Pathfinder: Wrath of the Righteous finalmente chega aos consoles, trazendo aquilo que seu antecessor fez de bom de forma aprimorada. Com uma história repleta de momentos marcantes e muita liberdade nas decisões que podemos tomar, ele consegue se destacar como um dos melhores RPGs dos últimos anos.
Porém, diferentemente do título anterior, Pathfinder: Wrath of the Righteous sofre com um lançamento problemático, com muitos bugs que atrapalham diretamente a experiência daqueles que esperavam ansiosos pelo lançamento.
Desenvolvimento: Owlcat Games
Distribuição: META Publishing
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Estratégia, RPG
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 52 horas (campanha)/192 horas (100%)
A quinta cruzada
Acordamos e percebemos que estamos sendo carregados em uma maca por soldados, e que eles procuram por alguém que possa nos curar, evitando a nossa morte. Não sabemos como fomos parar ali, mas estamos em uma das cidades mais importantes na luta contra os demônios, e temos apenas um breve momento de calmaria até que o local seja atacado e destruído por hordas demoníacas.
E então, de forma repentina, nos tornamos uma peça chave na quinta cruzada contra o mal. E cabe inteiramente aos jogadores escolherem como vão agir diante disso. Pathfinder: Wrath of the Righteous consegue nos entregar uma liberdade que vemos em pouquíssimas obras. E assim como no jogo anterior, este título conta com um universo riquíssimo para se explorar, pois ele toma como base o RPG de mesa de mesmo nome, que possui muito conteúdo para ser aproveitado.
Uma infinidade de classes
Pathfinder: Wrath of the Righteous possui mais de uma dezena de classes, cada uma delas com diversas variações. Podemos moldar nosso personagem da forma que preferirmos, seja este um guerreiro, arqueiro, mago, feiticeiro, assassino, monge, paladino, e muito mais. Você pode ser o que quiser nessa aventura épica criada pelos desenvolvedores da Owlcat Games.
Claro que algumas das classes vão ser mais fáceis de se utilizar do que outras, e a experiência do jogador com outros RPGs vai contribuir para isso. Pois, caso você faça uma build de forma descuidada, isso pode acabar por dificultar sua vida durante os combates. Da mesma forma que uma build bem estruturada pode facilitar os encontros com os poderosos lordes demoníacos que iremos enfrentar.
Combate em turnos ou em tempo real
Assim como no primeiro jogo, temos a opção de escolher livremente o modo de combate que preferimos utilizar, e com o clique de um simples botão podemos ativar o modo por turnos ou em tempo real. Ficando a critério do jogador escolher o que mais lhe apetece.
O combate por turnos acaba sendo uma opção bem interessante ao enfrentarmos inimigos poderosos, pois nos permite pensar de forma calma e estratégica. Já durante as lutas contra inimigos mais fracos, o modo em tempo real se destaca, e nos permite assistir aos nossos guerreiros destruírem os seus alvos de forma despreocupada.
Além dos combates nos quais utilizamos nosso personagem e seus companheiros, também teremos que usar nosso tempo para administrar as tropas da quinta cruzada contra as hordas demoníacas em um mini jogo bem divertido, no qual devemos movimentar nossas peças com cautela para não acabar perdendo nossos soldados.
Os caminhos míticos e o fator de rejogabilidade
As opções de caminhos míticos são o verdadeiro destaque do Pathfinder: Wrath of the Righteous. Podemos resumir esses caminhos como diferentes histórias que iremos seguir durante as jogatinas. Você deseja seguir os passos de um anjo na luta contra os demônios, ou prefere usar as forças do mal para subjugar cada um dos lordes demoníacos na fenda do mundo? Você pode até mesmo tentar se tornar um poderoso dragão. Todas essas opções e muitas outras estão à disposição dos jogadores.
Cada um dos caminhos míticos irá ditar nossas escolhas, e afetará diretamente o destino do mundo, dos personagens, e o final do jogo. E é por isso que Pathfinder: Wrath of the Righteous possui uma rejogabilidade tão grande, pois, para ver tudo que a obra tem a oferecer, teríamos que jogá-la várias vezes.
Problemas difíceis de ignorar
Embora Pathfinder: Wrath of the Righteous possua vários pontos positivos e seja um dos RPGs mais grandiosos que já pude jogar, ele foi e ainda é afetado por um lançamento desastroso nos consoles. E ainda hoje, no momento em que essa análise está sendo escrita, meses após o lançamento, seus muitos problemas ainda não foram corrigidos.
O jogo também não possui uma versão para nova geração, se limitando aos consoles da geração passada. E além de problemas como paredes invisíveis, travamentos, interfaces problemáticas, e gravações corrompidas, o jogo também está com texturas horríveis, que só serão consertadas nos próximos meses. O suporte da Owlcat Games trabalha lentamente, sendo até mesmo desrespeitoso com as pessoas que confiaram no estúdio.
Dezenas de horas de conteúdo
Pathfinder: Wrath of the Righteous entrega aos jogadores uma aventura incrível, com uma campanha cativante, diversos personagens interessantes, e uma quantidade massiva de missões. Pathfinder continua como um dos melhores RPGs da atualidade, rumando em direção a se tornar uma consagrada franquia.
Mas, o que deveria ser uma experiência positivamente marcante, acaba sendo ofuscada por diversos problemas técnicos.
Nesse momento fica difícil recomendá-lo para donos de consoles, pois, embora eu tenha gostado muito, a obra ainda não está em um estado bom o suficiente, e deve levar mais alguns meses até que todos os problemas sejam resolvidos – ou quase todos. Porém, para aqueles que ainda querem dar uma chance à obra mesmo com tantos problemas, creio que não vão se decepcionar, pois, em meio a tantos problemas, existe uma verdadeira obra de arte.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong