Mobile Suit Gundam Seed Battle Destiny Remastered tem um título que soa mais complexo do que o próprio jogo. Como alguém que já conhecia um pouco do universo dessa franquia japonesa de longa data, estava animado para mergulhar nele. Havia a a expectativa de que um remaster de um título popular do Gundam pudesse ser divertido — e, de início, realmente foi.
Desenvolvimento: B.B. STUDIO CO., LTD.
Distribuição: BANDAI NAMCO Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 12 anos (Violência, Linguagem Imprópria)
Português: Não
Plataformas: Switch, PC
Duração: 7 horas (campanha)
Movimento Lento, Batalhas Vazias: O Peso das Arenas Exageradas
O jogo começa com a personalização padrão (nome, cores e um breve tutorial) antes de lançar o jogador diretamente no campo de batalha. Cada fase é apresentada como uma grande batalha, embora as arenas pareçam desnecessariamente grandes. O movimento depende bastante de impulsos, saltos e toques duplos em direção aos inimigos. Apesar de isso oferecer certa liberdade, torna a locomoção arrastada — metade do tamanho das arenas poderia ser cortada sem perder nada.
O combate se resume a três mecânicas principais: tiros à distância, golpes corpo a corpo e bloqueios ocasionais com escudo. No início, o escudo parece opcional, mas conforme os inimigos se tornam mais agressivos, ele se torna essencial. O combate corpo a corpo causa muito mais dano do que os ataques à distância, tornando a espada a estratégia dominante, enquanto as armas de fogo acabam servindo apenas para manter espaço e defesa.
“Preso em um Loop de Batalha: Uma Jogabilidade de Gundam que Não Evolui”
Contudo, minha maior crítica, além da repetitividade, é depositada na rigidez dos controles. Talvez isso tenha sido incorporado para nos dar a sensação de pilotar um robô gigante, mas sinto que seria melhor se mantivessem as suas aparências robustas e, ainda assim, pudesse me mover de forma mais natural. O excesso de rigidez atrapalha especialmente em situações que exigem reação rápida e precisa ao que acontece ao redor.
Infelizmente, a empolgação se esgota rapidamente. Foram algumas horas de jogatina até ter total controle das mecânicas, e mais algumas horas até compreender o que precisava fazer em casa missão, e mais algumas horas para notar que tudo se mantinha estático. O ciclo de impulsionar-atirar-golpear-bloquear se repete sem fim, e o que começa divertido logo se torna cansativo. Fãs da série podem aproveitar o fator nostalgia, mas para a maioria dos jogadores, é uma experiência de curta duração — de, no máximo, um aluguel de fim de semana.
Gráficos e qualidade do remaster
Apesar de ser chamado de “remasterização”, este lançamento parece mais uma simples adaptação da versão de PlayStation Vita. Embora esteja um pouco mais limpo visualmente, não aproveita totalmente o hardware do Switch. Jogar no modo portátil deveria ser uma grande vantagem, já que estava disponível originalmente no Vita, mas, na realidade, os controles fracos e os visuais apenas ligeiramente aprimorados não compensam o esforço.
Jogar no modo dock é um pouco melhor, mas acredito que tenha sido mais por usar um controle de tamanho normal do que por usar joy-cons. Um destaque é a expansão das opções de personalização dos Gundams, mas, após definir um estilo preferido, há pouco incentivo para mudar. Os motivos para atualizar normalmente seriam maneiras novas e inovadoras de realizar o combate, mas as pequenas mudanças que surgiram com isso não foram suficientes para me afastar da aparência geral e do design que eu queria para meu gundam.
A atualização mais significativa é a inclusão de texto em inglês, tornando o jogo acessível fora do Japão pela primeira vez. Sozinho, esse detalhe já é um grande ponto positivo para os fãs ocidentais. Ainda assim, é uma pena não termos textos em português.
Decepcionante
Para um jogo em que tudo que queria era gostar e me divertir, fiquei um tanto quanto decepcionado ao perceber que, além de luzes piscantes e robôs enormes, pouco ofereceu em termos de entretenimento de longo prazo. Se você curtiu a versão original no Vita ou é um fã dedicado da franquia Gundam, este remaster provavelmente vai agradar. Para os demais, trata-se de uma breve explosão de diversão com robôs gigantes que perde o encanto rápido demais para justificar o preço cheio. Esse é o tipo de jogo para alugar ou esperar uma promoção, já que a longo prazo não acredito que tenha muito valor de rejogabilidade.
Mobile Suit Gundam SEED Battle Destiny Remastered
Prós
- Finalmente jogável fora do Japão
- Batalhas de robôs gigantes (sempre atraentes)
- Algumas opções de personalização
- Nostalgia para os fãs
Contras
- Jogabilidade altamente repetitiva
- Parece uma adaptação direta do Vita
- Variedade limitada de inimigos
