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Review Project Warlock (Switch) – Testando seus limites

Project Warlock começou como o projeto de um jogo para PC de um estudante do ensino médio de 18 anos, Jakub Cislo, em 2018. Posteriormente, ganhou apoio da Buckshot Team em seu desenvolvimento e, finalmente, chegou aos consoles.

O game faz homenagem aos “pais” do FPS, como Doom e Wolfenstein, mas escolhe uma abordagem rogue-lite um pouco impiedosa.

Desenvolvimento: Buckshot Software
Edição: Crunching Koalas
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, FPS, Aventura
Classificação indicativa: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração6 horas (campanha) / 10 horas (100%)

Gráficos pixel

Homenagem justa

Project Warlock é realmente um jogo bonito e bem feito, visualmente falando. Seus gráficos e músicas lembram muito suas inspirações, trazendo nostalgia para os amantes dos primeiros FPS feitos na história dos videogames através de ambientes poligonais com texturas em baixa resolução para dar uma sensação de estarmos em gerações passadas.

Felizmente a homenagem para por aí, já que os clássicos do gênero simulavam um efeito odioso – pelo menos pra mim – de rotação 3D da câmera devido às limitações da época. Em tempos modernos, Project Warlock faz uso de tecnologias atuais de forma esplêndida, sem deixar o saudosismo estragar o gameplay.

Roguelike

Inicialmente você é lançado em uma fase para treinar comandos básicos e ganhar alguns pontos de experiência, antes de prosseguir à oficina (Hub) do jogo.

Antes disso, o jogador pode escolher a dificuldade de sua jornada, sendo que a normal – a qual considero sempre a padrão do jogo – e outras opções mais difíceis possuem elementos rogue-lite (a hardcore exclui seu save). A mais acessível fica por conta do modo casual/fácil, onde existe a chance de recomeçar, após a morte, quantas vezes quiser – mas perdendo seu progresso apenas naquela fase.

Já se tratando dos visuais, há uma vasta opções de filtros e configurações possíveis de se fazer para se obter algo mais nostálgico, como os que lembram os antigos jogos DoS ou até mesmo um gráfico esverdeado puxado para os tons do antigo Game Boy.

Difícil é pouco

Divertido, restritivo e sem dó

Apesar de ser um jogo de alta qualidade visual, Project Warlock tem sérios problemas de desbalanceamento e restrição quanto à pessoas menos habilidosas em games. Ele possui uma dificuldade bem elevada, até mesmo no modo casual.

Obviamente tiro em primeira pessoa não é um gênero que agrada a todos, porém, mesmo eu sendo um fã de jogos assim e tendo um certo nível de experiência, tive problemas em relação à dificuldade no início.

Project Warlock é punitivo e pouco recompensador nas primeiras fases, fazendo com que você perca suas vidas em poucos minutos de jogabilidade. Me peguei morrendo várias vezes em, literalmente, menos de 5 minutos. Tudo isso se deve ao alto grau de vulnerabilidade do personagem no início do jogo, além de suas armas de curto alcance serem bastante fracas e te obrigarem a se aproximar dos inimigos a ponto de sofrer dando quase toda vez que fizer isso.

Existem sim armas e ataques de longo alcance, como sua lança principal, porém basta alguns golpes dos inimigos para dar adeus, já que não há um auxílio de mira por aqui também e mirar com analógicos será um trabalho sujo.

Upgrades

Melhorias e estímulos

Através dos pontos de evolução, o personagem pode melhorar seus atributos, aprimorar armas, comprar novas vantagens que beneficiam o gameplay e adicionar novas magias, mas será necessário bastante paciência para evoluir tudo isso antes de perder o autocontrole e desistir do jogo de uma vez por todas.

Isso demonstra uma falta de consideração em questão de inteligência artificial e balanceamento, esquecendo que uma curva de aprendizado deve ser feita de forma crescente para que o jogador não abandone o jogo tão rapidamente.

Mas a pior parte mesmo é toda vez perder todos os pontos de experiência e armamentos adquiridos, e não adianta tentar voltar à oficina caso suba de level dentro de uma fase: seu pontos ali são zerados. O jogador é obrigado a finalizar a fase sem morrer, se quiser elevar seus atributos.

A estrutura de progressão do jogo consiste em uma repetição fase após fase, onde é necessário encontrar chaves para as respectivas cores de portas até liberar todas as passagens do local e entrar num portal. Ao final de cada conjunto de fases, surgirá um nível com um chefão para ser enfrentado, liberando um próximo mundo para desbravar.

No menu principal também é permitido jogar as fases já finalizadas e aproveitar para fazer um grinding, a fim de conseguir experiência através daquilo pelo que você já passou. Os pontos adquiridos neste modo impactam diretamente em sua campanha, e é possível jogar com todo o progresso tido durante a história até o momento.

Project Warlock tem um início complicado

Um ótimo jogo que precisa rever o início

Project Warlock é sim um jogo extremamente divertido, mas conta com um início impiedoso e com problemas e falta de balanceamento na dificuldade, os quais são bastante irritantes e tiram totalmente a diversão dando lugar à uma profunda frustração.

Mesmo no modo mais fácil o jogo possui uma exigência absurda e falta com empatia com quem está jogando, podendo ser classificado como algo restritivo demais por conta de seus pontos mal executados. Problemas como a perda do progresso e falta de auxílio na mira apenas contribuem para um sentimento ruim.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Samuel Leão

Project Warlock

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Ação frenética
  • Muita variedade de armas
  • Várias fases
  • Upgrades
  • Gráficos bem feitos

Contras

  • Início desbalanceado
  • Roguelike obrigatório
  • Sem auxílio de mira