Mortal Kombat 11 Capa

Review Mortal Kombat 11 Ultimate (Xbox One) – O pacote completo?

Sem dúvidas, pra mim, o jogo definitivo de luta dos últimos tempos é Mortal Kombat 11. Como já falei em análises anteriores de MK11 aqui no site, tive bastante preconceito em seu lançamento em 2019 por causa do ritmo da luta ter diminuído em relação ao MKX – que adorei quando adquiri. Felizmente, depois de várias chances dadas ao novo Mortal Kombat 11, fui conquistado pelo seu estilo mais estratégico em vez de reativo, como era o antecessor.

Desde então, houveram lançamentos de vários pacotes de personagens e até mesmo um conteúdo que expandia a história principal de MK11 (Aftermath), o que me chamou a atenção positiva e negativamente. Gosto da ideia porque o conteúdo sempre vai se ampliando conforme o jogo vai sendo alimentado com o passar do tempo. Por outro lado, pra mim o saldo acabou sendo negativo porque muita gente espera a versão “completa”, com tudo lançado para o jogo, e Aftermath passou a impressão de algo cortado propositalmente na versão base. Será que finalmente Mortal Kombat 11 Ultimate é a versão definitiva do vencedor do prêmio de jogo de luta do ano no The Game Awards 2020? 

Desenvolvimento: Warner Bros. Interactive Entertainment
Distribuição: NetherRealm Studios
Jogadores: 1-2 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Luta, Multiplayer
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataforma: PC, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4 e PS4
Duração: 6 horas (campanha)/40 horas (100%)

Entre versões base e Ultimate

Modo história incrível

Você pode perceber que minhas análises das outras versões mais antigas de MK11 são da versão para Switch. Sim, este foi meu primeiro contato com o jogo, e, muito tempo depois, pude testá-lo rapidamente em sua versão de Xbox One através de um fim de semana gratuito em que o ele foi liberado. E devo dizer o seguinte: é desanimador voltar ao jogo no console da Nintendo uma vez que testei em outras plataformas. Não vale a pena, performática – framerate terrível na Kripta – e graficamente falando.

Não vou abordar tanto a questão da história, já que isso foi explanado melhor nas análises anteriores. De qualquer forma, um breve resumo é dizer que a expansão Aftermath foi a conclusão perfeita para o enredo de MK11, tendo Liu Kang como a principal estrela e o magnífico Shang-Tsung como uma peça importante no fechamento. Também não é necessário ter jogado os títulos anteriores da série, facilitando muito a porta de entrada para este universo da NetherRealm.

Skins clássicas

Em termos de jogabilidade digo, com toda a certeza, que é a melhor experiência existente no gênero luta. Não à toa Mortal Kombat 11 se tornou o meu preferido em pouquíssimo tempo. Tudo aquilo que conhecemos em games anteriores é elevado à máxima potência no décimo primeiro título da franquia, e até mesmo as torres clássicas estão presentes, com desafiantes a cada rodada, com remodelagens de jogabilidade que permitem itens consumíveis em uma espécie de survival.

O conteúdo é incrivelmente amplo, e certamente você sentirá vontade de liberar skins de todos os personagens através da exploração no modo Kripta ou simplesmente batalhando. Felizmente, o pacote Ultimate inclui muito daquilo que foi dado até hoje em Kombat Packs (vendidos à parte do jogo base), como roupas clássicas de Sub-Zero, Scorpion, Kitana, Jade e Mileena. E por falar nesta última figura emblemática, também estão incluídos três jogadores do último pacote lançado: Mileena, Rain e Rambo. Sim, o herói dos filmes de ação faz uma participação especial nos combates mortais, como vem sendo costume ultimamente na franquia trazer figurões de franquias diversas como Robocop e Spawn.

Mileena, a mortífera

Mileena, a filha de Shao Kahn, é uma personagem considerada clássica e, sinceramente, acredito que deveria ter vindo desde as primeiras versões. Rain também é outro que existe há muito tempo na franquia, com primeira aparição em Ultimate Mortal Kombat 3 em 1995, o que soa bem estranho ter sido adicionado só agora em 2020.

Já em termos de jogabilidade, os três mais novos selecionáveis dão um show. Sylvester Stallone cede seu rosto novamente e incorpora Rambo como nos velhos tempos, utilizando muito daquilo que é sua marca registrada nas cenas de ação, como facões e metralhadoras. Mileena faz uso de seus ataques com teleporte e rola por baixo de inimigos, além dos Fatalities creepys com sua boca medonha, que fica escondida embaixo da máscara. Já Rain é um ninja incrível, que faz uso do elemento água para golpear os adversários, realizando diversas “manobras” e causando danos aquáticos que você nunca imaginaria que pudessem ser possíveis.

E por falar em novidades

Micro transações eternas

Bom, agora tendo deixado bem claro meu relacionamento com Mortal Kombat 11, devo dizer que tenho receio com o pacote Ultimate. Sinceramente, vale a pena se você ainda não possui o jogo base, e mesmo assim continuo com uma sensação de que algo ainda está por vir. Infelizmente, Mortal Kombat também seguiu a prática terrível que jogos de luta vêm demonstrando há alguns anos, que são as micro transações. Isso causa um afastamento de quem deseja comprar algo completo sem a sensação de que falta conteúdo. É a forma perfeita para monetizar conteúdo e criar praticamente um produto como serviço, mas o consumidor acaba “pagando o pato” ao apostar no game em seu lançamento e manifestar seu apoio e interesse através da compra imediata. Muitas vezes, o resultado disso é o que temos visto: conteúdos e mais conteúdos sendo lançados gradualmente, nunca deixando claro quando chegou ao fim.

Foi-se o tempo em que desbravamos algo do início ao fim em busca de liberar todo o conteúdo “na raça”. Isso era maravilhoso, já que trazia uma satisfação por causa da sensação de dever cumprido ao ver todo o seu trabalho sendo recompensado. Hoje em dia, muito do conteúdo não é lançado com o jogo base, então precisamos esperar muito tempo para talvez obter o produto definitivo. Se fossem apenas skins adicionais e personagens de terceiros – como muitas vezes é -, eu não faria problema algum. O problema é que personagens primordiais são adicionados via DLCs pagos em vez de estarem prontos no day 1.

Rain, o ninja da chuva

Meu ponto acaba sendo provado através do lançamento do Movie Skin Pack, um pacote que adiciona skins dos personagens dos filmes que foi solto dias depois do lançamento da versão Ultimate. Isso me deixou com a pulga atrás da orelha e com o sentimento de que ainda veremos um MK11 “Definitive Edition” por aí – ou seja lá o nome que vão dar. Já em outro âmbito, é triste mais uma vez ver algumas ideias que deram as caras em algum momento de MK11 desapareceram sem deixar rastros, como a luta em duplas.

Pra piorar, resolvi jogar online com um colega que havia acabado de comprar um Xbox Series S, e resolveu baixar a versão da nova geração para me encontrar no lobby, já que MK11 possui o recurso Smart Delivery, que permite com que a pessoa que comprou no Xbox One também receba a versão da atual geração sem custos adicionais. Resultado: de alguma maneira, o online entre gerações diferentes está quebrado e não funciona, o que fica claro com a mensagem apresentada na tentativa. Chega a ser engraçado para um jogo que possui crossplay entre PlayStation 4 e Xbox One, mas não entre consoles de gerações diferentes da mesma empresa. Motivo? Ninguém faz ideia. Além disso, há uma tag na página do jogo no Xbox.com dizendo que possui multiplayer online multigerações. Preciso dizer mais alguma coisa sobre essa decepção?

Agora vai?

"Vamos ser amigos até a morte?"

Agora chego ao momento que digo se vale a pena ou não. E, bom, minha resposta é: claro que sim! Se você gosta de Mortal Kombat e ainda não adquiriu nenhuma versão anterior, certamente o pacote Ultimate possui uma vasta quantidade de conteúdo disponível para se divertir por meses, ainda mais com desafios novos gerados através da conexão online nas Torres do Tempo. MK11 é um jogo infinito a essa altura! Uma pena que alguns recursos e recompensas de combates vencidos só são dadas com a internet ligada, o que não vejo fazer sentido de forma alguma. Também não existe cross save entre plataformas, então todo meu longo progresso com mais de 25 horas no Switch foi completamente perdido.

Aliás, mesmo que essa não seja uma versão final de verdade, garanto que boa parte do que lançarão até o fim da vida de Mortal Kombat 11 está por aqui, então não vai lhe causar tanto sentimento de prejuízo. Mesmo assim, esperaremos pelos próximos episódios de anúncios da NetherRealm, e gostaria que não pisassem na bola como um certo jogo de luta japonês que até hoje não chegou em sua versão final.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Mortal Kombat 11 Ultimate

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • O melhor jogo da série
  • Personagens aos montes
  • História espetacular
  • Muitas skins nostálgicas
  • Torres clássicas

Contras

  • Ainda sem lutas em dupla (com alternância)
  • Pacote foi lançado posteriormente
  • Crossplay com Xbox Series X é quebrado
  • É a versão final do jogo?