Grippy Golf é um jogo independente que mistura golfe com elementos de plataforma, com o objetivo de acertar o alvo da vez usando uma bolinha que gruda nos objetos do mapa. Criado por um único desenvolvedor, o game oferece uma experiência agradável e até divertida, mas na mesma medida em que frustra.
Desenvolvimento: Switchback Studio
Distribuição: Switchback Studio
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Esporte
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC
Duração: 3 horas (campanha)
A bolinha grudenta
O loop de gameplay apresentado por Grippy Golf consiste em dar uma tacada nas bolas e controlá-las em direção aos impulsos no mapa, que podem levar (ou não) a bolinha aos objetivos de cada fase. Os objetos presentes nos cenários podem grudar na bola caso ela encoste neles, resultando em uma jogabilidade no mesmo estilo de um Katamari Damacy, só que com golfe. Para progredir e avançar de nível, é preciso levar a bola até a área do “hole in one”, o termo golfístico que se refere ao ato de acertar um buraco, precisando quebrar barreiras com itens pesados.
A bolinha se torna mais difícil de ser controlada à medida que mais objetos ficam grudados nela, o que pode resultar em uma experiência frustrante, especialmente em áreas que possuem um design fechado. O bom é que todo esse fator de desafio pode ser livremente ajustado conforme a vontade do jogador: existem opções que permitem alterar a velocidade das partidas, da força das tacadas e até da quantidade de boosters disponíveis para as bolas. A melhor maneira de jogar Grippy Golf é com os impulsos infinitos ativados, porque dessa forma há mais liberdade e tranquilidade para moldar a bolinha em direção ao objetivo final.
Realizar um “hole in one” e completar os objetivos específicos das fases resulta no desbloqueio de estrelas, que são recompensadas de acordo com o desempenho nos mapas. Por meio delas, é possível comprar novos itens que substituem a bolinha de golfe por materiais pitorescos, como uma escova de cabelo, um cubo mágico ou um controle de videogame, por exemplo, dando um ar bastante caótico para Grippy Golf.
Performance e bugs
Produzido através da Unreal Engine, Grippy Golf conta com uma ótima trilha sonora, uma tradução para o português de Portugal e um estilo gráfico cartunesco que se complementa perfeitamente com a proposta do jogo. Porém, o título sofre com algumas quedas inexplicáveis na taxa de quadros sempre quando a bola passa pelo cenário em alta velocidade. O game foi disponibilizado sem muitas configurações técnicas, então não há nada que possa ser feito para mitigar esse problema. Pelo menos, isso não chega a comprometer a experiência.
A física de Grippy Golf é excelente até demais, pois ela não lida bem com as interações da bolinha com os elementos do cenário quando ela cai em locais estreitos. Nessas situações, não há uma visibilidade boa o suficiente para realizar uma tacada adequada. Além disso, existem problemas na câmera, que constantemente revela os limites do mapa e no controle, que, às vezes, para de responder aos comandos. Esses sim são defeitos que prejudicam a gameplay e adicionam uma frustração totalmente desnecessária na experiência, que, por sua vez, já apresenta certos objetivos que podem tornar o jogo em algo irritante.
Legal, mas imperfeito
Mesmo com seus problemas, Grippy Golf é até divertido. A experiência criada por uma única pessoa aplica uma característica marcante de um clássico como Katamari Damacy em uma abordagem diferenciada, com uma jogabilidade que funciona bem, mas embalada em um pacote mal acabado.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno