Rune Factory 5 é um RPG de ação que adiciona elementos de fantasia à tradicional fórmula de jogos rurais, a qual foi consagrada por Story of Seasons e Stardew Valley. Desenvolvido pela japonesa Marvelous, o título chega para os jogadores da Steam após alguns meses de exclusividade para a plataforma da Nintendo, recebendo uma conversão para computadores que poderia ser muito melhor do que é.
Desenvolvimento: Marvelous Inc.
Distribuição: XSEED Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Switch
Duração: 59 horas (campanha)/118 horas (100%)
História clichê
Boa parte da narrativa principal do RPG serve apenas como uma contextualização para seu mundo e sua jogabilidade. Tudo começa quando o protagonista acorda em uma floresta localizada em Rigbarth e auxilia uma garota que está em apuros. Após salvar ela, o personagem principal aceita viver na cidade e trabalhar para uma organização chamada SEED, que protege e auxilia os habitantes dessa região rural. O herói de Rune Factory 5 é uma folha em branco, que convenientemente sofre com problemas de memórias. Cabe ao jogador dar vida a esse personagem e preencher esse papel, personalizando seu nome e gênero e interagindo com a população local.
O dia-a-dia passa a se resumir em cuidar da fazenda, caçar monstros e fazer novas amizades – além de se envolver em romances com certos personagens. Responsável pela localização, a distribuidora XSEED realizou um esforço impressionante ao ampliar o leque de possibilidades com a implementação de romances com o mesmo gênero, uma funcionalidade que não estava originalmente presente na versão japonesa do título.
Plantando e lutando
Sendo um spin-off de Story of Seasons, Rune Factory 5 segue muito da receita de sua série principal à risca. Todos os elementos principais e característicos do antigo Harvest Moon estão presentes no RPG, mas eles foram adaptados para funcionar adequadamente em um mundo de fantasia. Ao invés do título disponibilizar uma grande área de plantio, temos dragões voadores que funcionam como fazendas adicionais, possuindo áreas dedicadas para a criação e domação de monstros, que são úteis em todas as batalhas do jogo.
O personagem sempre acorda pontualmente às seis da manhã para realizar os seus deveres agrícolas, ganhar dinheiro e financiar as outras atividades do jogo, cuidando das plantações e dos animais capturados. Depois, além de completar o conteúdo principal de cada dia, é hora de auxiliar a população em alguma missão aleatória, pois novas recompensas são sempre liberadas ao completar quests. As tarefas são simples, e geralmente consistem em apenas conversar e entregar itens específicos para os habitantes de Rigbarth.
Eventualmente, a narrativa coloca o protagonista e seus auxiliares para garantir a segurança e a pacificidade da população com a completação de dungeons, locais que são repletos de obstáculos e inimigos. A grande inovação do RPG em relação à sua franquia original está em seu sistema de combate. Utilizando mecânicas que são típicas dos jogos de hack ‘n’ slash, Rune Factory 5 tem um batalhas pouco complexas e inimigos com um design muito simplista. Todas as lutas do título se resumem a se esquivar corretamente e apertar o botão de ataque até o adversário ser derrotado.
No entanto, a estratégia não deixa de ser um fator essencial na exploração de cada fase, mesmo com uma jogabilidade que não foi bem polida pelos desenvolvedores. Para conseguir finalizar cada dungeon, é vital contar com o suporte dos aliados. Também é importante carregar itens de recuperação suficientes e equipamentos que aguentem o tranco sem grandes problemas, precisando adquirir ou forjar os armamentos necessários no ferreiro da cidade.
Versão de PC mediana
O RPG não possui um menu de configurações gráficas dentro de seus menus. Tudo precisa ser customizado em uma aplicação a parte, antes do jogo ser executado. Apesar de contar com uma boa quantidade de opções visuais, Rune Factory 5 tem, em todas as configurações possíveis, problemas nas sombras e texturas com uma qualidade baixíssima, além de uma distância de renderização muito curta. A ambientação da cidade de Rigbarth é colorida e vibrante, mas decepciona por não ser muito detalhada.
Os responsáveis pela conversão do produto para o PC poderiam ter implementado opções para diminuir o tamanho de certos itens da interface, porque é perceptível que tudo foi pensado para a pequena tela do portátil da Nintendo. A equipe também realizou um bom trabalho com o suporte ao mouse e teclado. Porém, alguns elementos da interface não funcionam tão bem quanto deveriam, pois foram designados para o tradicional layout dos controles.
O título conta com seleção de dublagem entre o japonês e o inglês, sem nenhuma opção de texto para o português brasileiro. Rune Factory 5 possui uma ótima trilha sonora, mas os desenvolvedores não prestaram muita atenção nos loops das músicas, sendo comum ouvir o começo e fim de cada canção após poucos minutos.
Poderia ser melhor
A ideia de um RPG agrícola com aspectos de fantasia é muito boa, e chega a funcionar em Rune Factory 5. O título brilha nos momentos em que cuidamos da fazenda e interagimos com os habitantes de Rigbarth. Porém, o jogo deveria focar apenas no que faz de melhor. As mecânicas de combate são péssimas e, juntamente com o design ruim dos monstros e chefes, tiram a diversão relaxante que é proporcionada pela fórmula de sua franquia principal, transformando a combinação de simulação da vida rural com ação num verdadeiro tédio.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Rune Factory 5
Prós
- Personagens cativantes
- Boa trilha sonora
- Sistema de romances
Contras
- Sem tradução
- Gráficos de baixa qualidade
- Ambientação pouco detalhada
- Combate ruim
