Pocky & Rocky é uma série que saiu originalmente durante a era SNES, e agora está voltando aos consoles modernos através do nome Pocky & Rocky Reshrined, por meio de um remake bem feito e muito bem elaborado que presta homenagem ao título original. Então, entre falhas e acertos, vamos conferir o que essa suposta nova versão nos reserva.
Desenvolvimento: Natsume Inc.
Distribuição: ININ Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Arcade, Multiplayer, Ação, Tiro
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4
Duração: 3 horas (campanha)
A shrine maiden e o simpático tanooki
Pocky & Rocky Reshrined gira em torno de uma shrine maiden e um tanooki, chamados Pocky e Rocky respectivamente. Ambos os personagens são jogáveis ao longo do modo história – além de outras figuras -, sendo alternados entre os estágios para que você possa experimentá-los contextualmente ao enredo.
No que diz respeito à jogabilidade, podemos desviar dos ataques dos inimigos pressionando A, fazendo com que o personagem jogue seu corpo em uma determinada direção, o que pode resultar acidentalmente em algumas mortes imprevistas. Em termos de movimentos ofensivos, podemos disparar projéteis segurando Y e coletar esferas de tiros lançadas dos corpos dos inimigos que aumentarão a potência de nossos tiros, tornando-os maiores ou transformando-os em uma versão mais poderosa do respectivo elemento que você obteve.
A maior preocupação minha aqui está relacionada às principais mecânicas de ataque. É importante colocar todos na mesma página e deixar claro que este jogo não é uma experiência de twin-stick-shooter (tiro utilizando os dois analógicos do controle); em vez disso, temos o analógico esquerdo para executar os dois trabalhos: movimento e ataque do personagem. Isso causa uma combinação muito complicada, pois tive muita dificuldade ao tentar mirar diretamente em alguns inimigos enquanto evitava seus ataques e projéteis. Infelizmente, não há como mudar isso, já que os desenvolvedores planejaram o jogo para ser uma homenagem mais do que fiel ao estilo original.
Há também um poder supremo que pode ser liberado pressionando X, que consumirá o respectivo orbe na parte inferior do HUD. Em meio às fases, podemos encontrar uma espécie de tigre asiático que pode ser montado, para que possamos eliminar os inimigos muito rapidamente durante um curto período de tempo. Além disso, há checkpoints espalhados pelos estágios que não serão informados de maneira direta, mas geralmente acontecem antes de uma luta de chefe para que você possa continuar de onde parou ao morrer.
Escolhas de design questionáveis
Além dessas coisas mencionadas, existem moedas a serem coletadas após derrotar os inimigos, e elas serão usadas para comprar itens aleatórios conversando com NPCs especiais durante as missões, além de poder desbloquear o Easy Mode e o Free Mode (com co-op exclusivo) no menu principal coletando a respectiva quantidade de moedas para cada uma dessas coisas. Só para constar, achei essas decisões de design extremamente fora de tom, já que esperava entrar no game junto com outra pessoa logo no início, o que acabou sendo impossível. O modo História é restrito a apenas um jogador e fere o propósito dos recursos cooperativos do remake, ao contrário do original que permite o multiplayer no início.
Como o modo primário é um pouco curto (menos de dez fases), eu não tinha muito o que fazer além de entrar nos mesmos cenários várias vezes ao lado de outra pessoa no Free Mode, mas me pareceu meio inútil, considerando que já tinha visto tudo o que o jogo tinha para me oferecer. A maior diferença nessa decisão seria experimentar personagens diferentes que não eram jogáveis em fases específicas do Story Mode, o que foi divertido mas não o suficiente para me manter fisgado.
Além de tudo isso, há um personagem especial chamado Hotaru Gozen que pode ser desbloqueado assim que você cumprir seus requisitos: vencer o Story Mode pela 2ª vez. A pergunta é: sério mesmo? Obviamente eu não iria fazer isso mais uma vez, muito menos sozinho. Se pelo menos isso pudesse ser realizado ao vencer o Free Mode com um amigo, seria uma tarefa bem menos punitiva.
Excelente jogo com decisões terríveis
Pocky & Rocky Reshrined é incrível para ser jogado cooperativamente; no entanto, esse não é o caso aqui. É bastante questionável a decisão dos desenvolvedores de não permitir que os jogadores joguem o game ao lado de um amigo desde o início, pois você precisa desbloquear as capacidades cooperativas do remake terminando o Story Mode. Sem mencionar que o co-op, novamente, pode ser jogado apenas no Free Mode, o que é dispensável e não vai além do fator diversão, já que a maioria das coisas disponíveis aqui é obtida ao vencer o Story Mode uma ou duas vezes.
Muitas decisões aqui são super questionáveis e, honestamente, me desencorajou já que eu não estava disposto a passar pela mesma coisa repetidamente. Além do mais, senti falta de ter a possibilidade de jogar o Pocky & Rocky original de SNES, o que seria um baita extra e, ao menos, lá eu conseguiria entrar no co-op logo de cara, já que o título original permitia isso. Fora as coisas já mencionadas, achei a mecânica principal estranha, e sei que o jogo não foi feito para ser um twin-stick-shooter, mas não gostei de fazer tanto o movimento do personagem como o ataque com o mesmo analógico. Isso não me parece algo moderno e que combina com as jogablidades praticadas atualmente, portanto, feriu bastante minha experiência com o jogo, causando mortes que não eram culpa minha.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Pocky & Rocky Reshrined
Prós
- Gráficos lindíssimos
- Orbes de tiros são empolgantes
- Checkpoints durante as fases são convenientes
Contras
- Mirar aqui é um trabalho árduo
- Co-op precisa ser desbloqueado
- Moedas não são obtidas naturalmente no Story Mode
- Requisitos maçantes pra liberar um personagem único
- Story Mode restrito ao single-player
