Pac-Man World foi lançado no agora distante ano de 1999. Nele, nosso saudoso “Come-come” devia resgatar toda sua família, que foi sequestrada enquanto organizava a festa do seu vigésimo aniversário.
O título pode não ter sido um assombro para os críticos, mas os fãs adoraram a “nova pegada” da bolota amarela. Agora, mais de 20 anos depois, uma nova geração poderá conhecer essa ótima aventura com o remake PAC-MAN WORLD Re-PAC.
Desenvolvimento: NOW PRODUCTION
Distribuição: Bandai Namco
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Plataforma
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S.
Duração: 5 horas (campanha)/8 horas (100%)
Tá bonitão, hein!
O principal chamariz de Re-PAC é seu aspecto visual. Tudo foi graficamente refeito, para acompanhar as exigências dos consoles atuais, mas sem perder o charme original. O resultado foi bem satisfatório, criando um mundo bem colorido e divertido.
Algumas fases também foram reestruturadas para que os desafios fossem mais próximos da jogabilidade vigente. Agora, todo final de estágio tem uma estátua gigante para ser destruída e assim seguimos para o próximo. O mundo em que navegamos, que é o hub entre cada cenário, também ganhou muito mais riqueza e locais especiais, como uma máquina de fliperama na qual podemos jogar o Pac-Man original, um seletor de labirintos, que funcionam como fases bônus, e um arquivo para assistirmos as animações que rolam no decorrer da aventura.
Entretanto, a minha “reforma” favorita está nas batalhas contra os seis chefes. Enquanto algumas ficaram bem fiéis à sua fonte, outras foram totalmente reestruturadas, inclusive em sua jogabilidade, o que fez muitíssimo bem ao jogo. Destaco Clown Racer, que agora é vista em uma perspectiva em primeira pessoa, e Krome Keeper, que agora precisa de uma estratégia nova para ser derrotado.
A jogabilidade também responde com mais precisão. Podemos pular, planar, nadar, rolar e até nos transformar em um gigante engolidor de fantasmas. Por mais que o desafio não exija tanto de nós, é importante que os comandos não nos deixem na mão, ainda mais em momentos que exigem pulos constantes em direções diferentes.
O ponto mais fraco fica com a trilha sonora. Os remixes até que estão bacanas, mas parece que falta algo que seja mais marcante neles. Inclusive, a impressão que fica em alguns cenários é que essas músicas não tem uma qualidade tão boa assim.
Outra decisão estranha, mas que eu não citarei como errada, foi a substituição das vozes nas cutscenes por outros ruídos mais “engraçadinhos”, como acontece em Animal Crossing e Undertale. Tudo bem que há legendas para dar contexto, mas, ainda assim, não seria ruim se tivessem mantido os diálogos entre os fantasmas e o vilão Toc-Man.
Sinais da idade
Mesmo com o capricho visual, muito da essência da jogabilidade foi mantida, para o bem e para o mal. O level design e ambientes de cada área combinam perfeitamente. Entretanto, como a rota da maioria dos estágios foi revista e reestruturada, poderiam ter também realocado os itens de maior importância.
Ao longo de cada fase, existem portões para serem abertos e botões para serem pressionados. A grande questão é que isso envolve ir e voltar por longos trechos a ponto de até dobrar o tempo que passamos em cada uma delas. Por exemplo, os portões só podem ser abertos quando coletamos frutas. Elas podem estar em algum baú bem próximo ou há pelo menos três sessões de plataformas na frente.
Esse vai-e-vem era algo bem característico de muitos jogos dos anos 90 e 2000. Outro exemplo que podemos trazer para clarear as ideias de quem está lendo é MediEvil. O remake foi extremamente fiel ao original, ou seja, quem quisesse alcançar os 100% também teria que fazer todo esse tráfego repetitivo.
O que ajuda a aliviar essa tarefa, mas também não deixa de ser outro fator que poderia ser melhorado, é que o jogo em si é muito fácil. Não uma dificuldade maior ou uma curva de inteligência crescente dos inimigos.
Jogadores mais experientes não terão problemas em concluir todos os estágios, incluindo as batalhas contra os chefes, sem tomar um dano sequer. Isso faz com que Re-PAC seja mega recomendado para uma galera mais novata, fora os nostálgicos.
Um quarentão bem vivido
Mesmo agarrado em algumas fórmulas antigas, PAC-MAN WORLD Re-PAC é um excelente remake, que não desampara nem novatos e nem nostálgicos. Ele pode ter lá suas falhas e momentos que causam irritação, mas é uma excelente maneira de (re)apresentar um dos mascotes da velha guarda para as atuais gerações.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
PAC-MAN WORLD Re-PAC
Prós
- Excelente trabalho visual
- Reestruturação de fases para deixá-las mais atuais
- As batalhas contra os chefes estão muito divertidas
- Poder jogar labirintos novos e o Pac-Man original
Contras
- A parte sonora não é das mais atrativas
- Muito fácil de ser concluído
- O esquema de ter que voltar muito nas fases para ficar pegando itens importantes é muito antiquado para um plataforma