina, que limita a movimentação do personagem e faz com que o combate pareça travado, embora o protagonista conte com combos de ataques rápidos e eficazes. O esquema adotado pelos desenvolvedores para o controle não é tão bom, dado que os comandos principais ficam nos gatilhos dos joysticks. Esse posicionamento não funciona tão bem, e a gameplay fica mais agradável com uma configuração convencional, no mesmo estilo da franquia Devil May Cry, por exemplo, com os ataques mais importantes nos botões X e triângulo.

Entretanto, mesmo com um esquema que combine melhor com um hack ‘n’ slash, ainda falta uma função crucial em Godbreakers: o lock-on. Não há nenhuma forma de mirar em um inimigo para desferir os ataques normais nele, e isso chega a ser um problema porque é necessário lutar contra mais de uma ameaça em diversos pontos da campanha. É difícil focar exatamente no que eliminar para conseguir prosseguir, porque nessas situações, nem todos os adversários precisam ser derrotados para passar para a próxima fase.
O grande diferencial do sistema de combate apresentado por Godbreakers é que os jogadores podem absorver os golpes de seus oponentes para depois utilizá-los contra eles mesmos ou outros inimigos, resultando em uma jogabilidade com um grande número de habilidades variadas que surgem durante cada ciclo. Fora isso, o game é um roguelike normal, com a mesma missão principal de ter que tentar finalizar a campanha enquanto se torna um combatente melhor e se conquista vantagens aleatórias ao longo das partidas.
Um roguelike satisfatório

Godbreakers é um teste de paciência assim como todo e qualquer roguelike. Então, é preciso passar por diversas tentativas para ir chegando cada vez mais longe na jornada. Pelo menos, a experiência é bastante simples, com um menu que permite escolher qual mundo adentrar – cada um com seu objetivo e estética diferentes.
Além de um bom desempenho em sua versão para computadores, o título conta com gráficos agradáveis, com visuais cartunescos e inimigos que sempre mostram para onde irão atacar. Esses indicativos complementam a apresentação com uma cor mais distintiva em relação ao restante do cenário, que tem uma outra tonalidade predominante específica. E como os mapas não são tão detalhados, explorar as fases é fácil, com uma boa rapidez na hora de identificar onde ir em sequência.

A progressão é satisfatória: o desbloqueio de classes é atrelado ao cumprimento de algumas tarefas específicas no decorrer das tentativas, como derrotar chefes ou realizar ataques de uma determinada maneira. Não é nenhum grind massivo, e com pouco tempo, já é possível ter acesso a todas as classes. O ideal, porém, seria que tudo estivesse disponível desde os primeiros momentos da jogatina – ainda mais porque Godbreakers é claramente um jogo pensado mais para uma experiência multiplayer do que para um único jogador, e isso evitaria ter várias pessoas repetindo o mesmo papel nas tentativas.
O modo online, contudo, é incompleto, porque não traz funções de matchmaking – há somente a opção de convidar amigos, seja utilizando um código de sala ou selecionando na lista da plataforma. E apesar de Godbreakers oferecer um modo offline tradicional, o recomendado é jogar em equipe devido à quantidade de inimigos que surgem, especialmente nas batalhas contra os chefes principais. A abundância de oponentes funciona quando há vários combatentes lutando juntos, mas com um só, a experiência vai ficando chata e cansativa aos poucos.
É legal
Godbreakers tem uma proposta relativamente bem executada, embora erre em seu balanceamento no modo para um jogador e em alguns aspectos importantes para a jogabilidade típica do estilo hack ‘n’ slash. O jogo de estreia do pessoal da To The Sky é, ainda assim, interessante, pois não há tantos roguelikes com uma gameplay em três dimensões – muitos do gênero são limitados ao âmbito 2D, valendo a pena principalmente por fugir desse padrão.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong




