Rogue Spirit é um roguelite criado pelos poloneses da Kids with Sticks, um estúdio independente que está lançando o seu primeiro jogo em colaboração com a 505 Games. O título combina uma estética visual inspirada pelos animes do Studio Ghibli com uma jogabilidade inovadora para seu gênero. A aventura foi finalizada por seus produtores depois de um longo período de acesso antecipado, estando disponível em sua forma completa para os jogadores de PC e consoles de atual geração desde março de 2023.
Desenvolvimento: Kids with Sticks
Distribuição: 505 Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S
Duração: Sem registros
Possuindo inimigos
Na aventura, assumimos o papel do fantasma do príncipe do Reino de Midra, que foi convocado por guardiões para libertar a região dos espíritos demoníacos que a assolam. Para isso, é vital ter um corpo físico – algo que o nosso protagonista não tem. Porém, o herói tem o poder de possuir corpos de guerreiros e de paladinos derrotados, utilizando suas forças e equipamentos para combater os servos do caos e salvar o local.
Devido a essa mecânica, os sistemas de combate apresentam simultaneamente aspectos que são interessantes, e outros que são um grande detrimento ao jogo. Como tratamos de algo ambicioso desenvolvido por um estúdio pequeno, a ideia de possuir os oponentes resulta em uma variedade limitada de adversários, com apenas 18 deles presentes na versão atual. Apesar de lento, os confrontos são divertidos graças as mecânicas simples de hack ‘n’ slash implementadas pelos desenvolvedores. No entanto, com o passar do tempo, a experiência perde seu brilho, já que a jogabilidade justamente consiste em derrotar os mesmos inimigos repetidamente.
O roguelite de sempre
Rogue Spirit não foge da estrutura comum de um roguelite. Para vencer, é preciso realizar várias tentativas e aprender os detalhes do jogo. Felizmente, a experiência não é frustrante e gradualmente se torna mais fácil a cada tentativa, pois os materiais e modificadores que podem ser encontrados nos mapas são mantidos entre rodadas. A campanha em geral é aconchegante, visto que o título ensina as particularidades da jogatina, além de explicar minuciosamente os pormenores por trás da narrativa, com uma ótima tradução em português.
O fato do mapa ser gerado proceduralmente é uma faca de dois gumes. Enquanto a exploração do mundo nunca fica repetitiva, o fator de aleatoriedade impede com que cada rodada seja planejada com antecedência, o que é crucial para suceder na aventura. Rogue Spirit ainda incorpora alguns quebra-cabeças em sua mistura, mas eles não funcionam muito bem por conta de bugs na interação dos elementos com o cenário, indicando que esse aspecto do jogo não recebeu o polimento necessário por parte da equipe de desenvolvimento.
Gráficos incríveis
Com uma arte vibrante, Rogue Spirit tem uma apresentação sensacional, com ótimas paisagens. A performance da versão para computadores é boa graças ao alto número de configurações técnicas disponíveis. Contudo, o jogo sofre com leves travamentos por causa dos típicos problemas de compilação de shaders, que estão presentes em quase todos os jogos atuais que utilizam a Unreal Engine.
Só que faltou um cuidado adicional em relação a câmera, que possui diversas falhas em sua distância de renderização. Os objetos são carregados em baixa qualidade até quando o jogador está perto deles. O sistema de fixação de alvos não é compatível com uma ação em hack ‘n’ slash e acaba prejudicando a visão dos outros adversários no campo de batalha. E os controles para mouse e teclado, embora funcionais, não são completamente intuitivos, já que os desenvolvedores projetaram as mecânicas com os joysticks em mente.
Ótimo
Rogue Spirit é um jogo legal. Sua inovação ao gênero dos roguelites funciona bem e proporciona uma jogabilidade divertida, mesmo que ela seja um pouco imperfeita e limitada. Com um preço acessível na Steam, o game é uma experiência altamente recomendável por conta de sua simplicidade descomplicada, que torna tudo em uma aventura agradável e cativante.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong