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Review Inescapable: No Rules, No Rescue (Xbox Series S) – Um reality show que pode ser mortal

Sendo apenas a segunda propriedade intelectual do estúdio Dreamloop Games, Inescapable: No Rules, No Rescue chega ao mercado prometendo agradar aos fãs de Danganronpa e Zero Escape. Porém, seria melhor não ter feito seu marketing baseado em outras franquias. Confira o porquê na análise!

Desenvolvimento: Dreamloop Games

Distribuição: Aksys Games

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Visual Novel

Classificação: 18 anos

Português: Não

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 12 horas (campanha)

Raptados para um reality show

O protagonista Harrison esperando seu ônibus partir
O protagonista Harrison esperando seu ônibus partir

Inicialmente, somos apresentados ao protagonista Harrison, que está dentro de um ônibus esperando a partida para visitar velhos amigos. Em poucos segundos, uma nuvem de gás toma o local, fazendo todos os presentes desmaiarem. Acordamos num contêiner, resolvemos um puzzle para escapar e nos deparamos com Mia, que também estava no ônibus e que confirma nossa dúvida: fomos raptados.

Após chegarmos a um resort, nos reunimos com todos os outros participantes e recebemos uma ligação das irmãs DeWinter, que confirmam todos os acontecimentos: estamos participando – contra a nossa vontade – de um reality show numa ilha, sem leis e sem regras. O objetivo é mostrar a natureza humana durante 6 meses, e cada sobrevivente irá receber 500 mil euros (ou mais) ao final da competição.

Logo nos primeiros momentos, já percebemos um ponto de destaque de Inescapable: seus personagens. No total, temos 11 participantes no reality show. Todos são diferentes, seja na personalidade, trejeitos ou nacionalidade, o que acaba tornando as conversas bem diversificadas. Infelizmente, a questão da nacionalidade acaba incomodando com o tempo, visto que ela é extremamente forçada em todos os personagens.

Uma visual novel em seu estado puro

Muito texto: algo comum em Inescapable, com destaque para a portuguesa Francisca
Muito texto: algo comum em Inescapable, com destaque para a portuguesa Francisca

Antes de mais nada, Inescapable é uma visual novel em sua essência. Passamos o jogo todo lendo diálogos e mais diálogos, e em poucos momentos, o ritmo de gameplay se quebra para resolvermos algum puzzle ou jogar minigames, como as máquinas de arcade e a pescaria. É aqui onde o game se distancia de Danganronpa e Zero Escape, já que não encontramos investigações e puzzles complexos e bem elaborados, mas sim algo mais baseado em textos e interações.

No decorrer da gameplay, novas mecânicas vão sendo desbloqueadas. Sem dúvida, uma das mais interessantes é a atualização do aplicativo de biografia em nosso smartphone. Nele podemos consultar segredos de todos os presentes no reality show, sejam esses segredos bons ou ruins. O desbloqueio dos segredos é feito através de pontos, mas infelizmente o game não faz questão de explicar quais ações geram mais pontos de desbloqueio, fazendo o jogador ficar a mercê da aleatoriedade.

Outra característica que difere Inescapable de suas inspirações é o sistema de rotas. Quer que o reality show seja um momento de curtição e férias no resort? Você pode fazer isso. Quer causar o caos? Também é uma opção. Inescapable está constantemente monitorando suas interações, e cada jogador irá se deparar com acontecimentos e rotas diferentes, o que torna a experiência bem individual e gera um fator replay interessante.

Arte e dublagem

Bonita arte da personagem Sasha fumando
Bonita arte da personagem Sasha fumando

Falando de arte, Inescapable apresenta gráficos agradáveis. Tanto os personagens quanto os cenários são bem desenhados. Alguns personagens possuem visuais genéricos e que não remetem tanto a sua nacionalidade ou estilo de vida, mas ainda assim são bonitos. Em alguns momentos, a arte do personagem é exibida no canto esquerdo da tela durante diálogos e acaba ficando coberta pela interface, atrapalhando a apreciação.

A dublagem certamente impressiona. Pessoalmente, já experimentei diversas visual novels durante minha vida, e Inescapable tem uma boa quantidade de diálogos com voz. Todas as vozes são muito bem encaixadas, representando bem a personalidade e nacionalidade de cada personagem presente no reality show. Novamente, vale citar a questão dos sotaques e gírias como um ponto negativo, visto que isso está presente a todo momento na gameplay, chegando a incomodar o jogador.

Nem tudo é perfeito

Minigame de pesca: divertido, mas problemático
Minigame de pesca: divertido, mas problemático

Apesar de ser uma visual novel, Inescapable apresentou alguns bugs desagradáveis. Em certo momento do jogo, entrei em um loop após resolver uma investigação, e tive que esperar dias para um patch corrigir esse problema. A pescaria também está quebrada até o presente momento, visto que não consigo manter o peixe pescado na maior parte das vezes, atrapalhando o progresso na conquista de pescar todos os peixes disponíveis.

Mas, sem dúvidas, o maior problema de Inescapable é seu ritmo. O reality show leva muitas horas de gameplay para apresentar algo importante, com grandes mudanças acontecendo apenas após 60 dias dentro do jogo. Isso é basicamente um terço do jogo, ou metade dele, a depender da rota que você vai seguir. Talvez 6 meses de reality show seja tempo demais.

Uma experiência com seu próprio charme

O maior erro de Inescapable foi ter sido divulgado como um jogo no estilo de Danganronpa e Zero Escape. A nova IP da Dreamloop Games tem seu próprio charme e não deveria ser comparada a títulos já consagrados da indústria. Quem jogar Inescapable às escuras certamente irá se impressionar, mas os que esperavam uma experiência ao estilo do estúdio Spike Chunsoft irão se decepcionar.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Inescapable: No Rules, No Rescue

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Personagens interessantes
  • História intrigante
  • Artes bonitas
  • Boa diversidade de rotas

Contras

  • Nacionalidade forçada dos personagens
  • Falta de explicação sobre mecânicas
  • História com ritmo lento
  • Bugs