Sherlock Holmes: Crimes and Punishments

Review Sherlock Holmes: Crimes and Punishments (Switch) – Investigações portáteis

Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre a excelente franquia de videogames do detetive mais famoso do mundo: Sherlock Holmes. Os jogos desse ícone do mundo investigativo sempre foram relativamente elogiados e marcaram presença em diversos consoles – e PC -, principalmente na geração passada que contempla o Xbox One e o PS4. Porém, em um anúncio bastante inesperado, Sherlock Holmes: Crimes and Punishments foi revelado para Switch alguns dias antes de seu lançamento, e o resultado foi uma grande e positiva surpresa.

Desenvolvimento: Frogwares
Distribuição: Frogwares
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Switch, PS4, Xbox One
Duração: 12.5 horas (campanha)/15 horas (100%)

Elementar, meu caro Watson

Holmes

O jogo do detetive é desenvolvido pela Frogwares, a mesma que trouxe The Sinking City à vida há alguns anos. Dito isso, é preciso avisar que você verá muita familiaridade entre esses dois títulos, quase como se um fosse a evolução do outro. Como o estúdio é o mesmo, há de se esperar coisas aqui e ali características de seu game design.

Sherlock Holmes: Crimes and Punishments nos coloca na pele do protagonista Holmes, que precisava resolver alguns casos separados por capítulos. Tudo começa com uma investigação em um possível crime cometido na cabana de um lenhador, o qual foi brutalmente assassinado depois de uma invasão noturna em sua residência, e a cena acaba com a vítima tendo um arpão atravessado em seu corpo, pregando-o na parede após sua morte.

Investigando testemunhas
Investigando testemunhas

Após diálogos iniciais, Holmes precisa ir até o local conversar com testemunhas e descobrir mais sobre o caso. Algumas mecânicas de investigação são mais simples do que eu imaginava, confesso, e permitem com que escolhamos dentre algumas opções de fala relacionadas a eventos contextuais. Porém, é possível errar sem qualquer punição caso tenha escolhido a opção incorreta, retornando instantemente ao momento de escolha.

Tratando-se de uma mecânica já conhecida por mim em The Sinking City (lá chamado de Mind Palace), aqui temos uma espécie de derivação dela chamada Deduction Space. Nela, existem pistas que são adquiridas conforme conversamos com personagens e analisamos objetos da cena do crime, então se torna possível combinarmos esses fatos para encontrar respostas que podem ser utilizadas em interrogatórios. Esse recurso abre um pouco mais espaço para que tenhamos mais liberdade no jogo. Após obter todas as pistas necessárias, temos opções de conclusões diferentes para o caso, o que libera finais diferentes, além do resultado final do capítulo ser definido conforme sua escolha.

Backtracking tem muito loading
Backtracking tem muito loading

Adicionalmente, tudo é desvendado através de muito backtracking entre locais já visitados para encontrar novas pistas após interrogar novamente alguns personagens. O mesmo acontece quando nos disfarçamos com algum traje ou maquiagem específica para visitar cenários específicos a fim de enganar suspeitos.

O problema disso é a quantidade de telas de loading que temos que enfrentar para viajar entre um lugar e outro na carruagem, a qual permite – ao menos – ler as pistas do caso enquanto esperamos o carregamento.

Elementos secundários

Puzzles podem ser pulados
Puzzles podem ser pulados

De maneira “extra”, existem puzzles interativos, como mistura de soluções químicas para criar um elemento final. Esses quebra-cabeças possuem um nível de dificuldade bem baixo e algumas soluções um tanto quanto obtusas, mas podem ser pulados pressionando o botão menos do Joy-con.

Fora isso, podemos utilizar algumas evidências em nosso bolso com locais específicos do cenário, como também ativar um modo de dedução para descobrir coisas invisíveis a olho nu, além de alguns minigames não muito divertidos e quick time events – que também podem ser pulados, felizmente.

Perspectiva em terceira pessoa
Perspectiva em terceira pessoa

Ao final de cada caso, como citado anteriormente, podemos fazer uma escolha moral para concluir o capítulo. A boa notícia é que essa escolha pode ser alterada apenas com o objetivo de vermos finais adicionais sem precisar voltar desde o início do caso, o que é muito bom e economiza tempo para matar a curiosidade. Com isso, nos resultados aparece se nossa conclusão foi correta ou condenamos um inocente.

Também há uma forma de alternar entre a perspectiva de terceira e primeira pessoa, e gosto que isso esteja disponível uma vez que prefiro ver o personagem por inteiro. Mesmo assim, há uma desvantagem em controlar o protagonista em terceira pessoa, pois sua movimentação é um pouco menos ágil do que a câmera em primeira, a qual permite uma rotação bem mais rápida e melhor visão do cenário.

Complexo na medida certa

Dominar a forma como Sherlock Holmes: Crimes and Punishments funciona requer um pouco de paciência no início, mas depois de algumas deduções feita na cabeça de Holmes, tudo fica mais compreensível. Diria que as mecânicas de investigação possuem uma complexidade bastante assertiva, sem pender muito pro lado “jogo lotado de mecânicas” a ponto de se tornar um produto confuso e pouco acessível.

Apesar de alguns minigames praticamente que existem para diversificar um pouco a fórmula e quick time events totalmente dispensáveis, a Frogwares conseguiu entregar uma jogabilidade muito bem construída e várias opções de conclusões de caso que podem ser facilmente escolhidas sem precisar refazer todo o trajeto. Para concluir, o port para o Switch roda de maneira bastante satisfatória e possui gráficos acima da média para o console, se compararmos com outros jogos de terceiros, o que acaba tornando o game algo bastante recomendado para fãs de Sherlock Holmes que desejam levar esse ícone consigo por aí.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Sherlock Holmes: Crimes and Punishments

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Mecânicas complexas na medida certa
  • Excelente duração
  • Opção de ver finais diferentes bem acessível
  • Duas opções de câmera

Contras

  • Puzzles maçantes, mas 100% "puláveis"
  • Loading a cada local que visitamos
  • Falta do idioma português é um problema em jogos assim