Após acabar no inferno sem motivo aparente, você é obrigado a aceitar uma parceria inusitada com ser infernal chamado Poisonette. Aventure-se pelos quintos dos infernos (literalmente) enquanto tenta reaver sua memória, e descobrir o motivo pelo qual está nessa situação. Será que ao fim da jornada nossos heróis terão sucesso? Esse é Poison Control!
Desenvolvimento: Nippon Ichi Software, Inc
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, Tiro
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PS4, Switch
Duração: Sem registros
Inferno sim, mas sem bagunça
Em Poison Control, o protagonista deve purificar locais conhecidos como Belles of Hell. Eles são formados quando almas perdidas caem em desespero, formando uma espécie de inferno particular dentro do próprio. Isso não é algo natural, sendo sua existência algo maléfico mesmo neste lugar de danação. Daí vem sua missão, que é a de purificar estes locais e dar alento a essas pobres almas.
Nas Belles você será alvejado por seres denominados Kleshas, soldados que visam proteger o status quo do lugar, mantendo as almas no seu looping de dor. Após atravessar todo o mapa o jogador ganha um ticket de prata que, quando reunido em 5 unidades, dará direito a um ticket de ouro. Não faz ideia da necessidade de reuni-los? Calma que é spoiler e não posso contar.
Veneno Multiuso
De forma bem simples, o game funciona como uma fusão de dungeon crawler, shooter em terceira pessoa e novel. Pode parecer uma salada, mas a fórmula é bem competente. Apesar de possuir um mundo onde você caminha “livremente”, esse nada mais é que o Hub das fases. Antes de iniciá-las, ouvimos um pequeno programa de rádio no qual são lidas algumas cartas. Estas “fãs” que na realidade nada mais são do que as almas que devemos purificar.
Ao entrar na fase você deve chegar até o fim da dungeons, sem mapa e sem bússola, no maior estilo old school. Mas calma, os calabouços não são enormes e você raramente irá se perder. Sua parceria simbiótica com a Poisonette te dará a habilidade de utilizar um canhão em um dos braços que disparam projéteis que utilizam o veneno drenado das Belles of Hell. Essa drenagem é feita por nossa companheira, circundando a área venenosa a qual se quer purificar.
Ao avançar nas salas você terá contato com situações vivenciadas pela alma que ali está e até mesmo conversar com ela em alguns casos. O motivo gerador do seu sofrimento geralmente é descoberto bem antes de se chegar ao fim de cada fase, mas existem casos em que acontecem reviravoltas bem interessantes. Apesar de todo o estilo fofo, quase um chibi, existe profundidade o suficiente na narrativa para você se envolver.
Quase um anime/mangá jogável
A arte de Poison Control é daquelas que dá gosto de ver. Atualmente vemos muitas aplicações da estética do mangá/anime em jogos que priorizam o tridimensional, como Atelier Ryza 2, Jump Force e similares, porém o que salta os olhos aqui é justamente a até 2D. Cada cantinho aqui é sempre enfeitado com uma bela ilustração de algum personagem, seja de nossa companheira de viagem Poisonette, nos diálogos que desenvolvem a narrativa dentro e fora das fases, até no menu onde você customiza a build do seu personagem, que, apesar de não poder ser estilizado, ainda é possível escolher entre menino e menina – ao menos.
Os modelos 3D são bem projetados, e tanto os cenários das fases quanto as Kleshas são temáticas de acordo com o inferno específico que estão inseridas, mascarando um pouco a simplicidade do design de fase. O cuidado com os detalhes é grande, mesmo se tratando de um jogo de médio orçamento, mas tudo tem o seu preço. Apesar de todo o design ser exuberante, a gameplay é extremamente repetitiva. Os objetivos dentro das fases variam apenas entre purificar o local e/ou eliminar os inimigos que ali estão. Se você não for fisgado pelos pontos fortes do jogo, isso pode tornar a obra massante bem rápido
É um veneno pro meu dinheiro?
O preço de Poison Control não é dos mais acessíveis, R$ 203,95 na versão de Nintendo Switch e R$ 199,50 na de PS4, então não me sinto confiante em recomendar sua compra em preço cheio. Apesar de estar curtindo muito, a repetição excessiva pode afastar muitos jogadores, fazendo-os pensar que seu dinheiro poderia ter sido melhor investido em outros títulos. Comprem apenas em promoção!
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong