Jujutsu Kaisen Cursed Clash é o primeiro game para consoles e computadores baseado na obra multimídia assinada por Gege Akutami. No entanto, essa estreia é decepcionante. Produzido pela Byking em parceria com a Bandai Namco, o título é um jogo de luta em arena com uma jogabilidade medíocre, apesar de ter ideias que poderiam resultar em uma experiência legal.
Desenvolvimento: Byking Inc, Netchubiyori, Gemstar
Distribuição: Bandai Namco Entertainment Inc.
Jogadores: 1 (local) e 2-4 (online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 4 horas (campanha)
Duelando em equipe
Focado em lutas 2v2 em uma arena, Jujutsu Kaisen Cursed Clash apresenta batalhas um tanto complexas. É necessário bater nos adversários com feitiços de extrações para preencher o medidor de energia amaldiçoada. Em seguida, é preciso utilizar feitiços amaldiçoados para só então infringir danos nos rivais, já que eles só podem ser feridos por esses golpes. Vence quem derrotar os adversários, o que ocorre quando o medidor coletivo dos oponentes se esgota.
O combate é em equipe, então é vital coordenar as ações, seja com outro jogador real ou com a inteligência artificial. Infelizmente, não há um modo cooperativo local nem a possibilidade de jogar com a tela dividida, e o online é lamentável. Além de não ter suporte ao crossplay, as partidas são prejudicadas por atrasos no comando, que comprometem a responsividade dos controles no decorrer de toda a jogatina.
Gameplay problemática
Yuuji Itadori, Ryomen Sukuna, Nobara Kugisaki, Satoru Gojou, Maki Zen’in, Megumi Fushiguro, Toge Inumaki, Kento Nanami, Aoi Todou, Yuta Okkotsu, Suguru Getou, Mahito, Jougo, Hanami, Eso/Kechizu e até o Panda marcam presença no game. O elenco de 16 personagens é diverso e variado, apesar de ser limitado aos primeiros arcos da saga.
Porém, a lista de golpes do elenco é limitada, pois somente os feitiços amaldiçoados são verdadeiramente úteis no campo de batalha, enquanto os outros são somente usados para alimentar o medidor de energia amaldiçoada. O resultado é um loop de gameplay no qual nada ocorre por um bom tempo da partida. Os acontecimentos importantes não duram muito, e se repetem múltiplas vezes.
Sem muitos detalhes, os cenários constantemente atrapalham a visibilidade dos confrontos. A câmera não pode ser operada livremente e permanece travada em algum oponente o tempo todo, levando a uma grande confusão visual, dado que os rivais estão em constante movimento. A interface não ajuda, visto que ela é extremamente poluída e deixa pouco espaço para ver a ação propriamente dita.
Conteúdo além das lutas
A campanha é simples e maçante, recontando trechos dos arcos iniciais da história em um misto de visual novel com slideshow das cenas dos animes. As lutas da obra, pelo menos, são revividas com uma boa fidelidade, e há missões no formato PvE que vão além do embate com outros personagens. Essas missões podem ser jogadas através do online cooperativo, que é mais interessante do que a campanha – que certamente não é a forma ideal de conhecer a trama apresentada por Jujutsu Kaisen.
Ganhar experiência na história, em lutas e no coop libera Pontos Jujutsu, uma moeda que pode ser usada para comprar vantagens e desbloquear novas roupas para os lutadores. A versão deluxe ainda adapta um episódio em que os personagens jogam beisebol através de um minigame inspirado no clássico R.B.I. Baseball, um título esportivo que foi lançado pela Namco para o NES, em 1986. Essa adição também é mais cativante do que a campanha inteira.
Gráficos pobres, tradução incompleta
Desenvolvido por meio da Unreal Engine, o título não traz nada do espetáculo visual que costuma ser proporcionado pela adaptação em anime do estúdio Mappa e pelo próprio mangá. Os gráficos são pobres, com efeitos sem impactos visuais e personagens com animações travadas, embora estejam bem modelados, em um cell shading competente. A versão para computadores ainda sofre com travamentos e quedas na taxa de quadros, mesmo com gráficos tão simplórios.
Jujutsu Kaisen Cursed Clash foi lançado sem dublagem em português, oferecendo só legendas e opções de áudio em inglês ou japonês. Boa parte das falas não foram legendadas e as vozes são limitadas e se repetem demais durante as batalhas, a ponto do jogo soar exaustivo. A trilha sonora é fraca, uma vez que ela contém apenas faixas genéricas que nunca dão o tom correto para os confrontos.
É ruim
A estreia de Jujutsu Kaisen nos consoles e PCs poderia ser melhor do que é, porque o resultado aqui não é agradável. Além de não compensar os altos valores cobrados nas lojas digitais, o título passa longe de ser uma experiência à altura da grandiosidade e qualidade da obra de Gege Akutami.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno