Através do pacote Metal Slug 1st & 2nd Mission: Double Pack, o Nintendo Switch recebeu o conjunto de jogos de Metal Slug originalmente lançados para NEO GEO Pocket Color, no final dos anos 90, sob os títulos Metal Slug 1st e 2nd Mission. Sendo uma versão portátil dos games criados para máquinas arcade e consoles de mesa, os ports pensados para os portáteis da SNK na época conseguem ainda ser uma experiência bastante divertida, com alguns retoques aqui e ali para que a adaptação seja mais adequada ao console de bolso da empresa.
Desenvolvimento: Ukiyotei Company, Ltd.
Distribuição: SNK
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 12 anos
Português: Não
Duração: 4 horas (campanha)
Metal Slug 1st mission
O primeiro título da série é a essência da simplicidade, contando apenas com Marco como a única opção existente se tratando de personagens. Assim como nos games “grandes” para os consoles de mesa, a jogabilidade traz a movimentação básica lateral, o pulo, o tiro, a agachada e o lançamento de granadas. Esse último funciona de uma forma um tanto quanto burocrática, já que o NEO GEO Pocket Color possuía apenas 2 botões, e acabaram pensando que seria uma excelente ideia ter um comando dedicado para alternar entre as armas e a granada para poder usá-la. O resultado é a perda de agilidade e criação de confusão quando a ação está ocorrendo em grande escala.
No mais, podemos também utilizar o clássico ataque de corpo-a-corpo com a faca, mas a desvantagem é que aqui não existe uma sensação de peso quando o golpe é executado. O trabalho sonoro também peca bastante nesse quesito, sem qualquer tipo de feedback claro para que o jogador entenda que acertou o inimigo com a lâmina.
As músicas vão em um caminho oposto e apresentam uma alta qualidade, se pensarmos nas limitações da época. Muitas das trilhas sonoras são versões simplificadas em 8-bits dos games de máquinas Arcade e consoles de mesa, e isso é bastante perceptível. Às vezes as batidas exageram um pouco na repetição, mas, em geral, as faixas são agradáveis aos ouvidos.
Como não podia faltar, existe a possibilidade de controlarmos tanques de guerra, estes acompanhados de uma movimentação lenta, porém, fatal caso passemos por cima de soldados, simplesmente os atropelando a fim de economizar nossa munição. Além do tiro comum, também há o lança-foguetes como arma secundária, a qual é restrita apenas para o lado direito – que é para o qual o tanque está virado.
Diferentemente dos jogos originais, Metal Slug 1st Mission possui mais de 10 missões ao todo, contra 6 (aproximadamente) que é o mais comum na série. Mesmo assim, algumas fases são terminadas em um piscar de olhos. Uma do trem, por exemplo, exige com que cheguemos ao final dos trilhos sem levar tanto dano, o que pode ser feito em menos de 2 minutos. Fora isso, alguns cenários possuem opções de caminhos e portas, o que torna possível a ida e vinda entre cenários da mesma fase.
Por último, mas não menos importante, a dificuldade é mais amigável do que os títulos maiores, e colocam uma barra de saúde em vez de matar os personagens com apenas um golpe. Com isso, faz-se necessário encontrarmos itens de cura pelos cenários ou eliminando inimigos para, assim, recuperar a vida.
Metal Slug 2st mission
O segundo jogo do pacote é um salto gigante em relação ao primeiro, especialmente se olharmos para detalhes menores. Logo de início, já podemos escolher entre dois personagens, Tarma e Red, ao contrário do primeiro que só desbloqueia o segundo selecionável adicional após o término do jogo. A forma de progressão é bem parecida com o título anterior, também contendo uma quantidade bem razoável de fases para avançar.
O trabalho sonoro aqui é bem melhor, e possui até mesmo voz do narrador para quando coletamos os ícones que representam as armas da franquia. Porém, a consequência é que a música simplesmente para de tocar para que a voz surja em seus ouvidos, para depois de alguns milissegundos começar a melodia novamente. É um efeito bem estranho e desconfortável, e simplesmente optei por desativar as vozes.
A faca agora, felizmente, possui um peso bem maior quando utilizada. Parece um detalhe bobo, mas existe o efeito sonoro ao eliminarmos um inimigo com ela, coisa que no Metal Slug 1st Mission deixava um vácuo bastante ruim, me deixando na dúvida se realmente fiz o que pretendia.
Os extras existentes na sequência também são muito bem-vindos, como o Time Attack que nos coloca em fases com um contador rolando no canto da tela. Assim como o antecessor, muitos cenários ainda envolvem a exploração, sendo possível ir e vir entre portas e outros meios de acesso a certos trechos do local. A variedade aqui também é admirável, e isso se dá por meio da jogabilidade que se alterna entre combate terrestre, direção de uma canoa, o avião e o tanque, e até mesmo um controle de um submarino. Obviamente, o resgate dos famosos reféns barbudos também estão inclusos e aumentam seu rank no final da fase.
Um pacote de se admirar, com diferenças sólidas
A dupla de jogos da franquia Metal Slug para o NEO GEO Pocket Color é uma excelente adição à biblioteca do Nintendo Switch. Apesar de pegarem bastante elementos dos títulos principais de Metal Slug das máquinas Arcade e consoles de mesa, os ports criados para o portátil da SNK possuem particularidades que os tornam games únicos, como o backtracking em fases e personagens desbloqueáveis, além de missões em uma quantidade acima do que é normal em toda a série.
Alguns aspectos da jogabilidade podem transmitir a sensação de ser um produto bem datado, ainda mais se considerarmos a performance que despenca quando há muita informação na tela, mas mesmo assim é um pacote valioso para amantes da franquia e rendem boas horas de diversão e tentativa e erro – como de costume, em Metal Slug. Por fim, os recursos de salvamento a qualquer momento, filtros visuais de tela e rebobinar são atualizações bem executadas no port.
Cópia de Switch cedida pelos produtores