Desenvolvido pela NITRO PLUS, Rusty Rabbit é um jogo de plataforma 2.5D com exploração e elementos de metroidvania, no qual controlamos um coelho chamado Stamp que, inicialmente, parece fofinho e agradável, mas que, ao abrir a boca para falar, já deixa claro que se trata de um personagem rabugento e sarcástico. À primeira vista, o jogo também parece oferecer uma jogatina descompromissada e fácil, mas logo percebemos o engano.
Desenvolvimento: NITRO PLUS
Distribuição: NetEase Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, PS5
Duração: 21 horas (100%)
A premissa é boa

Rusty Rabbit tem uma premissa nonsense, e, ao mesmo tempo, é uma ideia divertida o bastante para atiçar nossa curiosidade sobre como ela será trabalhada no jogo. A história se passa em um mundo pós-apocalíptico, onde a Terra se tornou inabitável para os humanos e os animais dominantes são coelhos escavadores que exploram ruínas diversas.
Esses coelhos são chamados de cava-ferrugens, e Stamp, em uma de suas explorações, descobre informações valiosas sobre o que aconteceu anos atrás – incluindo dados sobre uma filha com quem não tinha contato há tempos. Isso acende um alerta no personagem, que sente que ela pode estar em perigo.
Ideias demais que prejudicam

Rusty Rabbit tinha tudo para ser uma ótima experiência, já que carrega todos os elementos que um bom indie com pegada metroidvania costuma trazer. De início, as fases são prazerosas, com o jogador controlando Stamp dentro de um tipo de exoesqueleto que perfura blocos de concreto. O som dessas perfurações é gratificante, e a mecânica de abrir caminhos e descobrir rotas é bem envolvente. Há ainda upgrades que otimizam as escavações e armas para lidar com os inimigos.
O problema é que, ao mesmo tempo que as fases funcionam, você é constantemente interrompido por diálogos e textos arrastados – mesmo com os personagens carismáticos que Stamp encontra na jornada. Essa quebra de ritmo dá a sensação de que os textos estão ali apenas para inflar artificialmente a duração da campanha, já que muitas informações pouco acrescentam ao todo. Um exemplo? Um personagem que não para de falar sobre peças de carros.

Há ainda outras questões: os controles nem sempre respondem com precisão, e os confrontos com chefes são um verdadeiro teste de paciência – o que mina parte do bom trabalho artístico das fases. Existe também uma área central onde o jogo assume uma perspectiva 3D, num estilo meio Limbo, e dá acesso à oficina, garagem e restaurante com NPCs. Mais uma vez, essa parte parece mais atrapalhar do que ajudar.
Um jogo que teima em se sabotar
Rusty Rabbit é um grande desperdício em querer ser maior do que é. Jogá-lo foi um misto de ideias boas sendo constantemente jogadas na sua cara entre uma fase e outra. Também é preciso pontuar que o jogo não tem legendas em nosso idioma, embora a opção em espanhol possa ajudar quem queira compreender melhor a história. Contudo, já adianto: você provavelmente vai querer pular 90% dos textos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro