Mortal Kombat 1 foi um dos três principais jogos de luta lançados entre a metade do último ano e o começo deste, e como todos adotaram uma abordagem de serviço, eles vêm recebendo conteúdos inéditos ao longo do tempo. Khaos Reigns – chamado de Reina o Kaos na versão brasileira – é a grande expansão do game da NetherRealm Studios, trazendo uma campanha cinematográfica, novos lutadores e novidades na jogabilidade. É um pacote sólido, mas o preço dessas adições é estarrecedor.
Desenvolvimento: NetherRealm Studios, QLOC
Distribuição: Warner Bros. Games
Jogadores: 1-2 (local e offline)
Gênero: Luta
Classificação: 18 anos
Português: Interface, dublagem e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 2 horas (campanha)
Uma nova krise
A principal adição é a segunda parte da campanha, que é mais uma história que segue o formato de lutas intercaladas com cutscenes que servem como desculpa para que a porradaria aconteça – algo que os produtores vêm aprimorando há anos. Dando continuidade aos eventos da cena pós-créditos da primeira parte da trama, Khaos Reigns expande o multiverso da franquia, retratando uma outra confusão envolvendo diferentes linhas do tempo. Desta vez, Liu Kang e seus aliados terão que derrotar o Titã Havik, o guardião de uma outra linha temporal, que está decidido em instaurar o caos em todos os reinos possíveis.
A nova narrativa é consideravelmente menor do que a campanha principal, com uma duração de cerca de duas horas e meia. Por conta disso, a história vai diretamente ao ponto, focando quase exclusivamente na briga e na violência. Como consequência, os acontecimentos são apressados e não são bem desenvolvidos, sendo difícil de entender claramente quais são as verdadeiras motivações do vilão.
Khaos Reigns foge um pouco da escala grandiosa que torna a primeira parte da campanha tão divertida. Ainda assim, a DLC entrega o que realmente importa para um jogo como Mortal Kombat: confrontos malucos e eletrizantes. De certa forma, é apenas mais do mesmo e também mais uma obra que insiste em trabalhar temas relacionados ao multiverso, algo que está começando a ficar cansativo dado o quanto esse tema tem prevalecido na mídia recente. Mas, apesar dos pesares, é uma mini-campanha legal, com um gostinho de “quero mais” para alguma outra história dentro desse universo atual da saga.
Novos personagens
Em adição à segunda parte da trama, os desenvolvedores estão lançando o Pacote de Combate 2. Além de Noob Saibot, Cyrax e Sektor, que ocupam papéis de destaque na nova narrativa e já são jogáveis, os responsáveis trarão, em atualizações futuras, Ghostface (da série de filmes “Pânico”), T-1000 (do “Exterminador do Futuro”) e Conan, o Bárbaro.
É engraçado como o Capitão Pátria (de “The Boys), Omni Man (de “Invencível”) e o Pacificador (interpretado por John Cena nos filmes e séries da DC) simplesmente não foram suficientes para o estúdio liderado por Ed Boon, que, felizmente, aparenta estar bastante comprometido em transformar Mortal Kombat em uma espécie de M.U.G.E.N. oficializado.
Atualizações na jogabilidade
Os produtores também estão disponibilizando várias atualizações gratuitas para todos que já possuem o game. Uma das novidades é a reintrodução dos Animalities, uma mecânica do terceiro Mortal Kombat, que saiu há quase 30 anos. Nessas finalizações especiais, todos os combatentes podem se transformar em animais e dilacerar seus inimigos de uma maneira surpreendente e totalmente animalesca.
Por exemplo, Sub-Zero pode virar um mamute e partir seu oponente ao meio com sua tromba. A princesa Kitana, por sua vez, pode morfar em um simpático beija-flor, atacar seu adversário com uma série de bicadas e depois se alimentar do sangue deles. E, claro, Scorpion consegue se transformar em um escorpião e rasgar seus rivais com suas garras. Coisa fina.
O jogo, em geral, está em um estado muito superior ao que foi lançado em 2023. Agora, há suporte ao Krossplay, colocando os jogadores da Steam, Epic, PSN e Xbox Live numa única fila online, e a versão para computadores recebeu o modo 60 fps, garantindo uma experiência fluida e sem quedas na taxa de quadros durante os fatal blows e os fatalities. É um bom momento para entrar no jogo, que já está disponível nas lojas por valores mais acessíveis – no entanto, o mesmo não pode ser dito sobre esse novo pacote de expansão.
Karo
Custando R$ 230 na Steam e na Epic Games Store, essa é, sem dúvidas, uma DLC que não vale o preço cobrado. Por mais divertida que ela seja, a curta duração da nova história não justifica esse valor, e três dos seis lutadores que compõem o segundo Pacote de Combate ainda estão somente na promessa, uma vez que eles chegarão ao título em uma data futura. As melhores novidades são gratuitas, então esperar por um custo melhor ou até mesmo pelo lançamento de uma edição completa pode ser uma boa ideia.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno