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Review Hazel Sky (Xbox One) – O céu é o limite

Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Coffe Addict e publicado pela Neon Doctrine, Hazel Sky nos coloca no papel do jovem aspirante Shane, que deverá vencer todos os seus limites e retornar para casa como um verdadeiro engenheiro e assumir um papel de destaque em sua terra natal: a flutuante cidade de Gideon.

Desenvolvimento:  Coffee Addict Studio
Distribuição: Neon Doctrine
Jogadores: 1 (local)
Gênero:  Ação, Aventura, Puzzle
Classificação indicativa: Livre
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas:  PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 2 horas (campanha)

É a sua vez!

Você está pronto para o desafio?
Conheça seu maior aliado.

Para provar ser merecedor do título de engenheiro, Shane Casey é enviado para a Ilha Ciara, um local cercado por paisagens tropicais, areia e muitos perigos. Usada por gerações como área de testes para todos os promissores engenheiros da família, seu objetivo é sobreviver aos desafios impostos e encontrar uma maneira de retornar para casa, contando apenas com a ajuda de suas próprias habilidades e seu fiel companheiro grampeador. 

Eventualmente Shane entrará em contato com Erin, uma garota que ele conhece por acidente através de um rádio de comunicação, mas sua visão sobre o mundo, e as escolhas que podemos fazer para mudar o rumo de nossas vidas, farão com que ele repense se tudo aquilo que está vivendo valerá a pena no final.

Eu sou uma piada para você?

Jogabilidade simples e pouca dificuldade resumem o game.
Onde será que eu já vi isso?

O ínicio do jogo dita como ele funcionará até o fim. Devemos resolver pequenos puzzles que nos darão peças ou itens como recompensas para montar uma máquina voadora e avançar para a próxima área da ilha. A dificuldade é baixa e às vezes me senti ofendido pelos desenvolvedores, porque eu esperava que gradativamente encontraria quebra-cabeças desafiadores, mas para minha tristeza isso não aconteceu. Só tive dificuldade em um trecho devido a textura não ter renderizado corretamente e não pude observar que era possível escalar o local. Os demais trechos não exigiram muita atenção e tudo fluía automaticamente.

Outro ponto que escancara a falta de qualidade do game é a dublagem. Momentos chave, que deveriam impactar o jogador, foram reduzidos ao pó devido a falta de expressividade dos dubladores que, por vezes, deixam a impressão de que não foram orientados corretamente durante as gravações. Por se tratar de um jogo nacional, eu esperava resultados melhores.

Toca Raul?

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.
Fiquei mais tempo tocando violão do que jogando a campanha.

Logo no início da jornada, descobrimos que Shane tem um grande talento para a música. Encontramos um violão e uma pequena partitura que podemos reproduzir no instrumento. São necessários apenas os primeiros acordes para que a magia aconteça e Shane interprete a canção; mas não para por aí, pois estão espalhadas pela ilha diversas canções e uma delas desbloqueia uma recompensa especial. Então, fique ligado!

Aliada às belas interpretações de Shane ao violão, contamos com uma trilha sonora simples, mas que se encaixa perfeitamente no conceito que os desenvolvedores queriam passar. A sensação de solidão e vazio tomaram conta de mim enquanto refletia sobre a influência que as pessoas próximas podem ter em nossas escolhas.

Além das partituras, podemos encontrar alguns baús, barracas, acampamentos e salas que escondem alguns dos segredos mais obscuros da região. É opcional buscar as chaves dos baús ou explorar estas áreas, porém as recompensas serão colecionáveis e pequenos arquivos que enriquecem o background da Ilha Ciara.

Conceitos inacabados

Que gosto amargo.
Shane curtindo uma onda diferente.

Durante sua estadia na ilha, Shane encontrará documentos e relatos de um misterioso culto lunar. Através destes textos descobrimos que eles pretendem trazer de volta através de um ritual uma bruxa que é cultuada pelos membros da seita. Infelizmente o culto não é tão explorado na trama do game, que, apesar de apresentar algumas cenas e interações com os cenários, não soma nada impactante ao enredo. 

Outro conceito mal aproveitado são os cogumelos alucinógenos que encontramos em uma área específica da ilha. Utilizamos o fungo para solucionar um puzzle, e mesmo com um background de origem interessante e diversos documentos falando do assunto, a ideia é deixada de lado e o que poderia ser utilizado mais vezes durante a campanha torna-se um pequeno trecho dentro da curta campanha de Hazel Sky.

Potencial desperdiçado

Quando foi anunciado, Hazel Sky prometia uma experiência sólida aos jogadores. Fabio Cézar Bizon, um dos sócios da Coffe Addict prometeu um gameplay que mesclaria lógica e artes, que seria muito mais do que apenas pular, correr ou escalar. Infelizmente isto não se provou uma verdade neste projeto. 

O baixo nível de dificuldade, somado a uma dublagem de qualidade duvidosa e à campanha que pode ser finalizada em duas horas, deixa um gosto amargo na boca de quem, assim como eu, estava ansioso para experimentar mais um grande projeto brasileiro.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Hazel Sky

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Trilha sonora passa a mensagem correta
  • Ambientação interessante
  • Os livros e documentos somam ao enredo

Contras

  • Dificuldade inexistente
  • Campanha muito curta
  • Dublagem de baixa qualidade
  • Enredo mal explorado