review-oxenfree-ii-lost-signals-switch-1

Review Oxenfree II: Lost Signals (Switch) – mais mistérios a serem desvendados

Apesar de nunca ter sido um grande fã de jogos muito focados em história, me surpreendi muito ao jogar o primeiro Oxenfree, lançado em 2016. Assim, desde o anúncio de Oxenfree II: Lost Signals, aguardei ansiosamente por esse novo episódio. A espera valeu a pena, com tudo o que temos de bom no primeiro jogo sendo novamente apresentado em sua sequência: uma história cativante, diálogos bem escritos e com diversas opções, tudo envolto em uma trilha sonora adequada ao tom assustador da narrativa.

Desenvolvimento: Night School Studio
Distribuição: Netflix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Sim (legendas)
Plataforma: Switch, PC, PS4, PS5, Android, iOS
Duração: 6 horas (campanha)/7.5 horas (100%)

Uma aventura nova, mas familiar

A tradução para o português do Brasil é muito boa, permitindo aproveitar totalmente a aventura.
Você tem até 3 opções de diálogo, além de poder ficar em silêncio

Em Oxenfree II, você controla Railey, uma jovem adulta que retorna à sua cidade natal de Camena após vários anos para assumir um emprego. Logo, você encontra Jacob, que será seu parceiro de trabalho e da aventura que está por vir. O trabalho, em tese, é simples: instalar antenas de comunicações para auxiliar uma pesquisa científica que quer investigar anomalias eletromagnéticas que têm acontecido na região.

Quem jogou o primeiro Oxenfree já consegue ver as semelhanças, que vão além. Camena é uma cidade litorânea e de lá podemos ver as ilhas Edwards, cenário do primeiro jogo. Oxenfree II se passa cinco anos após Oxenfree e não é estritamente necessário jogar o primeiro jogo para aproveitar essa aventura, mas as referências são várias (entre personagens, eventos, fenômenos), e ler ao menos um resumo é recomendado para melhor proveito. De qualquer forma, o jogo funciona como uma história fechada.

A história é a mecânica

No entanto, as vezes o novo cenário pode iniciar com uma cena, interrompendo o diálogo que estava acontecendo
As conversas continuam quando se muda de cenário

Falando em história, ela é novamente o destaque nessa continuação – por isso, evito spoilers nesse texto. Como os próprios desenvolvedores falaram do primeiro jogo, em Oxenfree, a história é a mecânica. A jogabilidade consiste basicamente em explorar a cidade a pé e conversar com Jacob e outros personagens para ir desenvolvendo o roteiro.

No entanto, essa mecânica é muito bem implementada e faz de Oxenfree II uma aventura bastante prazerosa. No controle de Railey, em vários momentos você pode escolher como responder a uma conversa, às vezes tendo opções que te permitem tomar decisões que definem a personalidade que você quer imprimir na personagem: pode ser simpática ou rude, falar a verdade ou mentir, contar sobre os acontecimentos sobrenaturais para Jacob ou apenas não mencionar nada. Você também pode cortar a fala de outra pessoa ou escolher ficar em silêncio.

Além da história, não temos muito – e está tudo bem

Naturalmente, os fenômenos que acontecem nessa continuação são relacionados aos do primeiro jogo
Uma cena bem familiar para quem jogou o primeiro jogo: rádio, triângulos e fenômenos sobrenaturais

A história é muito boa e envolvente. Como uma continuação de Oxenfree, espere aqui um enredo do mesmo tipo: fenômenos sobrenaturais, histórias do passado e interações profundas entre os personagens. A relação entre Railey e Jacob é um dos grandes destaques, sendo bastante desenvolvida ao longo da aventura, e é impossível não se cativar pelos dois. Outros personagens surgem e se apegar a eles é praticamente inevitável – o que leva a dilemas ao jogador à medida que nos aproximamos do final.

Além das conversas, há pouco a se fazer – o que não é um problema, dado que a história é o grande foco aqui e a aventura é curta. Você explora a cidade a pé e possui um walkie-talkie para conversar com alguns personagens. Também possui um rádio, que é usado em alguns momentos para resolver puzzles, sendo possível também explorar as estações e encontrar algo para apenas ouvir. Há alguns colecionáveis espalhados pelos cenários, geralmente na forma de cartas que expandem o conhecimento do universo de Oxenfree, inclusive do primeiro título.

Tecnicamente, um jogo ok

A parte principal da história se passa no espaço de algumas horas, além das viagens no tempo
Pequenas viagens no tempo também estão presentes

Graficamente, o jogo apenas… funciona. Não temos visuais incríveis nem animações elaboradas. São apenas gráficos medianos, sem grande destaque, sendo inclusive semelhantes aos do primeiro jogo. Dado que é uma aventura focada em história, isso não chega a ser um problema, mas um visual mais caprichado certamente poderia atrair um maior público. Já a trilha sonora é excelente, seguindo a linha psicodélica do primeiro jogo, que se adapta perfeitamente ao clima sobrenatural da história.

Um destaque que eu gostaria de mencionar é que, no Switch, o jogo é totalmente jogável pela tela sensível ao toque. Diversos jogos de Switch poderiam tirar vantagens da tela sensível ao toque, mas raramente os desenvolvedores se preocupam com isso. No entanto, dado que o jogo também foi lançado para celulares, provavelmente isso só está disponível porque os desenvolvedores precisaram implementar a jogabilidade por toque de qualquer forma.

Obrigatório para fãs de boas histórias de fantasmas

Oxenfree II é um ótimo jogo focado em história, assim como seu antecessor. Para quem jogou o primeiro jogo, é uma continuação obrigatória. Se você não jogou, ainda sim vale a pena, já que não é obrigatório conhecer a primeira parte da história – mas você certamente vai querer jogar depois de experienciar essa continuação.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Oxenfree II: Lost Signals

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Excelente e cativante história
  • Mecânica de escolha de diálogos
  • Trilha sonora

Contras

  • Visuais não impressionam
  • Falta um sistema de saves para testar diferentes ramificações da história