Vindo diretamente do mobile para o mundo dos consoles, o simpático indie Headland nos faz embarcar numa aventura fantasiosa após entrar em uma fenda colorida, criada por um misterioso robô que surge em nosso quarto no período noturno. Nossa missão? Restaurar a capacidade de Nor, o protagonista, de ser criativo. Para isso, precisamos ir atrás de peças que reconstruam essa imaginação.
Desenvolvimento: Northplay
Distribuição: Northplay
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 6 horas
Inspirando-se em clássicos
Headland pega algumas claras inspirações dos clássicos Zelda com visão top down (de cima), em que precisamos sair por aí desbravando o mundo com nossa espada e armas diversas. Aqui não é muito diferente, já que o protagonista porta uma espada inicialmente de madeira, podendo depois adquirir outras armas que vão nos dar diferentes vantagens e habilidades em relação a inimiga.
O cenário inicial funciona como um hub em que realizamos upgrades, entramos no seletor de mapas, compramos novas armas e também liberamos portas trancadas com itens que coletamos durante a jornada. As fases do seletor de mundos são bem claras no quesito objetivo e todas possuem um início, meio e fim. Apesar da estrutura ser sempre parecida, o que difere de uma para outra são os inimigos que aparecem, além de algumas hordas que precisam ser derrotadas e locais secretos que podem ser encontrados.
Headland consegue trabalhar muito bem com a variedade de desafios, mesmo com poucos elementos para usar e locais até mesmo parecidos. A exploração também nos recompensa com coletáveis extras para depois serem gastos no hub, o que vale como um grande incentivo para continuar vasculhando tudo. O combate também é competente e possui uma mira automática opcional, apesar de que de vez em quando se mostra um pouco impreciso. De qualquer maneira, os golpes com o botão de ataque e o desvio com a opção de se esquivar dos inimigos vem bastante a calhar e dão conta do recado. Porém, é um pouco ruim não haver a opção de remapear os comandos, já que os botões possuem um mapeamento incomum, na minha opinião.
Melhorias no equipamento
Os upgrades também são a estrela do game, e podemos realizar melhorias em nossa saúde, potência do ataque, além de adquirir armas diversas com efeitos diferentes. Entre esses efeitos, está o de emitir dano nos inimigos ao utilizarmos o dash, ou então outros que concedem mais coletáveis quando destruímos itens do cenário. O coletável mais comum de todos são as esferas coloridas, que servem principalmente dentro das fases individuais para liberar passagens e construir pontes, além de outras soluções do gênero para continuar avançando.
A forma como a morte é tratada aqui também é bem satisfatória. Em vez de punir o jogador severamente por causa de seus erros, Headland simplesmente remove algumas esferas coletadas, tal como Mario Odyssey faz com suas moedas. Após isso, o personagem é enviado de volta ao último checkpoint, o que demonstra ser uma bela forma de tratar uma derrota.
A maneira como novas armas são liberadas também é instigante. Precisamos liberar portas no lado esquerdo do hub que exige coletáveis especiais, os quais podem ser encontrados nas fases comuns do game. Uma vez dentro de uma porta, precisamos enfrentar hordas de diferentes inimigos até, finalmente, receber uma blueprint da arma em questão, a tornando também disponível para aquisição no hub.
Um dos poucos defeitos de Headland é sua falta de polimento. O jogo claramente foi feito com baixo orçamento, e isso é bastante visto através de seus visuais. Apesar de simples e bonitinhos, as animações deixam muito a desejar, principalmente nas interações do personagem com o cenário. Não existe praticamente uma animação para certas situações – como cair de um local alto -, como também os visuais de ataque são simples demais e até desajeitados. Estes são elementos menores, mas valem a pena serem ressaltados já que ficaram muito expostos.
Um indie decidido
Apesar de não ser algo completamente marcante ou que quebra paradigmas, Headland consegue fazer tudo muito bem feito dentro de sua proposta. Esse é um daqueles jogos que não tentam coisas absurdas, ao mesmo tempo que sabe até onde deve arriscar para não ir além de suas limitações. Sua história secundária, sistema de progressão e, principalmente, seu combate o tornam algo bastante especial dentro da indústria indie de games nesse estilo. Headland sabe muito o que deseja fazer, e o fez com maestria.
Cópia de review cedida pelos produtores